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Gente de Opinião

Carlos Sperança

Uma coluna sem papas na língua 26/07


É batata, caro leitor!
 
A cada sorteio da Controladoria Geral da União –CGU para fiscalizar os municípios brasileiros os prefeitos ficam aterrorizados. No último sorteio, Rondônia foi "contemplado" para fiscalização com a escolha de Nova União.  Teremos mais um alcaide pego em irregularidade? É batata...
 
Uma coisa de louco
 
Vamos rezar, para que os erros do nosso prefeito rondoniense (sempre tem alguns, né?)  não sejam graves, como estradas de papel, pontes inexistentes e  até pão superfaturado, como já foi constatado em outras municipalidades. Se for só algumas notas fiscais adulteradas já é lucro, porque tratando-se dos políticos rondonienses...
 
Então, já começou?
 
Como revelei ontem,  existem duas sondagens sobre o pleito de 2008 na capital. Na primeira o prefeito Roberto Sobrinho (PT) lidera a corrida sucessória, numa segunda o deputado federal Lindomar Garçon (PV), ponteia. Em ambas o deputado federal Mauro Nazif está em segundo lugar. Tem gente sapecando na praça. Mas quem?
 
É  bem improvável...
 
A enquete que aponta Lindomar Garçon na ponteira – ainda mais sem a confirmação do apoio do governador Ivo Cassol – me parece mais improvável. Se for verdadeira, estará confirmado um novo fenômeno político em Rondônia. Ele nem entrou em campanha e já esta na frente?  Outra coisita: Ele fez menos votos que Mauro Nazif a federal por aqui... 
 
Cartas na manga
 
Se Roberto Sobrinho, que disputa a eleição pelo PT, um  partido detentor de uma média de quase 30 por cento de votos na capital nos últimos pleitos, não estiver na frente – e bem na frente! – é porque as minhas contas políticas estão furadíssimas. Vou capinar quintal, caro leitor, já que então, como analista político eu já era!
 
Ciência exata
 
Sempre lembro, que política não é uma ciência exata. Mas existem parâmetros para medir esta situação.  Senão vejamos: são quase 30 mil bolsas famílias distribuídas pelos petistas na capital, perto de 30 mil terrenos já regularizados e mais uma penca de obras pela cidade. É um segundo turno bem encaminhado e, com certeza, na liderança, com boa folga. Para o segundo turno, serão outros quinhentos.
 
A fragmentação
 
Sobrinho também é beneficiado pela divisão da oposição na capital. Temos uma manada de candidatos fragmentando os votos oposicionistas ( a mesma coisa ocorreu no caso de Ivo no pleito ao governo e ele acabou levando no primeiro turno). No caso da mistura água com óleo entre Nazif e Carlinhos, o que me surpreende é que eles não perceberam ainda que essa aliança foi – e é uma furada.
 
A melhor opção
 
No mais, o que se observa, é que esta nas mãos de Ivo Cassol, do alto dos seus quase 40 por cento dos votos na capital na eleição passada, a indicação de um nome para fazer frente à Sobrinho. Sem dúvidas, Garçon se apresenta como a melhor opção para ganhar um pleito pela bandeira cassolista. Também está nas mãos de Ivo esvaziar o nome de Garçon, indicando um outro nome – como Alexandre Brito, por exemplo – para fazer frente ao petista.
 
Jogo de estratégia
 
Até agora Ivo segurou as cartas, mas não se mostra animado em referendar a postulação de Garçon, o predador do futuro, que com seu jeitinho de Melki Donadon e simplicidade de Raupp, somado a de Gugu Liberato tupiniquim, cativa o povão. Mesmo porque, Ivo não está disposto a dar asas para ser devorado pela criatura mais a frente...
 
Do Cotidiano

A criminalidade dispara

Atônita, a população de Porto Velho assiste a uma nova escalada da criminalidade. Das esquinas da Avenida Petrolina, que corta os bairros Mariana e São Francisco, aos becos do Mocambo, na região central, o tráfico de entorpecentes se alastra, causando mais embates entre jovens com a Polícia, de traficantes contra traficantes, impulsionando as estatísticas de latrocínios, homicídios e da prostituição. Onde tem droga, como nos morros do Rio de Janeiro, ou nas favelas de Foz do Iguaçu, a criminalidade se espraia. Na capital rondoniense, onde existem mais de 1000 pontos identificados de vendas de drogas, não poderia ser diferente.

Afora a grave crise social, provocada pelo desemprego,  cuja solução vai depender de ações do governo federal para melhorar os indicativos de qualidade de vida da população brasileira, a questão da segurança pública em Rondônia passa pela falta de união entre os governos federal, estadual e municipal. O combate a criminalidade exige atitudes coesas das três esferas, o que não tem ocorrido.

Da parte da União, precisamos de ações voltadas a repressão do tráfico de drogas na fronteira com a Bolívia. Rondônia se transformou nos últimos doze meses num quintal dos cartéis dos barões do pó, como nos anos 80. Além do Ministério da Justiça não agir com mais rigor com relação ao tráfico de drogas que se ganha proporções alarmantes, nosso estado precisa de mais socorro quanto a permanente crise penitenciária. Afinal Rondônia tem mais presos do que os estados do Acre, Amazonas, Amapá e Roraima juntos. A complexidade deste problema agrava-se como um barril de pólvora provocado pela existência de quase 2 mil mandatos de  prisão de bandidos a solta na capital. São latrocidas, estupradores, ladrões, traficantes etc. Um coquetel explosivo.

Não bastassem as falhas originadas da União, o governo local tem sido omisso com a porteira aberta do Complexo Penitenciário Ênio Pinheiro. Constantemente promotores têm denunciado a saída irregular de presos da Colônia Agrícola. Eles roubam e assaltam de dia e voltam a noite para dormir sob a proteção oficial. Sem conter este ralo, não há como o combate a criminalidade ser bem sucedido. De nada vai adiantar gastar fortunas em armas e viaturas, com tanto bandido solto, com tanto preso que sai de dia para voltar a noite para suas celas impunes.

Também chama a atenção a necessidade do município entrar nesta parada. Todos nós sabemos, que constitucionalmente o estado é o responsável pela questão da segurança. No entanto, os agravantes locais exigem também um esforço da Prefeitura de Porto Velho, que poderia se aliar a Lula e Cassol na luta contra o crime. A criação da Guarda Municipal viria em boa hora.

Via Direta
*** Nossos políticos estão se especializando em pacificar protestos na BR 364 *** Desta vez foi o chefe da Casa Civil Juarez Jardim a negociar com os revoltosos *** Com matéria especial sobre a biopirataria em Rondônia a revista Momento Brasil circula no inicio de agosto *** RR Soares, que visita municípios do estado se transformou numa febre de público por onde passa.
Fonte: csperanca@enter-net.com.br

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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