Uma coluna sem papas na língua 18/09/08

Os sanguessugas

Recente levantamento feito pelo Congresso em Foco relata uma aprazível vida para os chamados sanguessugas, aqueles parlamentares que deram o golpe das ambulâncias. Tratando-se de Rondônia, é relatado o caso do ex-deputado federal Nilton Capixaba, que ao invés de ser punido, acabou sendo promovido à condição de subchefe da Casa Civil.

Dormindo de touca

Quero lembrar que um naco do operariado de Porto Velho está perdendo mercado para carpinteiros, pedreiros e eletricistas de fora, principalmente do Nordeste e de Minas Gerais. A importação de profissionais da construção civil vem rolando solta, não apenas pelo critério da qualificação profissional. Muita gente está dormindo de touca.

Péssimo hábito

Devido à escassez de mão-de-obra local, mais o péssimo hábito de boa parte de nossos operários de não gostar de trabalhar aos sábados e as segundas, as empreiteiras já importaram centenas de operários de fora. E vão continuar importando, porque pedreiro, carpinteiro e eletricista se transformaram em raridade na capital rondoniense.

No Cone Sul

Vamos a um panorama das eleições municipais na região do Cone Sul, uma das regiões que mais tem exportado migrantes (principalmente de Colorado do Oeste) para a Ponta do Abunã e Vale do Guaporé. Em Vilhena, a briga esquenta entre o ex-prefeito Melki Donadon, que tem o apoio do senador Valdir Raupp, e Zé Rover, ungido do governador Ivo Cassol.

Em Vilhena

Ainda em Vilhena, o candidato petista Mauro Bill, que disputa a prefeitura com Melki Donadon e o suplente de deputado estadual Zé Rover, optou por desenvolver sua campanha a pé. As visitas às feiras livres, repartições públicas prosseguem na tentativa de virar o jogo na cidade Portal da Amazônia. Lá, Melki e Rover polarizam.

Em Cerejeiras

A cassação dos direitos políticos do atual prefeito Kleber Calixto de Cerejeiras (mas ele disputa o pleito recorrendo à justiça eleitoral) entusiasmou a candidata Vanessa Simões (PT), da coligação “Campo Forte, Cidade Feliz”. Ela deu uma nova arrancada ontem com a presença dos cardeais petistas.

Na região central

Na região central do estado, três favoritos terão que confirmar essa condição nas urnas. O prefeito José Bianco (DEM) caminha para a reeleição, nadando de braçadas, como também Alex Textoni (PTN) vai ponteando em Ouro Preto do Oeste e Gilson Borges (PDT) em Presidente Médici. O último está sendo apertado por Lurdinha do PT, nas últimas semanas. 

Os comissionados

Em alguns municípios, servidores comissionados do governo estadual trabalham pelos candidatos prefeitos do governador Ivo Cassol. Isto já foi constatado em Rolim de Moura, Vilhena e Porto Velho, onde até médico de hospital público (conforme já noticiou Zé Carlos Sá no seu blog) foi sacado de suas funções para apoiar o candidato Garçon.

Em expansão

A cidade de Porto Velho espicha para todos os lados, num processo de expansão extraordinário. Ontem percorri a região da Cascalheira, região de desova de cadáveres, e de ossadas de matadouros clandestinos etc. Até lá, na maior concentração de urubus que já vi – são centenas de bichos radicados naquela região – a cidade se expande. É coisa de louco!

As pesquisas

Nas andanças pelos bairros dá para constatar que a expectativa de pesquisas favoráveis para a oposição em Porto Velho – ou seja, que sinalize para um segundo turno – estão cada vez mais distantes.  Vem por aí mais um balde de água fria nos candidatos oposicionistas que ainda apostam num pleito de dois turnos.

Do Cotidiano

Histórico de traições

As traições políticas, ou como se diz nos bastidores regionais “virar a casaca” em Rondônia não são novidades. Lembro que ainda em meados da década de 80, Paulo Mazola, uma grande liderança do PMDB no Cone Sul, virou a casaca, se aliando ao grupo político do PDS, atraído pelo governador Jorge Teixeirão, Odacir Soares e o Golbey rondoniense José Renato da Frota Uchoa, causando fúria da oposição liderada por Jerônimo Santana e cia. Aquela aliança ajudaria o PDS a infringir uma baita derrota ao favorito PMDB naquele pleito de 1982, elegendo os três senadores, cinco dos oito deputados federais e os 24 deputados estaduais na Assembléia Legislativa. Foi barba, cabelo e bigode.

Mais recentemente, as vésperas das convenções do PC do B o vermelhinho Júlio Olivar foi derrubado em Villhena por um tanto de ingenuidade e um tiquinho de inexperiência. Também não sabia que Vera Paixão e Schram estavam fazendo o jogo do governador Ivo Cassol, ao fecharem com o vereador Zé Rover (PP). Tinham suas razões: derrubar o clã Donadon por lá exige mais unidade da oposição.
Ainda revoltado com o que ele classificou de “traição”, Olívar disparou para todos os lados para denunciar o ocorrido na cidade Portal da Amazônia (na verdade ele foi um verdadeiro pato nas mãos dos aliados de Cassol e Zé Rover).

A traição política é dolorida. Bianco sentiu na pele quando dois aliados de mais de vinte aos (Chiquilito e Camurça) fecharam com o então governador Valdir Raupp em 98. Para sorte do atual prefeito de Ji-Paraná, a militância dos dois não seguiu a nova orientação e acabaram elegendo Bianco (até então na rabeira naquela campanha), num clima de revolta.

Aliás, as revoltas contra decisões das cúpulas tem sido uma tônica em eleições recentes no estado. A própria eleição do prefeito Roberto Sobrinho em 2004 é atribuída à revolta do eleitorado que se sentiu traído e não aceitou a aliança Mauro Nazif/Carlinhos Camurça.

Num passado menos recente, também na disputa pela prefeitura de Porto Velho, tivemos a aliança Jacob Atalah/Raquel Cândido, que no papel sairia como grande favorita para conquistar o Palácio Tancredo Neves. Mas as bases não entenderam a mistura de um político conservador a uma política considerada vermelhinha na época.

Traições e miscelâneas políticas se confundem. Na temporada temos várias alianças frankstênicas montadas. Em Porto Velho já se sabe de alguns lances de espionagem política rolando a solta em cima de um dos candidatos. Vamos ver onde tudo isso vai parar....

Via Direta

*** O SESC abre, com um coquetel hoje, em Porto Velho os XXVI Jogos Comerciários - JOCOM *** O nepotismo cruzado ainda rola solto na aldeia rondoniense *** Os vereadores de Vilhena aumentaram seus vencimentos para quase R$ 5 mil já a partir de janeiro do ano que vem *** Isso que é viver na sombra da população... 

Fonte: Carlos Sperança/Gentedeopinião