Segunda-feira, 25 de novembro de 2024 | Porto Velho (RO)

×
Gente de Opinião

Carlos Sperança

Uma coluna sem papas na língua 31/10/08


 

Bancada federal

A bancada federal de Rondônia se reuniu para discutir a crise e se organizar para enfrentar os eventuais cortes no orçamento da União. Como Rondônia foi um dos estados mais beneficiados no aporte de recursos, eis que também será o mais prejudicado, caso haja um contingenciamento – já previsto – pelos ministérios da área econômica.

As prioridades

Ao final do encontro da bancada rondoniense, o deputado Eduardo Valverde (PT-RO) deixou bem claro as prioridades das emendas para o orçamento da União para 2009: obras de infra-estrutura, saúde, educação, regularização fundiária, saneamento, agricultura e cultura. As emendas de bancadas devem chegar a R$ 150 milhões.

Obras ameaçadas

Como as previsões de cortes chegam a R$ 12 bilhões, não existe a menor dúvida, que vamos ter nosso quinhão de perdas. Ainda não existe uma definição das obras ameaçadas no estado, mas algumas deverão ser paralisadas ou até mesmo suprimidas. É lamentável: justamente quando RO se preparava para ganhar a ponte binacional em Guajará-Mirim, dúzia de viadutos, as pontes do Rio Madeira etc.

CPI do Leite

O depoimento do secretário da Agricultura Carlos Magno, na CPI do Leite, a rigor não trouxe novidades para elucidar alguma coisa. Mas serviu para marcar posição do governo estadual para beneficiar os pequenos produtores, na medida em que tem adotado medidas para estimular o consumo do produto nas escolas, hospitais e presídios.

Vitimas do capitalismo

Como não sou político, e, por conseguinte, não preciso ficar arregimentando votos juntos aos pequenos produtores, vou trocar a coisa em mudos, sem procurar pelo em ovo. A crise existente no mercado do leite rondoniense, não tem sido diferente do que ocorre em outros estados. O capitalismo tem leis que regulam o mercado e esta penalizando tanto os produtores – os mais prejudicados – como os próprios laticínios. Muitos já fecharam as portas.

Saindo na frente

O deputado federal Moreira Mendes (PPS-RO) saiu na frente e é o primeiro parlamentar da bancada federal a discutir com os prefeitos e vereadores rondonienses o orçamento Geral da União para 2009. O municipalismo está à míngua, de pires na mão e, os recursos alocados serão de grande importância para os municípios rondonienses.

Uma coluna sem papas na língua 31/10/08 - Gente de Opinião

Onda de assaltos

Seja em bairros mais nobres, ou na periferia tem ocorrido uma verdadeira onda de assaltos e arrombamentos em Porto Velho, contrariando as estatísticas da secretaria de Segurança Pública do estado sobre quedas nos índices de criminalidade. Ao invés de maquiar pesquisas, a pasta precisa se equipar melhor para enfrentar esta situação.


Migração intensa

A migração continua intensa em Porto Velho. Bairros periféricos surgem do dia da noite e continuam espichando com as invasões, como ocorriam na década de 80. Retomando a fama de Eldorado, a capital rondoniense tem que se preparar para as demandas sociais que serão criadas com este novo boom demográfico.

Cabelos em pé!

Cada vez que a Controladoria-Geral da União sorteia cidades para fiscalização de obras, os prefeitos ficam de cabelos em pé. É que a maioria tem culpa em cartório e geralmente os fiscais do CGU desmoralizam os balancetes dos alcaides, comprovando maracutaias que vão desde superfaturamento na compra de pão, até estradas de papel.

Barbas de molho?

No meio da semana, a CGU promoveu um novo sorteio para fiscalizar a aplicação das verbas em programas federais: serão 60 municípios, atingindo 24 estados. Tem município de Rondônia no meio e o prefeito “felizardo” já deve estar com a pulga atrás da orelha. Aposto – seja qualquer um dos 52 no estado – que o sorteado já está de barbas de molho...


Do Cotidiano

Os sindicatos e os trampolins

Na falta de sindicalistas mais abnegados, os sindicatos, centrais sindicais e até o MST tem apelado para contratação de manifestantes Brasil afora. Não se faz mais sindicalistas como antigamente e a modernidade gera outras atividades, extra-sindicais para seus abastados dirigentes.

Em Curitiba, por exemplo, os bancários contrataram piqueteiros a diária de R$ 40,00 mais dois sanduíches, para encorpar a greve. A mesma prática também se constata em outros estados, onde cada vez esta mais profissionalizada. Onde, vamos parar? O bancário para fazer greve, tem que contratar carpinteiro como manifestante, o professor capta desempregados, os sem-terra, comerciários na cidade...

Em Rondônia existem sindicatos com arrecadação e força suficiente de uma prefeitura de porte médio. O Sintero, que congrega os professores é um exemplo. Uma entidade que consegue colocar os governadores de joelho (exceto Cassol, que tem sido um osso duro de roer pra todo mundo) e até suas eleições são disputadas, como se fosse à eleição de um prefeito, deputado etc.

Bons tempos de sindicalismo em Rondônia eram os anos 80, com Odair Cordeiro, José Neumar, Montezuma e Bernardo Lopes. Pobres de dar dó e idealistas, como padres franciscanos. A mobilização era a pé, as pixações noturnas e se cuidava das urnas no dia de eleições, sem marmitex.  Eles e seus adeptos ficaram o dia inteiro nas seções eleitorais com o bucho vazio, sem reclamar. Dos outros partidos, ninguém aceita a tarefa sem mordomias. 

Até os anos 90 era bem fácil diferenciar um fiscal petista a um pefelista no dia das eleições, hoje a coisa esta cada vez mais igual. O devorado petista chegava a pé, o pefelista de carro e às vezes ainda chiando, já que se preocupava mais era em manter seu cargo na prefeitura ou no governo do estado.

Cada vez mais envolvidos na política partidária, os sindicatos se transformaram em trampolim para a eleição de vereadores, deputados, estaduais, federais e até senadores. Na bancada federal rondoniense, por exemplo, Eduardo Valverde, Anselmo de Jesus e Fátima Cleide despontaram em sindicatos, assim como na Câmara de Vereadores de Porto Velho e Assembléia Legislativa do estado estão repletos de sindicalistas.

Via Direta

*** O governador Ivo Cassol pretende utilizar os recursos destinados à construção de um hospital em Porto Velho para Cacoal *** Ora, Cacoal acaba de inaugurar um grande hospital construído pela abnegação do padre Franco *** Mas já que Ivo não quer beneficiar a capital, que construa um outro em Ji-Paraná ou Vilhena *** Com grandes demandas regionais, esses municípios também estão precisando de mais apoio na saúde.

Fonte: Carlos Sperança/Gentedeopinião
csperanca@enter-net.com.br

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

Gente de OpiniãoSegunda-feira, 25 de novembro de 2024 | Porto Velho (RO)

VOCÊ PODE GOSTAR

Os clãs políticos rondonienses já formados e outros em criação já se preparam para as eleições de 2026

Os clãs políticos rondonienses já formados e outros em criação já se preparam para as eleições de 2026

Sem perdãoHá pessoas que se dizem cristãs, mas abrem caminho ao inferno ao ofender os semelhantes, esquecendo que uma das principais lições do crist

Dá pena de ver a situação a Av, 7 de setembro no centro antigo de Porto Velho

Dá pena de ver a situação a Av, 7 de setembro no centro antigo de Porto Velho

O jogo da Amazônia Em todo o mundo se tornou obrigatória a pergunta “e agora, com a eleição de Trump nos EUA?” Mao Tsé-tung disse que se os chinese

É bem provável que ocorra uma regionalização de candidaturas ao Palácio Rio Madeira

É bem provável que ocorra uma regionalização de candidaturas ao Palácio Rio Madeira

DesbranqueandoA jornalista brasileira Eliane Brum, descendente de italianos e filha de pai argentino nascida em Ijuí, Noroeste gaúcho, certo dia dec

A classe política está querendo antecipar o processo eleitoral de 2026

A classe política está querendo antecipar o processo eleitoral de 2026

Tartarugas humanasO desmatamento e a piora do clima causam prejuízos generalizados aos povos amazônicos. Os que mais assustam são as perdas na agri

Gente de Opinião Segunda-feira, 25 de novembro de 2024 | Porto Velho (RO)