Segunda-feira, 25 de novembro de 2024 | Porto Velho (RO)

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Gente de Opinião

Carlos Sperança

Uma coluna sem papas na língua


As turbulências

 

O final de semana promete chuvas e trovoadas nas relações entre o alto clero e o baixo clero da Assembléia Legislativa. Os cardeais do Parlamento, liderados pelo presidente da Casa, Neodi Carlos, mais os deputados Alex Textoni e  Jesualdo Pires enfrentam a fúria e a voracidade por recursos dos aldeões do baixo clero.

 

As represálias

 

Esta difícil a conciliação das partes. Se o comando da Casa não abrir mão de mais recursos para os parlamentares, o baixo  clero que já tem nove deputados, pode se aliar a dupla PT/PMDB para garantir a eleição da nova mesa diretora,  cuja renovação  pode ser antecipada para o mês de agosto, com a aprovação de emenda constitucional e alteração no regimento  interno.   O grupo já tem chapa pronta.

 

Exército posicionado

 

O exército do baixo clero é liderado pelos deputados José Amauri (Jaru), Maurão de Carvalho (Ministro Andreazza), Daniela Amorim (Ariquemes), Maurinho (Porto Velho) e Tucura (Cacoal). Reclamam de mais espaço ( recursos... no Poder Legislativo e no governo do estado, com nomeações nas secretarias estaduais.

 

No meio do fogo

 

No meio de toda essa fogueira, esta o governador Ivo Cassol, já que a briga é entre a bancada governista/cassolista que detém 18 deputados no Poder Legislativo. Ivo garante que do seu governo não vai sair um centavo para deputado e que não aceita a volta dos velhos hábitos e costumes da bancada anterior. Trata a sua própria bancada –  formada pelo baixo clero e alto clero – a pão e água.

 

Processo de autofagia

 

Como do governo estadual os deputados não conseguem tirar nada, o que não acontecia nos governos anteriores, onde o mensalão era farto através de entidades pilantrópicas, os deputados são obrigados a se virar com seu próprio orçamento. O alto clero quer economizar para construir o centro administrativo e celebrar parcerias com a comunidade, o baixo clero quer grana para fazer política.

 

Chiadeira geral

 

Ao meio de tanta confusão, fogueira de vaidades e da captura de recursos para as eleições a prefeito no ano que vem, uma chiadeira em coro divide os deputados cassolistas do baixo e alto clero, embora não tenham coragem de dizer ao amo, Ivo Cassol: querem mais respeito! São mal atendidos pelos secretários estaduais e quando Cassol visita os municípios  querem ser prestigiados na base regional.

 

Um recorde

 

A disputa pela prefeitura de Porto Velho empolga e os candidatos vão despontando naturalmente. O PRTB tem como provável postulante o médico José Augusto, que fez uma grande votação ao Senado na capital no pleito passado. O PTB terá como opção o nome do deputado estadual Valter Araújo, com um grupo de vereadores e parlamentares já fechados.

 

Edgar do Boi

 

Também o empresário Edgar do Boi, presidente regional do PSDC está sendo lançado candidato a prefeito de Porto Velho por convencionais. No último encontro do partido seu nome foi aclamado. Edgar que na semana passada fez uma peregrinação pelo interior do estado disse que está pronto para o desafio. “Nosso partido está bem organizado e com estrutura para ganhar terreno na capital”, avalia.

 

Nova União

 

Com a presença de autoridades estaduais, o município de Nova União abriu ontem as festividades alusivas ao seu 13º aniversário. Com ampla programação, as festividades se prolongam, até domingo, dia 24, com o encerramento das festividades e a presença do governador Ivo Cassol e do deputado Alex Textoni, vice-presidente da ALE.

 


Do Cotidiano

 

Com objetivos comuns

 

A Amazônia brasileira parecia ter pouco a ver com o Mercosul, na medida em que não faz limites com os demais países inicialmente constituintes do bloco – Argentina, Paraguai e Uruguai. Suas vizinhanças e compatibilidades estão mais relacionadas ao Pacto Andino. No entanto, um estudo que revela a complementaridade entre os dos blocos tende a favorecer a Amazônia em futuro próximo. 

Elaborado por Marcos Jank, Maria Rodriguez-Alcalá e Luiz Fernando do Amaral, do Instituto de Comércio e Negociações Internacionais (Icone), o estudo foi promovido em conjunto com a Agência Suíça para o Desenvolvimento e a Cooperação, concluindo que o Mercosul e a Comunidade Andina não são concorrentes em suas principais exportações agrícolas. A identificação dessa complementaridade vem a ser um virtual ovo de Colombo para a região, na medida em que oferece grande potencial a ser explorado no fornecimento para novos mercados emergentes, como China e Rússia.

Valeu a pena, portanto, a curiosidade dos suíços em relação às perspectivas tanto do Mercosul quanto do pacto Andino. Segundo o estudo, os cinco principais produtos agrícolas exportados pela Comunidade Andina são banana, café, soja, flores e aspargos. Já os cinco produtos-chave do Mercosul são soja, carnes bovina e de frango, açúcar e café. Pode-se imaginar o que seria um “pactão” dos dois blocos, coesionados pela Amazônia, para o futuro da economia latino-americana.

É essa, a rigor, a pretensão da Comunidade Sul-Americana de Nações (Casa): reunir Mercosul e Pacto Andino em torno de uma zona de livre comércio subcontinental para eliminar tarifas para produtos considerados não sensíveis em 10 anos e para produtos sensíveis em 15 anos. Evidentemente a história não se dá como resultado de discursos, mas de práticas. E estas são motivadas por interesses. Neste caso, interesses comuns. A Declaração de Cuzco, firmada em 2004, foi o tiro de largada, mas até chegar ao disco final há um logo caminho a percorrer. No projeto, que se baseia no modelo bem-sucedido da União Européia, prevê-se uma nova moeda, um passaporte e um parlamento comuns.

A Amazônia tem real interesse em apressar essa corrida. A junção do Mercosul com o Pacto Andino vai além da cooperação comercial e complementação econômica, representando também a integração da rede de transportes, como a conexão rodoviária transoceânica Atlântico–Pacífico na região amazônica e ferroviária na região platina, com os portos chilenos, bem como hidroviária entre as bacias amazônica, platina e caribenha (rio Orinoco).

 

Via Direta

 

***  Um clima de desconfiança paira na Assembléia Legislativa: o deputado Tiziu teria virado a casaca, pulando do alto clero para o baixo clero *** E mais: além de reforçar as paliçadas do inimigo, seria agora o candidato a presidente da ALE numa articulação armada pelo PMDB e PT  ***  Trocando de saco para mala: com a estiagem os poços caseiros começam a baixar em toda periferia de Porto Velho.    

 

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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