Sexta-feira, 17 de julho de 2009 - 05h53
Jogo de conveniências
Graças ao jogo de conveniências dos senadores dos atos secretos – José Sarney e Renan Calheiros – o Congresso Nacional acaba de criar mais um precedente grave na sua atribulada trajetória. Tem um senador legal, respaldado pela justiça, que é Acir Gurgacz (PDT-RO), e um ilegal, que é o senador Expedito Júnior (PR-RO), cassado em todas as instâncias.
Diplomado e legalizado
Como Sarney e Renan precisam de votos considerados fiéis para se manter no comando do Senado, não querem dar posse ao senador já diplomado pela justiça eleitoral, que é Acir, porque ele é considerado de “oposição”. Diplomado e legalizado, Acir se vê impedido de assumir sua cadeira por manobras inconfessáveis dos dois raposões.
Dono da bola
Sem dúvidas o governador Ivo Cassol é o dono da bola em Rondônia. Aqui, ele manda invadir, como fazia Raquel Cândido nos seus bons tempos, e também manda desocupar. Bate escanteio e agarra a pelota debaixo das traves. Com relação ao que ocorreu na Usina de Jirau, não é de hoje, que ele apronta das suas.
Falta articulação
Os recentes acontecimentos em Jirau mostram claramente que seu consórcio precisa se articular melhor politicamente e até perante a imprensa. Enfim, tem faltado a competência da concorrente no plano das articulações, que tem os homens certos para os lugares certos e tem tocado a bola redondinho. Se o grupo Jirau não se articular vai continuar apanhando – e tendo prejuízos.
Pulando cirandinha
Tendo em vista as eleições de 2010, o que se vê nos bastidores é a formação de uma coalizão reunindo DEM/PSDB/PPS, que pode atrair ainda o PSDC de Edgar do Boi, o PSB de Mauro Nazif e o PDT de Acir Gurgacz. José Bianco, Moreira Mendes e Edgar do boi têm pulado cirandinha para a montagem do bloco, inicialmente numa aliança para formatar um chapão à Câmara Federal.
Ação e reação
Ocorre que o PMDB e o PT tem chapas poderosas para se garantir na disputa da Câmara Federal. Como não bastasse, vários partidos da base aliada do governador Ivo Cassol (PP/PR/PTB/PV etc) lançam mão de um verdadeiro escrete, para a disputa. Resta, então a formação de uma terceira via, unindo vários partidos para enfrentar uma concorrência tão forte,
Jogo de estratégia
O jogo de estratégia do governador Ivo Cassol para impulsionar o nome do seu ungido João Cahula na peleja sucessória estadual, tem funcionado muito bem nos pequenos e médios municípios, objetos de importantes ações governamentais e de farta distribuição de equipamentos para os colonos. A criação das secretarias regionais também foi outra grande sacada.
Missa encomendada
No melhor estilo tapa de gato, quando se dá a patada e esconde a mão, o Palácio Tancredo Neves, quer se livrar da secretaria de Transportes e Trânsito Fernanda Moreira. Para tanto escalou alguns vereadores para atacar a secretaria e então “encontrar” motivos para demiti-la. Na administração Sobrinho, que é de coalizão, o prefeito precisa de justificativa bem dada para troca.
Estilos diferentes
Bem diferente do que ocorre no Palácio Tancredo Neves, onde se pratica o jogo democrático com ardis, no Palácio Presidenete Vargas, Ivo Cassol não precisa de tantas sutilezas para esculhambar subalternos como seus secretários de estados ou alguns deputados estaduais. Com a sensibilidade de um búfalo do guaporé, invadindo uma loja de cristais, Ivo esculhamba quem não lhe agrada - e publicamente.
Do Cotidiano
Universalizar o ensino
O desafio do século XX para o Brasil era universalizar o ensino. Hoje, embora haja muitas crianças e adolescentes fora da escola por razões diversas, inclusive o desleixo com o cumprimento da lei, em toda a malha urbana brasileira e em grande parte da zona rural já existem condições para a matrícula das crianças. Considera-se que, nesse caso, o Brasil já alcançou a universalização, pois é possível o acesso à escola, embora ainda mais possível seja a dura vida no interior e nas periferias forçar as crianças a deixar os bancos escolares e ir para o trabalho. De qualquer forma, em grande parte o desafio do século XX foi vencido.
Agora, o desafio é dar qualidade à educação, pois sem ela não será possível sair do atraso. Mas esta não é uma tarefa que deva durar todo um século, como se deu com a universalização do ensino, mesmo ainda precária. Deveria ter sido cumprida já nesta primeira década do século XXI, mas não foi. A ânsia para obter um ensino de melhor qualidade continua uma tarefa cumprida mais formalmente que na prática. Há leis, normas, portarias, planos e decisões tomadas a cada instante, mas a vaca não sai do atoleiro.
Já se percebem até atitudes enérgicas, com a ameaça de fechar escolas que não consigam fazer seus alunos apreender os conteúdos mínimos, com medição prevista através de testes periódicos. O caso de Brasília é emblemático, na medida em que se tem a presunção de que a capital federal tem naturalmente um ensino de boa qualidade, até por ser uma das mais importantes vitrines do País e ter uma população infanto-juvenil em boa parte vinda de berços áureos.
A Secretaria da Educação do Distrito Federal determinou a atitude pioneira de impor testes de avaliação dos estudantes das escolas particulares, além do que já ocorre com as públicas. Sem essa avaliação da qualidade do ensino elas não poderão continuar funcionando. A medida faz parte do Sistema de Avaliação de Desempenho das Instituições Educacionais (Siade) que, este ano, monitorou apenas as escolas públicas e servirá como base para o pagamento do 14º salário dos professores e funcionários da rede de ensino do governo.
O Siade persegue esse objetivo sagrado de visar prioritariamente à qualidade, e vai dividir os colégios em quatro parâmetros, como se fossem quatro divisões do futebol: acima do esperado, esperado, básico e abaixo do básico. Os colégios que ficarem de forma reincidente, abaixo do básico podem – deveriam, seria melhor – ter o recadastramento negado.
Via Direta
*** As invasões de áreas de terras avançam na periferia de Porto Velho causando mais e mais demandas sociais *** Já tem cidade no interior do estado pensando na implantação do toque de recolher visando à redução da criminalidade *** Mesmo unidos por Dilma Russef, Cassol e os petistas continuam entre tapas e beijos.
Fonte: Carlos Sperança / www.gentedeopniao.com.br / www.opiniaotv.com.br
csperanca@enter-net.com.br
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