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Gente de Opinião

Carlos Sperança

Uma coluna sem papas na língua 13/02/09


 

Estratégia de ocupação

Visando as eleições de 2010, o governador Ivo Cassol e seu grupo político desenvolvem uma estratégia de ocupação de agremiações políticas e das mais importantes entidades de Rondônia. Com a oposição desarticulada, Ivo nada de braçadas e vai elegendo ungidos Uma coluna sem papas na língua 13/02/09 - Gente de Opiniãopara Fiero, Sinduscon e tomando goela abaixo os partidos que pode.

Tomada do PSDB

Depois de várias tentativas infrutíferas, o grupo palaciano volta a armar a tomada legenda dos tucanos, que tem um comando fragilizado, sem representatividade no Congresso.  Desta vez, os cassolistas estão tentando montar uma insurreição dentro da própria legenda. Através de emissários do ex-senador Odacir Soares, os convencionais tucanos estão sendo contatado$ um a um.

Formando maioria

Formando maioria no Diretório Estadual do PSDB, os cassolistas pretendem eleger os principais cargos da Comissão Executiva que vão decidir as alianças para as eleições de 2010, atrelando as legendas satélites ligadas ao governador ao presidenciavel José Serra. Com isso o candidato ao governo do estado – Expedito? Cauhla? Neodi? – teriam o apoio de Serra em Rondônia.

Barbas de molho

Que Rondônia fique com as barbas de molho. O corte de verbas para a ampliação do aeroporto de Ji-Paraná – em torno de R$ 16 milhões – já demonstra claramente a prática de contingenciamento de recursos pelo governo federal. Como a representatividade política do estado não é lá grande coisa, vai ser difícil reverter à situação.

Grandes obras

Lembrando que temos anunciadas grandes obras para Porto Velho – seis viadutos, pontes, infra-estrutura etc – e até uma ponte binacional em Guajará Mirim. Por isso a bancada federal tem que ficar atenta aos acontecimentos, para que não ocorram surpresas desagradáveis como aquela que ocorreu na capital da BR.

Bancada ruralista

Com grande atuação voltada ao agronegócio, o deputado estadual Jesualdo Pires (PSB-Ji-Paraná) se destaca na bancada ruralista. Em dois anos de atuação já contemplou com equipamentos 70 associações rurais, lidera a CPI do Leite e já conquistou benefícios importantes para os pecuaristas e agricultores.

A popularidade

O prefeito de Porto Velho Roberto Sobrinho (PT) sofreu uma súbita queda de popularidade neste início do ano, numa cidade que lhe conferiu uma vitória fantástica na peleja da reeleição. Só ouço pelas esquinas pau no prefeito. Duas coisas tem influenciado: o   reajuste no sistema de transportes coletivos e a buraqueira que assola a capital rondoniense, cada vez mais parecida com a lua.

Coisas fervendo

Uma coluna sem papas na língua 13/02/09 - Gente de OpiniãoNo interior as coisas estão fervendo entre o govenador Ivo Cassol e o casal Raupp. Onde vai – emissoras de rádio e televisão  Ivo larga o sarrafo no senador, seu grande concorrente ao Senado em 2010, culpando o barbudo queixada pelos transtornos causados pelas obras de duplicação da ponte sobre o Rio Machado. A briga entre os rolimorenses está cada vez mais acirrada.

Mar de intrigas

Uma coluna sem papas na língua 13/02/09 - Gente de OpiniãoPor falar em Ji-Paraná, a perca dos recursos para a construção do aeroporto regional de Ji-Paraná tem sido atribuída aos petistas e ao ex-deputado federal Nilton Capixaba, atual chefe da Casa Civil (Odacir virou peça decorativa...) que teriam  conseguido transferir em Brasília os recursos para  Cacoal, que teve seu aeroporto homologado. As rivalidades tribais entre Ji-Paraná e Cacoal, pelo que se vê, serão eternas...



Do Cotidiano

Ovos para Bengala

Uma coluna sem papas na língua 13/02/09 - Gente de OpiniãoDe Aluízio Ferreira, ao governador cowboi Ivo Cassol, o folclore político rondoniense, só tem gerado casos pitorescos. A cada década, surgem novas peripécias. Quem não lembra que nos tempos do território, o professor Jerzy Badocha, por causa da perseguição política, acabou desterrado para a então remota Costa Marques? No próprio Governo Jorge Teixeira, o então defensor público Tomás Correia acabou exilado lá pelas bandas da longínqua Amapá? Ou o falecido Teobaldo Monticello Viana, opositor a administração Piana, jogado lá para a região das Pedras Negras?

Fazer política em Rondônia, principalmente estando na oposição nunca foi fácil. Em Pimenta Bueno, o, cacique Vicente Homem Sobrinho, que foi prefeito e deputado estadual, era o dono do pedaço e agia de forma coronelesca. Quantos comícios do então deputado federal Jerônimo Santana, o Bengala, foram sabotados com ovos podres e até desligamento da energia, durante comícios de opositores?   
        
O que dizer de Zuca Marcolino – lá da Região do Café - que foi um combativo deputado estadual que gostava de resolver suas pendengas no braço? Ou então o “afável” Edson Fidelis, que já foi deputado estadual e federal – diga-se de passagem, um parlamentar dos mais competentes que conheci - já foi um coronelzinho em Ji-Paraná, na região central: quantos candidatos concorrentes foram afastados no jogo bruto?  E quantos comícios de desafetos acabam na escuridão?

Hoje, mais civilizado, Ernandes Amorim, o caudilho caipira, pode ser considerado até um sujeito polido, devotado à leitura e já sabe até apreciar uma obra de arte. Na década de 80, no entanto, agia como um bárbaro: resolvia suas pendengas com adversários a socos e pontapés.

Numa das maiores demonstrações de coronelismo em solo rondoniense, Amorim, quando prefeito, ao ser criticado, numa emissora de rádio em  Ariquemes, não teve dúvidas: invadiu os estúdios da rádio e quebrou os dentes do apresentador em pleno ar. Era possível ouvir – até desligarem os transmissores – a gritaria infernal causada pelo maior produtor de melancias do Vale do Jamari.
Em quase três décadas de cobertura política neste estado, o que se constato é que o coronelismo político não acabou. Em algumas regiões, os clãs continuam mandando e elegendo seus representantes. Até quando?


Via Direta

*** Continua a novela da reforma política no Congresso Nacional ***Os capítulos se arrastam já por décadas sem uma solução *** Como sempre, deputados federais e senadores só pensam no próprio umbigo *** A Assembléia Legislativa reabre os trabalhos na semana que vem com olhos voltados a eleição de dois cargos na mesa Diretora *** Alçar o alto clero é o sonho dos deputados das castas inferiores, do chamado baixo clero.

Fonte: Carlos Sperança / www.gentedeopiniao.com.br
csperanca@enter-net.com.br

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