Sexta-feira, 13 de junho de 2008 - 05h44
Dois cassados
Existe uma certa tradição de turbulências políticas em alguns municípios de Rondônia, como na região da Bacia Leiteira. Mas a cassação de dois prefeitos em menos de quatro anos, como foram os casos de José Amauri e Ulisses Borges, é sem dúvida um recorde negativo para a tumultuada Jaru. E a coisa continua fervendo por lá.
É coisa de louco!
É necessário, mais do que nunca, que o caro eleitor observe melhor o perfil e o histórico dos seus candidatos. Neste estado volta e meia temos um prefeito preso, um vereador foragido da justiça, um ex-deputado ou ex- senador atrás das grades. Não que Rondônia seja diferente dos outros estados, mas já passou da hora de se abrir um processo de depuração nesta terrinha.
Os agrobandidos
Não bastava a crescente criminalidade nas regiões urbanas dos municípios rondonienses, eis que o bicho esta pegando na zona rural. A ladroagem anda enorme no campo. Os agrobandidos roubam desde cabrito, boi e saco de sal, até moto-serras e caminhonete. Mais uma preocupação para nossos xerifes.
Pulando cirandinha
Tudo se encaminha para o governador Ivo Cassol e o senador Valdir Raupp pularem cirandinha juntos em vários municípios rondonienses nas eleições deste ano. Existem composições em andamento em Ji-Paraná, Rolim de Moura e em outros municípios encravados no Vale do Jamari e Zona da Mata. Os políticos adoram bancar os alquimistas, tentando misturar água com óleo...
Até quando?
O que se pergunta é até quando Cassol e Raupp ficarão coleguinhas? Com certeza serão rivais nas eleições de 2010, quando ambos vão disputar o Senado. Trata-se de um acordo de trégua política com data para acabar, a não ser que o nosso Felini da Zona da Mata se una em dobradinha ao Senado com o queixada barbudo.
Roteiro de visitas
O presidente regional do PDT Acir Gurgacz cumpriu roteiro de visitas em Porto Velho na quarta-feira, quando presidiu o encontro do bloco PDT/DEM/PMN/PSC. O dirigente pedetista que concedeu entrevista a Rede TV e deu uma esticada na Expovel, foi o senador mais votado na capital nas eleições de 2006.
A linha de Peres
Recepcionado efusivamente pelas lideranças partidárias durante o encontro na Câmara de Vereadores, Acir, que pode assumir o Senado ainda em 2008 - o senador cassado Expedito Júnior cumpre o mandado com liminar - segue os princípios do falecido senador Jefferson Peres, defendendo a educação e a ética na política.
Uma surpresa
O acordo com o PDT, DEN, PMN e PSC que era tido como um ponto pacífico para o projeto de reeleição do prefeito Roberto Sobrinho na capital, acabou não acontecendo. A coalizão não gostou da forma em que o PT entregou o cargo de vice ao PMDB e a definição para uma coligação com os petistas foi despachado para o dia 20.
As chuteiras
O governador Ivo Cassol, o cineasta, nem fala mais em pendurar as chuteiras ao final do seu segundo mandato no Palácio Presidente Vargas. É que ninguém acredita na coisa. O que se vê é ele se articulando para disputar uma vaga ao Senado e na eleição de El Bigodón ( Cahula) ao governo. Aliás, Cahula Morsa já cumpre uma verdadeira maratona de visitas aos municípios.
Jardim, o oposicionista!
Rejeitado como um a noiva ao pé ao altar para compor como vice do prefeito José Bianco em Ji-Paraná, o empresário Joarez Jardim (PSDC) finalmente encontrou coragem para entrar na corrida sucessória de Ji-Paraná como um autêntico pré-candidato a prefeito. Agora a coisa é prá valer: pau no Bianco e oposição sistemática.
Do Cotidiano
O transporte fluvial
Lauro Sodré, Augusto Montenegro, Leopoldo Peres: estes nomes de homens bem-sucedidos acabaram afundando. Quando a empresa SNAAPP (Serviços de Navegação da Amazônia e Administração do Porto do Pará) administrava as viagens fluviais entre Belém e Porto Velho, esses eram alguns nomes dos navios de aço, de origem holandesa, que faziam o trajeto. Um a um eles foram afundando nos rios da região. Era uma viagem por mês e o resto seguia ao sabor do acaso.
No entanto, o desenvolvimento da Amazônia exige um transporte fluvial melhor estruturado. Não se pode mais aceitar a loteria de um transporte que burla a vigilância da Capitania dos Portos para levar passageiros a um jogo de azar em que por vezes todos perdem, pois as volumosas águas amazônicas chegam a dar arrepios até em calejados lobos-do-mar. Nem se trata de enfrentar uma baleia Moby Dick, tal qual no romance de Herman Melville, muito embora haja baleias aparecendo em rios, mas bater uma frágil embarcação de madeira numa solerte balsa em viagem noturna.
Falta-nos o espírito de Irineu Evangelista de Sousa, o barão de Mauá, o primeiro a investir maciçamente no transporte fluvial da região. Infelizmente, o patrono do empreendedorismo brasileiro teve suas fábricas atacadas por sabotagens criminosas e os negócios abalados pela perseguição governamental do Império, sendo levado à falência e vendendo o que tinha a capitalistas estrangeiros.
Desde então, diversas tentativas de tornar o transporte fluvial uma prioridade na Amazônia têm esbarrado em comissões, resoluções e anúncios espetaculares de solução definitiva dos problemas e ainda assim os gargalos existentes teimam em se manter. É como se o espírito de Mauá continuasse a ser sabotado e perseguido.
Ano após ano dezenas de acidentes fatais tem ocorrido nos caudalosos rios da região amazônica tragando centenas de vitimas. O próprio Rio Madeira, com transporte fluvial de passageiros regular para Manaus, a quase 900 quilômetros de Porto Velho, tem sido palco de grandes tragédias. Organizar o transporte fluvial, balizar os rios amazônicos, dar mais segurança para os passageiros que viajam apinhados dentro de embarcações velhas de defasadas, ainda se constituem em grandes desafios na região Norte.
Via Direta
*** Ano eleitoral e as invasões de terras se seguem na capital e em alguns municípios do interior rondoniense *** A falta de cimento continua prejudicando a construção civil em vários municípios do estado *** O pré-candidato do PT Antelmo Ferreira critica o Plano Diretor de Ji-Paraná, formulado pela atual administração *** Para ele, a proposta precisa ser melhor discutida e refletir os anseios da comunidade da capital da BR.
Fonte: Carlos Sperança
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