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Carlos Sperança

Uma coluna sem papas na língua 10/07/08


  Uma coluna sem papas na língua 10/07/08 - Gente de Opinião
Eleições 2008

Nesta coluna, acompanhe uma síntese do panorama das eleições 2008, que tem como grande pano de fundo as eleições de 2010 com dois grandes agrupamentos políticos  disputando território  palmo a palmo. De um lado as legendas da base aliada do governador Ivo Cassol, liderada pelo bloco PTB/PPS/PV/PSDC/PR, de  outro a coalizão PT/PMDB/PDT, de Fátima Cleide, Valdir Raupp e Acir Gurgacz.

Mexendo os peões

Para dar mais consistência aos seus ungidos, o governador Ivo Cassol mexeu os peões do tabuleiro em alguns municípios e, diga-se de passagem, mexeu bem. Mais uma vez mostrou qualidades na articulação, priorizando os municípios pólos. Afinal além, de disputar o Senado em 2010, ele deve estar cansado de ouvir que ele e os aliados apanharam feio nas eleições municipais de 2004.

Mais consistência

Na capital, sua articulação de atrair Mauro Nazif, deve provocar segundo turno, o que não deveria ocorrer num quadro sem a presença do socialista. E, em Ariquemes ele fundiu as candidaturas Daniela Amorim/Lourival Amorim numa só, dando mais competitividade na peleia com atual prefeito Confúcio Moura. Em Jaru aposta em nomes novos, sem os vícios da política e tampouco com rejeição.

O dedinho de Cassol

Também se verificaram boas mexidas em Cacoal e   em Vilhena. Em Cacoal, Ivo sacou Nilton Capixaba favorecendo Glaucioni Neri num duro embate com o Padre Franco (PT). Unindo Capixaba/Glaucioni e os partidos da base aliada, o cassolismo reforçou bem suas paliçadas naquele que é o quarto colégio eleitoral do estado.

No Cone Sul

Chama atenção, também o cenário formatado pelo governador em Villhena, capitania hereditária dos Donadons há quase duas décadas. Ao juntar forças de uma penca de legendas em torno de Zé Rover, pela primeira vez se vê possibilidades de derrotar Melki Donadon no Cone Sul. A redução de candidaturas era essencial para uma disputa equilibrada. E Rover já polariza com  Melki.

Frente Salada

Em Ji-Paraná, Cassol virou e mexeu e conseguiu -  mesmo cedendo espaço para adversários regionais – montar uma verdadeira "Frente Salada", em torno de José Bianco. Na capital da BR, Bianco (DEM) sai como franco favorito, contra a aliança PMDB/PT (Lá o PDT ficou com Bianco), que tem o radialista Edvaldo Soares como candidato.

Colégios eleitorais

Nos principais colégios eleitorais do estado – Porto Velho, Ji-Paraná, Ariquemes, Cacoal e Vilhena – o confronto desses dois agrupamentos políticos está bem definido. Os cassolistas ponteiam em Ji-Paraná e equilibraram a parada em Vilhena e Cacoal. Nas contas governistas também dá para virar nos demais municípios onde os adversários largaram  na frente.

Boa vantagem

Já, a coalizão PT/PMDB/PDT, é franca favorita na capital (Com Sobrinho)  e espera confirmar o favoritismo em Ariquemes,(com Confúcio) Jaru (Batista da Muleta), Cacoal (com Padre Franco) e Vilhena com Melki Donadon. Na capital, o jogo cassolista é levar a eleição para o segundo turno e, então, todo mundo se unir contra Roberto Sobrinho.

Nos municípios

Nos pequenos e médios municípios, existe uma vantagem dos cassolistas na Zona da Mata, Médio Guaporé e inclusive no Vale do Jamari. Mesmo assim, o PMDB é forte, o PT esta crescendo muito e o próprio PDT tem candidatos ponteando, como é o caso de Presidente Médici, com  Gilson Borges. 

Do Cotidiano

História turbulenta

Como relata o falecido historiador Amizael Gomes da Silva, a primeira eleição (municipal) realizada em Porto Velho deu-se em 1916, quando foi eleito superintendente (o prefeito da época...) o médico Joaquim Augusto Tanajura, investido nas funções em 1917. Antes de galgar esse cargo, Tanajura já tinha sido superintendente nomeado do município de Santo Antônio do Rio Madeira, criado pela lei nº 494, de 03 de junho de 1908, época que a região era integrada a província do Mato Grosso.

Algumas obras marcaram a passagem de Tanajura frente ao então Paço Municipal. Obteve a extensão a rede elétrica da Madeira-Mamoré para boa parte da cidade; adquiriu o prédio da superintendência municipal (onde funcionou a Câmara Municipal  até 1985), inaugurou a rede de água canalizada e abriu frentes de trabalhos para a drenagem do igarapé da favela.

Naquela época Porto Velho já tinha um parque municipal, cuidado com esmero pela autoridade local. Também coube a Tanajura dar inicio ao primeiro programa de arborização da cidade.

Antes de Tanajura, ainda na criação do município, Porto Velho teve seu primeiro superintendente nomeado. Foi o major do Exército Fernando Guapindaia Brejense que teve como  maior abacaxi,  o poder paralelo da  administração da Estrada de Ferro Madeira Mamoré, que mandava e desmandava na cidade.

Nesta época Porto Velho teve seu primeiro problema fundiário. Como autoridade local, a palavra do superintendente da Estrada de Ferro Madeira Mamoré era lei na cidade, sendo que até a distribuição de lotes urbanos ele fazia. Guapindaia comeu o pão que o diabo amassou para resolver pendengas com desafetos. Por enfrentar o poder paralelo, nosso então "prefeito" acabou perdendo passe grátis para viajar pela Estrada de Ferro e foi despejado do prédio onde tinha instalado a superintendência (a prefeitura da época) e da casa onde morava, que igualmente pertencia a administração da Ferrovia.

Creio que o divisionismo político que temos até hoje vem daí. Para se vingar dos ferroviários, Guapindaia botou para quebrar, gerando uma série de confusões, entre elas, um levante armado, que lhe obrigou a se entrincheirar em sua casa onde é hoje a praça Marechal Rondon. Para se ter uma idéia da confusão, o próprio delegado fugiu, abandonando o chefe para seus desafetos.

Como Rondônia estado – nos idos de território não teve eleições - a primeira eleição de prefeito em Porto Velho pelo voto direto ocorreu em 1985, sendo eleito Jerônimo Garcia de Santana, que posteriormente também seria eleito em 1986 o primeiro governador pelo voto direto. Da eleição de Tanajura ao pleito de outubro de 2008, serão quase um século de  tumultuada história política. 

Via Direta

*** Com forte respaldo na zona ribeirinha e nos distritos da Ponta do Abunã, Garçon espera se sair bem no confronto como prefeito Roberto Sobrinho em Porto Velho ***  O senador Valdir Raupp e o ex-ministro Amir Lando participaram do lançamento da campanha de Melki Donadon no Sul do estado *** Para Raupp, Melki é  um exemplo de administrador.  

Fonte: Carlos Sperança - Gentedeopinião

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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