Quinta-feira, 30 de outubro de 2008 - 06h05
Café da manhã
O deputado estadual Alex Testoni (PTN) prefeito eleito de Ouro Preto do Oeste avisa que não se esqueceu do café da manhã prometido à imprensa regional, para falar dos seus projetos na ALE e de seu futuro mandato como alcaide na Bacia Leiteira. Apenas teve que adiar o evento – que acontecerá na capital – em virtude de uma intervenção cirúrgica.
Transição tranqüila
Testoni adiantou que o processo de transição tem sido tranqüilo em Ouro Preto com o atual prefeito Brás Rezende e já no primeiro encontro tomou ciência da situação daquela municipalidade. A grande verdade é que o homem do boné caçou para a cabeça: a prefeitura local é uma massa falida e quem assumir vai ter que ralar.
Com maioria
Os prefeitos eleitos em primeiro e segundo turno nas capitais não terão dificuldades políticas para administrar seus municípios. Todos terão maioria nas Câmaras Municipais, seja com o apoio do seu partido, ou com a formação de uma base sólida base aliada. É o caso de Porto Velho, com Roberto Sobrinho (PT).
Sucessão presidencial
Animada com os resultados das eleições municipais a oposição começa a armar o bote para desalojar os petistas do Palácio do Planalto. A primeira articulação de tucanos e Democratas é atrair aquela porção dissidente do PMDB formada pelos ex-governadores Orestes Quércia (SP) e Jarbas Vasconcelos (PE).
Dois candidatos
O que falta no PT – um candidato exeqüível para a disputa presidencial de 2010 – o PSDB tem de sobra. Com os governadores José Serra (São Paulo) e Aécio Neves (Minas Gerais), a passarada tem alternativa sobrando. A partir de agora os dois passam a disputar a preferência dos convencionais tucanos para a peleja que vai definir o sucessor de Lula.
Asas aparadas
Com a cassação do vereador Isaú Fonseca, presidente da Câmara de Vereadores de Ji-Paraná e vereador mais votado da capital da BR no pleito 2008 (e a perda dos seus direitos políticos por três anos) teremos um predador a menos para os deputados estaduais da região em 2010. Com as asas aparadas, fica difícil para o petebista voltar a voar pelos céus de Jipa.
Jogo aberto
Já existe uma candidatura declarada ao governo de Rondônia para 2010: a da senadora Fátima Cleide (PT-RO) que disputou o cargo em 2006 e foi derrotada pelo governador Ivo Cassol. Dois outros nomes são ventilados dentro do partido, o prefeito Roberto Sobrinho, depois da vitória consagradora em Porto Velho e do deputado federal Eduardo Valverde, coordenador da bancada federal.
Projeção petista
Os petistas estão animados com as vitórias na capital e Cacoal, dois dos cinco maiores colégios eleitorais no estado e o desempenho do partido nos pequenos e médios municípios projeta a legenda – ainda mais com o apoio de Lula – com um pé no segundo turno em 2010. Agora, saber quem será o candidato do partido são outros quinhentos. A base já grita por Roberto Sobrinho.
A motivação
Houve uma motivação especial para a senadora Fátima Cleide antecipar seu nome para 2010: nos bastidores já se falava de um acordo envolvendo PT/PMDB com chapa pronta para a próxima eleição articulada pelo presidente regional do PMDB Valdir Raupp: ela seria formada por Roberto Sobrinho ao governo, com Sueli Aragão (PMDB) na vice. Os candidatos ao Senado seriam Raupp e Fátima Cleide...
Do Cotidiano
A batalha da preservação
O Pacto Desmatamento Zero, criado por um grupo de oito entidades, dentre as quais o Greenpace e a Amigos da Terra, sustenta a tese de que já existem, na Amazônia, terras suficientes para a atividade econômica. Nesse caso, cabe preservar o restante.
Há uma intensa briga de números. Já se disse que, quando consultor, o atual presidente do BNDES, Luciano Coutinho, estimou em 1 bilhão de reais o custo para atingir a meta de desmatamento zero na Amazônia. Agora já se fala nesse mesmo bilhão, fácil de dizer e difícil de conseguir, por ano. Obviamente, ninguém diz quantos anos serão necessários até atingir a meta e qual será mata restante ao final desse processo.
Há mais brigas de números. Sérgio Leitão, ativista do Greenpeace, agarra-se à tese da ong, de que já há terras suficientes para a exploração econômica, insurgindo-se contra um estudo recente publicado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), que é uma instituição tão ou (diríamos) mais respeitada que o Greenpeace, afirmando que o Brasil só tem 7% de terras agriculturáveis. Para Leitão, os dados são suspeitos, pois foram elaborados com terras sobrepostas e desconsiderando as terras já desmatadas. Ele acredita que um número mais realista seria de 30% de terras aptas para o desenvolvimento da agricultura no País.
Mas a proposta de rumar ao desmatamento zero é sensata, apesar de todo esse ruído em torno de números. Sobretudo se o bilhão redondo proposto efetivamente fosse investido em pequenos e médios produtores que atuam com sustentabilidade, no apoio aos governos federal e estaduais da Amazônia para a fiscalização, que é precaríssima, e na criação de instrumentos econômicos que possam mudar as razões que levam ao desmatamento florestal.
Será vital, nesse caso, a formação do Fundo Amazônia, destinado a captar a gana mundial de amor à grande floresta preservada na forma de doações substanciais. Já que o assunto é bilhão, a Noruega abriu a fila e fez a doação de US$ 1 bilhão, parcelados até 2015. É também 1 bilhão de dólares o valor estimado pelo ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, para a captação do Fundo Amazônia em seu primeiro ano.
Tomara o otimismo do ministro prevaleça e a crise financeira mundial não afete a santa disposição dos demais países de fazer doações generosas ao Fundo. Após a mencionada primeira doação da Noruega, Minc afirmou que a Coréia, Japão e Suécia mostraram interesse em doar mais cotas de recursos para o fundo. Como se sabe, a regra elementar do Fundo é o governo ter o dinheiro disponível se, no ano anterior, a taxa de desmatamento da Amazônia for menor do que a média dos últimos dez anos.
Via Direta
*** Os prefeitos eleitos já estão chorando as mágoas *** Serão obrigados a trabalhar com orçamentos mais apertados por causa da crise econômica *** Os deputados andam tão sujos que apenas 18 por cento daqueles que disputaram o pleito conseguiram se eleger prefeitos nas eleições municipais *** Em Rondônia, dois federais tentaram abiscoitar a prefeitura de Porto Velho e acabaram tubulando gloriosamente.
Fonte: Carlos Sperança/Gentedeopinião
csperanca@enter-net.com.br
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