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Gente de Opinião

Carlos Sperança

Uma coluna sem papas na língua 10/07/09




Lei da anistia

A lei da Anistia, sancionada pelo presidente Lula, segundo o deputado federal Eduardo Valverde (PT-RO) vai tirar da clandestinidade cerca de 200 mil pessoas que vivem ilegalmente no país. São Paulo é cidade que mais recebe imigrantes neste continente, desde bolivianos até asiáticos. Milhares deles passaram – e continuam passando - por Rondônia até a terra da garoa.



Janela garantida

Para atender os interesses da sua maioria, os congressistas estão alterando as regras da fidelidade partidária, com substitutivo do deputado Luciano Castro (PR-RR), que abre uma janela para a troca de partidos. A missa encomendada substitui a proposta original, da deputada federal Rita Camata (PMDB-ES) que punia a troca de partidos com a perda de mandato.


Pobres rondonienses

Num estado onde os deputados da Assembléia Legislativa não fiscalizam, como deveriam, o Poder Executivo e a Associação Rondonienses dos Municípios – AROM não cobra nada do governo estadual, e entidades representativas, para defender seus interesses, chegam a se voltar contra a lei, não é de se espantar com o que ocorre segurança e na saúde.



Tudo explicado

Explica-se esta apatia na defesa das causas da população: Tanto a ALE como a AROM, FIERO e o Pró-(Próprio umbigo) Rondônia são feudos governistas. Como tais, ao invés de cobrarem ações, elogiam. E a bancada federal não tem força para mudar esta situação no estado. Era preciso a união de todos pra reverter esta situação, já que o governo do estado sozinho não consegue bancar as demandas sociais de saúde e segurança.



Marcha á Brasília

E já que os prefeitos rondonienses não têm coragem de se mobilizar e exigir mais do governo estadual – parecem que são parentes dos deputados cassolboys que morrem de medo do chefe – então eles se preparam para bancar os rebeldes em Brasília, na Marcha Nacional dos Municípios que vai acontecer na semana que vem em Brasília. Lá longe, distante da chibata do mandarim.



Olho do furacão

No olho do furacão, com suas reservas federais, aldeias indígenas e parques nacionais invadidos por grileiros, garimpeiros e fazendeiros, Rondônia vai sediar a realização do 12º Interclesial, com mais de 3 mil representantes das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs) do Brasil, América Latina e Caribe para discutir meio-ambiente e causa indígena. Vão ficar horrorizados com o quem ocorre por aqui...



Obras de vulto

O governador Ivo Cassol esta no patíbulo, a caminho da cassação – ele mesmo admite esta possibilidade pelas movimentações nos bastidores da base aliada – mas é preciso admitir com toda franqueza: sua performance é muito melhor que a dos antecessores, não tem comparação. Ninguém fez mais estradas, mais pontes, escolas etc.


Apunhalado

Estou fazendo estas considerações a respeito do atual governador, para lembrar de Teixeirão, que como Ivo pagava o funcionalismo em dia, fazia pencas de obras de infra-estrutura e que quando saiu, foi até vaiado, apunhalado pela classe política Não precisa ser pitonisa para prever destino semelhante.


Traições em andamento

E já, dá para ver desde já – pelas traições em andamento – que Cassol deixará as escadarias do Palácio Presidente Vargas, apupado, do mesmo jeitinho que o falecido Teixeirão. Muitos que batiam palmas, já se preparam pra jogar pedras, saudando um novo rei. É típico da política rondoniense.



Do Cotidiano

O país dos linchamentos

Em países europeus, como França e Itália, a traição à Pátria era punida com o linchamento. No Brasil, basta um moleque roubar uma galinha e a multidão se junta para “justificar” o ladrão. Linchar ladrões pés-rapados é uma das características do linchamento à brasileira, o que torna o País um dos campeões mundiais na “modalidade”. 

O termo “linchar” se origina de Charles Lynch, um juiz que atuava no oeste dos EUA, no século 18. Como as cidades que estavam nascendo ali não tinham lei, Lynch mandava recobrir o corpo do criminoso de piche e colocar penas de galinha nele, obrigando-o a desfilar pelo povoado, para todos saberem que ele deveria ser evitado. 

Via de regra o linchamento é uma forma de punição coletiva contra alguém que desenvolveu uma forma de comportamento antissocial, segundo o jurista José de Souza Martins, professor de sociologia da Faculdade de Filosofia da USP, que prepara um livro sobre o assunto. Como a população tem a sensação de que a Justiça é falha, até porque não pune os linchadores, isso garante o apelo fácil à violência coletiva. 

“Em geral, é linchado o pobre, mas há várias exceções”, diz o pesquisador. “Há uma pequena porcentagem superior de negros em relação a brancos. Se um branco e um negro, separadamente, cometem o mesmo crime, a probabilidade de o negro ser linchado é maior”. 

Punir corpo e alma – De acordo com os dados já reunidos pelo pesquisador, um ladrão de galinha vai sair muito machucado e pode acontecer de ele morrer, mas o risco de ser queimado é mínimo. “Com o estuprador é o contrário. Há também uma escala de durabilidade do ódio. Se um ladrão sobreviver durante 10 minutos de ataque, está salvo. Tem havido muitas tentativas de linchamento em acidentes de trânsito. Mas normalmente a polícia chega logo e evita o ataque”. 

São raros os casos em que mulheres são linchadas, mas há muitas mulheres linchadoras. “De modo geral, os linchamentos são urbanos”, diz Martins. “Ocorrem em bairros de periferia. Porém, há linchamentos no interior do País, onde quem atua é a classe média. O caso mais emblemático é o de Matupá, no Mato Grosso. O linchamento foi filmado e passado pela televisão, no noticiário. Três sujeitos assaltaram o banco, a população conseguiu linchá-los e queimá-los vivos. Isso foi à classe média. E quando a classe média lincha, a crueldade tende a ser maior, porque ela tem prazer no sofrimento da vítima. O pobre é igualmente radical, porém é mais ritual na execução do linchamento”.



Via Direta

*** Profissionalizadas, as invasões de terras na periferia na capital já tem associações de moradores e assistentes jurídicos *** È que a indústria da invasão esta dando lucro *** Foi tanta chuva em 2009, que a BR-364, trecho que liga Sena Madureira a Feijó só será reaberta neste domingo *** O que será da BR-319, com seus trechos pantanosos, no inverno amazônico? 

Fonte: Carlos Sperança / www.gentedeopiniao.com.br  / www.opiniaotv.com.br 
csperanca@enter-net.com.br 

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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