Terça-feira, 17 de março de 2009 - 06h30
Crise tucana
A crise tucana se arrasta há quase dois anos, aprofundada pelo desvio de recursos financeiros que deixou a legenda a pão e água e sem direito a recorrer ao Fundo Partidário. Na semana passada dois grupos voltaram se digladiar em encontros com lideranças de alta plumagem em Brasília e São Paulo pelo comando regional da agremiação.
Nova tentativa
O grupo liderado pelo ex-vice-governador Aparício Carvalho, que tenta levar o PSDB para as mãos do governador Ivo Cassol – que já controla metade da Executiva regional – só não conseguiu a deposição do atual presidente Hamilton Casara, porque não apresentou um nome de consenso para o novo comando.
Decisão salomômica
O desafio, tanto da corrente que quer permanecer no poder – e vai conseguindo a façanha – como do agrupamento insurrecto é levar um nome de consenso para o Diretório Nacional. Aníbal, Serra, Aécio e cia não querem passar por antidemocráticos e ainda fazem as contas se compensa aceitar a volta do grupo cassolista, expulso da sigla no início da década.
Novas tentativas
Novas tentativas vão acontecer até as convenções regionais. Compor a nova nominata da Comissão Executiva, atendendo aos interesses das duas alas, é que esta pegando. Os tucanos cassolistas tentaram impor o vice-governador João Cahula ou o deputado estadual Tziu Jidaias, mas o comando regional não aceitou. Já, Aparício e cia não aceitam a permanência de Cassara no cargo.
Ataques à bancada
O leitor mais atento já deve ter constatado que a bancada federal de Rondônia tem sido vitima de ataques de personalidades políticas históricas. Primeiro foi o senador Amir Lando, ex-ministro da Previdência e, mais recentemente o ex-governador Jerônimo Santana, voltou a detonar nossos deputados e senadores.
Falta qualidade
Até posso concordar com as críticas de Lando e Bengala, no quesito de falta de qualidade. Eles têm autoridade para criticar: Lando foi um dos melhores tribunos do Congresso; Bengala na sua época foi considerada um dos melhores deputados federais do país. No entanto, esta bancada tão criticada, tem conseguido um enorme volume de recursos para Rondônia, comparado com as bancadas anteriores.
Ficha limpa
O arcebispo Dom Moacir Grecchi lembra a opinião pública que a campanha Ficha Limpa continua. O movimento tem sido liderado pela CNBB e o Movimento Nacional de Combate a Corrupção Eleitoral desde maio do ano passado e o objetivo é atingir 1,3 milhão de assinaturas, o equivalente a 1 por cento do eleitorado brasileiro.
Bons resultados
A grande verdade é que a CNBB e a OAB fazem uma baita dobradinha com as demais entidades que integram o movimento para combater a corrupção no Brasil. Sem essa iniciativa, com certeza o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) não teria cassado os governadores por abusos políticos e econômicos. E vem mais cassações por aí...
Campanha de filiações
O presidente regional do PSOL, professor Adilson Siqueira informa que a campanha de filiações vai até o dia 30 de abril. A sigla tem se transformado numa opção a esquerda, para aqueles que aspiram disputar cargos proporcionais nas próximas eleições, mas quem tem levado a melhor nesta faixa de votos é o PC do B.
PC do B e reforços
A grande performance de Davi Chiquilito Erse nas eleições do ano passado na peleja do paço Tancredo Neves, mais a eleição de dois vereadores na bancada da Câmara Municipal, está tornando o PC do B numa legenda atrativa. Na capital, a juventude esta chegando em peso para se filiar, projetando a eleição dos primeiros deputados dos vermelhinhos no pleito de 2010.
Do Cotidiano
O transporte aéreo
Assim como o transporte fluvial se transformou numa monumental casa da mãe Joana nos últimos anos, com centenas de embarcações clandestinas e tragédias constantes, o transporte aéreo na região amazônica igualmente tem causado transtornos enormes na região Norte. Para debater a questão a deputada Janete Capiberibe (PSB-AP) solicitou a Comissão da Amazônia, Integração Nacional e de Desenvolvimento Regional, que realize audiências públicas para debater o transporte aéreo no Congresso.
O assunto entra em pauta depois de tantos acidentes, especialmente o ocorrido com a queda de um avião Bandeirantes no rio Manacapuru, no estado do Amazonas em fevereiro. Da tragédia resultaram 24 mortos e quatro feridos. No entendimento da parlamentar, o sinistro mostrou novamente o caos no transporte aéreo da região amazônica, sem estrutura e fiscalização, com pouca presença do poder público e omissão de alguns setores privados.
A Agência Nacional de Aviação Civil –ANAC registrou em 2008, 339 incidentes aéreos, dos quais 39 nos estados da região Norte, com 11,5 por cento do percentual nacional. Dos 103 acidentes aéreos. 18 ocorreram na Amazônia, (17,4 %). Com baixa densidade de tráfego aéreo, a estatística de incidentes e acidentes aéreos torna-se mais preocupante. A região concentra o maior número de pistas clandestinas do país, mas que são os únicos aeródromos onde é possível operar o transporte aéreo regional.
Para a audiência pública, convocada pela deputada Janete Capiberibe deverão comparecer à Câmara dos Deputados os ministros dos transportes Alfredo Nascimento, da Defesa Nelson Jobim, o presidente da Infraero, brigadeiro Nicásio Silva, a diretora da Agência Nacional de Aviação Civil –ANAC Solange Paiva; representantes dos prefeitos da região Norte e diretores do Serviço de Proteção da Amazônia -SIPAM.
Com todos os modais de transportes deficitários na região, existe o agravante da política nacional ter priorizado o transporte rodoviário e individual, em prejuízo aos demais tipos de transportes com grande potencial: hidroviário, ferroviário, aéreo e combinações. Na Amazônia, especialmente, o transporte aéreo é imprescindível para vencer as grandes distâncias com rapidez. A região de 5,2 milhões de quilômetros quadrados correspondente a 61 por cento do território brasileiro.
Via Direta
*** A estrada que liga a capital ao distrito de São Carlos (clique e veja vídeo) impulsiona a agricultura da região ribeirinha *** E por falar em riberinhos a queixa é grande pela falta de médicos *** Os nayas rondonienses querem concluir e entregar aos condôminos o prédio rachado *** E quem quiser reclamar tem que ir para a justiça. É o fim da picada.
Fonte: Carlos Sperança / www.gentedeopiniao.com.br
csperanca@enter-net.com.br
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