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Gente de Opinião

Carlos Sperança

Uma coluna sem papas na língua 24/10/09




Cobrando união

Acertada a decisão de cúpula envolvendo PT-PMDB, resta pacificar os partidos nos estados. O presidente Luis Inácio Lula da Silva cobra união nos estados em torno da presidenciável Dilma Roussef, mas a situação é difícil em vista de interesse díspares das legendas aliadas. 



Saco de gatos

No último levantamento geral, foi constatado que os diretórios regionais do PMDB de São Paulo e Pernambuco fazem oposição acintosa ao governo Lula. Igualmente em Rondônia já não é possível um acordo para o primeiro turno e o PMDB já tem prévias marcadas pra 14 de novembro para escolher seu candidato entre Confúcio Moura e Sueli Aragão. 



Crise municipalista


Os prefeitos brasileiros utilizaram a sexta-feira para reflexões no Dia Nacional de Mobilização. Em Rondônia, como nos demais municípios brasileiros, a maioria dos pequenos e médios terão dificuldades para botar as contas em dia neste final do ano. Todos se queixam do cobertor curto do orçamento para atender demandas como saúde, educação, moradia etc. 



Eleição nos Diretórios


Cumprindo a legislação eleitoral, o PMDB começa a renovar seus diretórios municipais, para em seguida tratar da eleição do Diretório Estadual, o que deverá acontecer em novembro, num encontro em Ji-Paraná, com as prévias do partido para a escolha do candidato ao governo do estado. Cacoal, a Meca do PMDB, Sai na frente. A eleição será hoje na Câmara de Vereadores. 



Cachimbo da paz

O governador Ivo Cassol e o senador cassado Expedito Júnior estão fumando o cachimbo da paz, depois de algumas semanas de intrigas e turbulências envolvendo toda a base governista. Ficou combinado, para evitar rachas, e dentro do jogo de conveniências entre os dois, apenas se tratar da questão sucessória com definições no ano que vem. 



Longo caminho

Na verdade, Ivo vê o quadro político regional com toda lucidez. Como definir os caminhos da base aliada, se o fantasma da cassação ainda ronda as portas do próprio governador e do vice Cahula? E o próprio Expedito, que ficará sem o mandato no Senado enfrentado a campanha nacional contra os fichas sujas? Ele pode perder fôlego mais adiante. Então quem estiver melhor – entre ele e Cahulla - sai candidato. 



Os empecilhos

E se confirmando a cassação do governador e vice, quem terá a máquina na mão para decidir quem é quem na base governista será mesmo o presidente da ALE Neodi Carlos. E caso Cassol permaneça no poleiro sem a penalidade da justiça eleitoral, ele renunciará em abril para disputar o Senado, sendo Cahulla o candidato natural a “reeleição”. 



Não acreditam


Adversários do prefeito Roberto Sobrinho – e parte da militância do seu próprio partido - não acreditam que o alcaide de Porto Velho, no final de tudo se arrisque a deixar o Palácio Tancredo Neves, com os cofres abarrotados, para disputar o governo do estado. Os riscos são enormes, inclusive para sua carreira política. 



Baita lambança...

Em caso de derrota ao governo, o que se vê, é que os petistas também ficariam sem a prefeitura e perspectivas para eleger o sucessor do prefeito em 2012, numa lambança sem precedentes na história política regional. A maior parte do Diretório Estadual também não aprova a entrega do Palácio Tancredo Neves ao PMDB. 

Do Cotidiano

Os campeões mundiais


Em países europeus, como França e Itália, a traição à Pátria era punida com o linchamento. No Brasil, basta um moleque roubar uma galinha e a multidão se junta para “justificar” o ladrão. Linchar ladrões pés-rapados é uma das características do linchamento à brasileira, o que torna o País um dos campeões mundiais na “modalidade”.
O termo “linchar” se origina de Charles Lynch, um juiz que atuava no oeste dos EUA, no século 18. Como as cidades que estavam nascendo ali não tinham lei, Lynch mandava recobrir o corpo do criminoso de piche e colocar penas de galinha nele, obrigando-o a desfilar pelo povoado, para todos saberem que ele deveria ser evitado.
Via de regra o linchamento é uma forma de punição coletiva contra alguém que desenvolveu uma forma de comportamento antissocial, segundo o jurista José de Souza Martins, professor de sociologia da Faculdade de Filosofia da USP, que prepara um livro sobre o assunto. Como a população tem a sensação de que a Justiça é falha, até porque não pune os linchadores, isso garante o apelo fácil à violência coletiva.
“Em geral, é linchado o pobre, mas há várias exceções”, diz o pesquisador. “Há uma pequena porcentagem superior de negros em relação a brancos. Se um branco e um negro, separadamente, cometem o mesmo crime, a probabilidade de o negro ser linchado é maior”.
De acordo com os dados já reunidos pelo pesquisador, um ladrão de galinha vai sair muito machucado e pode acontecer de ele morrer, mas o risco de ser queimado é mínimo. “Com o estuprador é o contrário. Há também uma escala de durabilidade do ódio. Se um ladrão sobreviver durante 10 minutos de ataque, está salvo. Tem havido muitas tentativas de linchamento em acidentes de trânsito. Mas normalmente a polícia chega logo e evita o ataque”.
São raros os casos em que mulheres são linchadas, mas há muitas mulheres linchadoras. “De modo geral, os linchamentos são urbanos”, diz Martins. “Ocorrem em bairros de periferia. Porém, há linchamentos no interior do País, onde quem atua é a classe média. O caso mais emblemático é o de Matupá, no Mato Grosso. O linchamento foi filmado e passado pela televisão, no noticiário. Três sujeitos assaltaram o banco, a população conseguiu linchá-los e queimá-los vivos. Isso foi à classe média. E quando a classe média lincha, a crueldade tende a ser maior, porque ela tem prazer no sofrimento da vítima. O pobre é igualmente radical, porém é mais ritual na execução do linchamento”. 


Via Direta

*** O final de semana é marcado por encontros partidários em Ouro Preto e Cacoal *** Amotinados, os pré-candidatos a deputado estadual do PP não aceitam o ex-prefeito Carlinhos Camurça na nominata *** Mais um abacaxi para os dirigentes pepistas descascar *** Pensando em 2010 a máquina petista espalha pavimentação adoidado nos bairros *** Coisa de louco! 

Fonte: Carlos Sperança - csperanca@enter-net.com.br 
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