Sábado, 9 de junho de 2007 - 06h16
Este sábado seria marcado por dois encontros políticos estaduais. Mas o PDT adiou o seu evento partidário que estava previsto para acontecer em Cacoal. Já, o PSB, liderado pelo deputado federal Mauro Nazif, discute a política de alianças da legenda, hoje em Vilhena. As duas agremiações estão dando a largada visando as eleições municipais do ano que vem.
O que se comenta nos bastidores políticos é que o ex-presidente da Assembléia Legislativa, Carlão de Oliveira, acusado por todos os desvios de recursos do Parlamento estadual na legislatura passada e abandonado pelos aliados, durante a Operação Dominó, já teria decidido: não vai pagar o pato sozinho e, agora, vai dividir as responsabilidades com os beneficiários (que não foram poucos).
Culpas repartidas
Seria até uma estratégia da bancada de advogados, operada pelo brilhante Roberto Jefferson, essa divisão de culpas. Por conseguinte, pode vir por aí mais um lamaçal enorme para prefeitos eleitos pelo esquema (foram três), pelos deputados estaduais eleitos, empresários, um segmento da imprensa, publicitários, etc.
Com atuação cada vez mais ampliada para a região metropolitana, o deputado estadual Euclides Maciel (PSL-Ji-Paraná) sugere a comercialização da carne do jacaré, como já é feito em Manaus, com autorização do Ibama. Seria uma solução para o problema do Lago do Cuniã, onde a superpopulação de jacarés já causa sérios transtornos para a população ribeirinha.
O atual governador Ivo Cassol, passa para a história política, por mais uma façanha: é o primeiro governador, desde o surgimento do estado, a afrontar e levar vantagem num embate com o Sintero. Conseguiu emplacar, com sua larga maioria no Legislativo, uma CPI contra seu grande adversário político, no estado que é o Sindicato dos Professores.
Astucioso, com bons articuladores ao redor, Cassol joga no campo do adversário, asfixando os inimigos, como uma enorme sucuri. No caso do Sintero, ele sabe, que a entidade está dividida - até fragilizada - e não faltarão depoimentos na CPI para enlamear aquela entidade.
Trocado em miúdos: nos próximos dias os dirigentes sindicais poderão gastar suas energias para salvar o próprio couro de adversários internos, de uma autofagia que ameaça corroer suas entranhas. Com isso, poderá ocorrer um natural esvaziamento dos protestos de ruas, liderado pelo Sintero, numa luta legítima, diga-se de passagem, por reajustes salariais.
E, o Sintero, acostumado a botar governadores de joelhos, pela sua enorme capacidade de articulação, pelo seus tentáculos espalhados pela mídia, pelas manifestações de rua, agora, tem pela frente, um osso realmente duro de roer. Caberá aos professores, reagir a altura das articulações governistas. Antes, disto, no entanto, precisam superar as suas próprias divergências internas.
Por enquanto, embora haja uma mobilização total das autoridades constituídas, classes política e empresarial, ainda não existe nenhuma garantia que as licenças ambientais para as usinas de Jirau e Santo Antônio sejam liberadas na semana que vem. E então, a novela do Complexo do Madeira, continua na semana que vem?
Do Cotidiano
Da criação do estado até agora, apenas os ex-governadores Valdir Raupp, hoje senador e José Bianco, atualmente na titularidade da prefeitura de Ji-Paraná, se recuperaram politicamente depois das derrotas que sofreram.
Derrotado em 1998 por Bianco o que se dizia de Raupp? Que não se ergueria mais. Alguns anos depois conquistaria o Senado, sendo o segundo mais votado. Bianco, derrotado por Cassol em 2002, foi considerado até um bode de bicheira por causa do episódio das demissões. Com competência, se reabilitou conquistando a prefeitura de Ji-Parana e hoje é presidente da Associação Rondoniense de Municípios-Arom e pode até ambicionar a volta ao governo ou uma vaga o Senado nas eleições de 2010.
Descontando-se o governador Jorge Teixeira de Oliveira, o Teixeirão, falecido ainda na década de 80, temos durante a era estado, os casos do governador nomeado Ângelo Angelim e dos governadores eleitos pelo voto popular Jerônimo Santana e Oswaldo Piana, que tubularam gloriosamente na política depois de deixar o governo do Estado.
Considerado uma tumba para políticos, o Palácio Presidente Vargas deixou de ser fantasmagórico na Era Cassol. Ivo, o loquaz, foi o primeiro governador reeleito, uma proeza jamais vista na aldeia. Tratando-se de proezas eles tem outras para contar: reeleição a prefeito em Rolim e a vitória de 2002 quando todas as forças políticas se reuniram contra ele no segundo turno. Sem contar o fato de que de caça virou caçador no seu mandato passado. Já na beira do patíbulo pelo impeachment, como um marinheiro Popeye, tomou espinafre e espinafrou os adversários.
Voltando aos ex-governadores: Angelim, depois de tentar o Senado duas vezes, hoje é um pacato morador de Vilhena. Jerônimo Santana, o popular Bengala, o mais brilhante deputado federal da história de Rondônia e um prefeito medíocre de Porto Velho, foi um grande governador. No entanto seria devorado politicamente por uma cria sua: o queixada barbudo Valdir Raupp. Hoje Bengala mora em Brasília.
Por sua vez, o médico Oswaldo Piana Filho, deputado estadual, presidente da Assembléia Legislativa teve uma carreira política meteórica. Com apenas dois mandatos de deputado estadual galgaria o governo do estado. No entanto fracassaria nas eleições seguintes, disputando vaga ao Senado. Reside atualmente no Rio de Janeiro.
Durante a semana falo dos ex-prefeitos de Porto Velho. Afinal como explicar nomes como os de Jacob Atallah, Chiquilito Erse, José Guedes e Carlinhos Camurça, naufragarem tão pesadamente na disputa pelo governo de Rondônia?
Via Direta
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Fonte: csperanca@enter-net.com.br
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