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Carlos Sperança

Vidas importam + Festa Acreana + Aluga-se + As estratégias


Vidas importam + Festa Acreana + Aluga-se + As estratégias - Gente de Opinião

Vidas importam

O impacto mundial da campanha Black Lives Matter (Vidas Negras Importam) deveria motivar a mesma empatia solidária aos índios amazônicos. O sufocamento de oito minutos sofrido pelo infeliz George Floyd tem um equivalente medido em séculos e não apenas em minutos, horas, dias ou poucos anos de discriminação e genocídio. Encomendado pelo Ministério do Interior em 1967, relatório sobre a situação dos índios feito pelo procurador Jader de Figueiredo foi “perdido”, misteriosamente incendiado e apesar de cópia achada segue ignorado.

A manipulação de dados, ocultação de provas e jogar a sujeira para baixo do tapete de hábito encobriu também o Relatório Figueiredo por detalhar em sete mil páginas as atrocidades cometidas contra os índios entre as décadas de 1940 e 1960.

Um sumário do relatório enfileira assassinatos em massa, tortura, escravidão, guerra bacteriológica, abuso sexual, roubo de terras e negligência do poder público, resultando na eliminação e drástica perda de população para muitas tribos.

Ocultar e queimar o relatório não foi suficiente lá fora, pois motivou a criação da organização de direitos indígenas Survival International, mas internamente as vidas indígenas continuaram a não importar. Aliás, nunca vão importar enquanto forem negadas as causas econômicas, sociais, ambientais e sanitárias da existência abreviada pela prevaricação impune.

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As estratégias

Igualmente atingidos pela pandemia do coronavírus, os estados do Acre e Rondônia adotaram estratégias diferentes de forma simultânea. Rondônia está abrindo tudo, o Acre espichou sua quarentena até 22 de junho, ou seja, mais uma semana de paralisação. O tempo dirá quem acertou na estratégia, mas desconfio que os acreanos foram mais prudentes diante da peste e os números vão mostrar esta tendência nas próximas semanas.

Em disparada

Lembrando que até poucas semanas atrás o Acre, com uma população de perto de 1 milhão de habitantes a menos do que Rondônia estava  com a pandemia em disparada e contava com mais casos de vítimas do covid 19 do que Rondônia. Recentemente a situação se inverteu. No entanto se as contas forem feitas proporcionalmente em termos demográficos, a peleja da incidência continuará bem equilibrada nos estados. De qualquer forma Rondônia e Acre ainda estão bem distantes de Manaus ou Belém que foram epicentros da doença na temporada.

O desemprego

Porto Velho já tinha iniciado a pandemia do coronavírus com elevado índice de desemprego.  E nestes três meses de quarentena mais 15 mil pessoas acabaram desempregadas, descontando as centenas de camelôs que comercializavam seus produtos nas praças e calçadas das principais avenidas da capital rondoniense que ficaram sem o ganha pão. No retorno do comércio na última terça-feira foi possível avaliar o tombo do desemprego com dezenas de lojas – dos mais variados ramos – fechadas.

Aluga-se

Com o fechamento de tantos estabelecimentos comerciais o que mais se viu nesta semana em avenidas importantes, como a 7 de Setembro, Carlos Gomes e Calama, na região central, foram placas de aluga-se e vende-se, empurrando o setor imobiliário para o abismo de vez, com tantas casas e lojas desocupadas. O recuo da economia foi dramático e poderá aumentar ainda mais com a chamada segunda onda que nem se sabe quando vai começar.

Festa Acreana

Em vista da quarentena para o coronavírus, nossos vizinhos acreanos sequer puderam comemorar no final de semana os 58 anos de emancipação de um estado que entrou na era do agronegócio para valer. Pouca gente se recorda, mas até 1981, quando Rondônia deixou de ser território federal e se também se transformou em estado, tínhamos uma grande dependência do Acre. Até os registros de jornalistas rondonienses passavam pelo DRT do vizinho estado.

Via Direta

*** Já se constatam os primeiros movimentos em torno da eleição desde ano em Rondônia, mesmo com uma grande expectativa sobre as datas do pleito *** Enquanto não se confirmam as candidaturas, chovem as especulações *** Sem clima, sem dinheiro até as pesquisas fakes e trapaças habituais de campanha deixaram de ser praticadas na capital *** Médicos infeciologistas  de Rondônia estão preocupados com a reabertura do comércio. Acreditam que o número de casos da coronavírus avançará exponencialmente antes do final de junho *** Lideranças de Jaru comemoram o anuncio da construção da segunda ponte na cidade, com a liberação de recursos do deputado federal Lucio Mosquini (MDB-RO) ***O ex-governador Valdir Raupp entrou definitivamente nas garras da Operação Lava a Jato por causa de propinas. Situação complicada e que pode sepultar de vez sua ressurreição política em 2022.   

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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