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Gente de Opinião

Carlos Sperança

Uma coluna sem papas na língua 31/08


Ferrovia transamazônica
Mesmo sendo um projeto guardado a sete chaves pelo BNDES, a construção da Ferrovia Transamazônica, ligando Manaus à Porto Velho, já ganha espaço na grande imprensa. O Jornal do Brasil publicou matéria na quarta-feira tratando do assunto. O empreendimento já está sendo tratado até na Bolsa de Londres.

Centro de pesquisas
A criação de uma comissão mista para estudar a criação de um centro para o desenvolvimento de pesquisas sobre a biodiversidade da Amazônia em nosso estado, foi apresentado pelo deputado estadual Jesualdo Pires (PSB-Ji-Paraná). A proposta visa integrar as faculdades, o Comitê Pró-Usinas, o Ibama e a Assembléia Legislativa na impçantação de um futuro instituto.

Centro de pesquisas
Jesualdo, em sua justificativa, cita que seu objetivo é transformar Porto Velho e Rondônia num grande centro de excelência na área de pesquisas e desenvolvimento de produtos biológicos, fármacos, essências, minérios etc. Trata-se de um dos projetos mais importantes já apresentados no Parlamento Estadual nesta temporada.

Dois candidatos
A iniciativa do governador Ivo Cassol em projetar dois candidatos a prefeito – Lindomar Garçon (PV) e Alexandre Brito (PTC) – em Porto Velho me parece muito temerária. A principio pode parecer uma estratégia correta, que é fomentar a fragmentação do eleitorado  para acabar com qualquer possibilidade de vitória do atual prefeito Roberto Sobrinho em primeiro turno.

Estratégia perigosa
Mas ocorre que fracionando o eleitorado cassolista em duas correntes na capital, além de facilitar a vida do prefeito Roberto Sobrinho com uma previsível chegada na ponta no primeiro turno, a artimanha de El Rei poderá  prejudicar seus escudeiros, ensejando o ingresso para o segundo turno de um outro nome: Mauro Nazif, por exemplo.

Mais factóides
O anúncio da possível candidatura do deputado estadual Alex Textoni (PTN) a prefeitura de Porto Velho foi considerada como mais um  dos factóides da política regional. Ninguém levou a sério, como também não era sério o infarto do ex-prefeito de Vilhena Melki Donadon. Se Textoni transferir seu título eleitoral até 30 de setembro até que poderá se acreditar na coisa.

Nem rodoviária
O ex-prefeito de Candeias Lindomar Garçon (PV), agora pré-candidato a prefeitura na capital, já começa a levar as primeiras agulhadas da concorrência. Segundo os adversários Garçon não teve competência nem para construir uma rodoviária na cidade satélite e durante suas três gestões, nenhuma agência bancária. Tá ainda em tempo Garçon!

Com estatura?
Os concorrentes também já botam vacinas contra Garçon pela aldeia. Veja esta outra: que o ex-prefeito de Candeias não teria estatura para ser prefeito de uma capital como Porto Velho, já beirando os 400 mil habitantes. Sejamos francos: Garçon não tem estatura física, já que é baixinho, mas no campo político, tem revelado muita competência.  Estatura política, tem.

A criminalidade
A criminalidade na periferia de Porto Velho está cada vez mais parecida com as favelas do Rio de Janeiro. Tráfico de drogas, mortes por bala perdida, latrocínios etc. A questão de segurança pública continua sendo um dos calcanhar de Aquiles das esferas governamentais, assim como a a  nossa saúde pública.

Traficantes acreanos
Recente levantamento dá conta que boa parcela dos traficantes presos em solo rondoniense são acreanos transportando drogas a partir de Rio Branco e de cidades na fronteira com os países andinos. Rio Branco agora se integra na rota do tráfico pela "Rodovia Transcocaineira" que liga Porto Velho a São Paulo.

Do Cotidiano

A água e a autodestruição

Exibido em Tela Quente na última segunda-feira, pela Globo, o filme “O Dia Depois de Amanh㔠(Roland Emmerich, 2004) foi ridicularizado nos EUA por seus defeitos – ser um disaster movie, por exemplo. Mas deveria ter sido levado em conta no mínimo por um recado implícito, muito superior aos dramáticos efeitos visuais da “fita”, como se dizia na era pré-digital: nós podemos nos autodestruir.

No filme, o climatologista Jack Hall (Dennis Quaid) tenta convencer autoridades imbecis a salvar o mundo do aquecimento global, que ele avisa ser capaz de gerar uma nova era do gelo. Nela, o hemisfério Norte seria varrido do mapa. Uma das coisas interessantes do filme é a multidão de flagelados americanos cruzando ilegalmente a fronteira com o México, lembrando por antecipação o pandemônio ocorrido com a passagem do furacão Katrina, em agosto de 2005, outro anunciador da tragédia prevista no filme-desastre de Emmerich.

Na ficção científica há felizes sobreviventes em um mundo globalmente pacificado pela tragédia, na catarse grega da purgação do malefício gerado pela imprevidência ou insensatez das autoridades norte-americanas. Na realidade, entretanto, os profissionais da guerra encastelados no Pentágono projetam para a Amazônia um palco de guerras, como aponta um relatório encomendado ao Global Business Network, empresa californiana especializada em tendências de negócios. Mesmo que as autoridades reais continuem não dando bola para as previsões apocalípticas dos cientistas e se divirtam com a perspectiva de novas guerras para alimentar a sanha belicosa de Tio Sam, é preciso que o Brasil e seus parceiros amazônicos estejam atentos ao cenário desenhado pelo Pentágono, pois ele pode ser tudo, menos insensato. Se houve uma corrida do ouro, se a luta pelo petróleo foi a base de toda a economia moderna (Daniel Yergin e seu cartapácio monumental que o digam), não resta a menor dúvida de que a água doce foi escalada para ser o bem mais precioso e requisitado na futura economia planetária.  

Trata-se, portanto, de um enorme desafio à diplomacia brasileira, uma ação de Estado e não de governo nominalizado, péssimo hábito que ainda se tem no Brasil (“governo FHC”, “governo Lula”). A previsão de que a guerra da água vai liquidar cerca de 400 milhões de pessoas nos três principais teatros de guerra – os rios Amazonas, Nilo e Danúbio –, surgiu também em 2004, exatamente o ano em que o filme de Roland Emmerich foi às telas.

Via Direta

*** Convencionais do PSB rondoniense participam do encontro nacional do partido neste final de semana em Brasília *** O município de São Francisco do Guaporé pena com o problema de falta de água tratada *** O prefeito de Presidente Médici Charles Modro (PMDB) está mais sujo do que poleiro no distrito de Riachuelo

Fonte: csperanca@enter-net.com.br

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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