Sexta-feira, 22 de junho de 2018 - 20h47
O município de Machadinho do Oeste, desmembrado de Ariquemes, no Vale do Jamari, vivenciou na década de 90 recorde nacional de crescimento demográfico tamanha avalanche migratória. Com enorme influencia de migrantes sulistas, o município que já está entre os dez mais importantes do estado, vai viver uma nova epopéia com a implantação da Usina Hidrelétrica de Tabajara.
Ainda neste ano serão implantados os canteiros para a obra que começa a atrair forasteiros. Novos loteamentos foram abertos e a cidade volta a espichar motivada pelas perspectivas de negócios.
É claro que a Usina de Tabajara não terá a dimensão das barragens de Santo Antonio e Jirau, mas será maior do que a de Samuel, que há décadas gerou grande impacto na economia de Porto Velho criando até núcleos habitacionais, como os montados no bairro Eletronorte.
Ao se iniciar mais um empreendimento na região de Rondônia se questionam se as contrapartidas sociais e ambientais estão sendo cumpridas. No caso de Porto Velho e Altamira (PA) até hoje as cidades penam com os impactos da falta de águia e esgoto, habitação e inclusive com os problemas afetos a segurança pública.
Chuvas democráticas
Quando a guerra nuclear parecia prestes a explodir, a pressão pela paz prevaleceu. A amistosa reunião entre o presidente estadunidense Donald Trump (EUA) e o líder norte-coreano Kim Jong-un tende a dar aos dois um Prêmio Nobel da Paz e a reunificação da península coreana.
As Coréias ensaiam a unificação, mas o Brasil está em vias de se desunir, a julgar pelas pressões do Sudeste sobre a Amazônia. Agora é o IPI, antes eram os incentivos fiscais, que a Amazônia, sem sangrar a nação, dá consequência positiva a cada centavo aplicado em estímulo ao desenvolvimento regional.
A ninguém interessa os desníveis regionais do país. É preciso repetir, sempre: o Brasil tem uma dívida histórica para com a Amazônia, sobretudo no tocante à infraestrutura. O desentendimento em torno dos incentivos e o IPI cria caldo de cultura para os populistas falastrões.
Estudo sobre a biodiversidade conduzido pelo geólogo Nicolás Stríkis, da Universidade Fluminense, aponta que intensas chuvas foram responsáveis por unificar a Floresta Amazônica e a Mata Atlântica.
Falta-nos uma chuva de democracia, para pacificar e unir o país. Um pacto entre os que sabem que só a democracia garantirá um Brasil livre.
As barreiras de proteção
Quatro anos depois da cheia histórica do Rio Madeira cujos prejuízos têm repercussão até hoje na economia de Porto Velho e das localidades ribeirinhas, as esferas federais e estaduais nada fizeram para proteger a nossa orla e o patrimônio histórico do Complexo da Estrada Ferro Madeira Mamoré. A reconstrução de Calama e São Carlos foram projetadas com mudanças das áreas atingidas, mas nada foi para frente.
A rigor, o Dnitt já começou as obras de dragagem do Rio Madeira para garantir o transporte das gigantescas balsas com grãos e a elevação do leito da BR 364 na região mais atingida pelo desastre natural. Também algumas centenas de casas populares foram destinadas as famílias atingidas pela cheia, mas a maior parte afetada não foi atendida até hoje.
Mas Porto Velho se ressente também da construção das barreiras de proteção no Rio Madeira. Vários bairros são atingidos nas cheias anuais e o fenômeno das terras caídas tem levado ladeira abaixo bairros tradicionais como o do Triângulo.A maior parte dos pleitos da capital, como se vê, estão longe de serem atendidos.
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