Quinta-feira, 18 de junho de 2020 - 12h21
O
impacto mundial da campanha Black Lives Matter (Vidas Negras Importam) deveria
motivar a mesma empatia solidária aos índios amazônicos. O sufocamento de oito
minutos sofrido pelo infeliz George Floyd tem um equivalente medido em séculos e
não apenas em minutos, horas, dias ou poucos anos de discriminação e genocídio.
Encomendado pelo Ministério do Interior em 1967, relatório sobre a situação dos
índios feito pelo procurador Jader de Figueiredo foi “perdido”, misteriosamente
incendiado e apesar de cópia achada segue ignorado.
A
manipulação de dados, ocultação de provas e jogar a sujeira para baixo do
tapete de hábito encobriu também o Relatório Figueiredo por detalhar em sete
mil páginas as atrocidades cometidas contra os índios entre as décadas de 1940 e
1960.
Um
sumário do relatório enfileira assassinatos em massa, tortura, escravidão,
guerra bacteriológica, abuso sexual, roubo de terras e negligência do poder
público, resultando na eliminação e drástica perda de população para muitas
tribos.
Ocultar
e queimar o relatório não foi suficiente lá fora, pois motivou a criação da organização
de direitos indígenas Survival International, mas internamente as vidas
indígenas continuaram a não importar. Aliás, nunca vão importar enquanto forem
negadas as causas econômicas, sociais, ambientais e sanitárias da existência abreviada
pela prevaricação impune.
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As estratégias
Igualmente
atingidos pela pandemia do coronavírus, os estados do Acre e Rondônia adotaram
estratégias diferentes de forma simultânea. Rondônia está abrindo tudo, o Acre
espichou sua quarentena até 22 de junho, ou seja, mais uma semana de
paralisação. O tempo dirá quem acertou na estratégia, mas desconfio que os
acreanos foram mais prudentes diante da peste e os números vão mostrar esta tendência
nas próximas semanas.
Em disparada
Lembrando
que até poucas semanas atrás o Acre, com uma população de perto de 1 milhão de
habitantes a menos do que Rondônia estava com a pandemia em disparada e contava com mais
casos de vítimas do covid 19 do que Rondônia. Recentemente a situação se
inverteu. No entanto se as contas forem feitas proporcionalmente em termos
demográficos, a peleja da incidência continuará bem equilibrada nos estados. De
qualquer forma Rondônia e Acre ainda estão bem distantes de Manaus ou Belém que
foram epicentros da doença na temporada.
O desemprego
Porto
Velho já tinha iniciado a pandemia do coronavírus com elevado índice de
desemprego. E nestes três meses de quarentena
mais 15 mil pessoas acabaram desempregadas, descontando as centenas de camelôs
que comercializavam seus produtos nas praças e calçadas das principais avenidas
da capital rondoniense que ficaram sem o ganha pão. No retorno do comércio na
última terça-feira foi possível avaliar o tombo do desemprego com dezenas de
lojas – dos mais variados ramos – fechadas.
Aluga-se
Com
o fechamento de tantos estabelecimentos comerciais o que mais se viu nesta
semana em avenidas importantes, como a 7 de Setembro, Carlos Gomes e Calama, na
região central, foram placas de aluga-se e vende-se, empurrando o setor
imobiliário para o abismo de vez, com tantas casas e lojas desocupadas. O recuo
da economia foi dramático e poderá aumentar ainda mais com a chamada segunda
onda que nem se sabe quando vai começar.
Festa Acreana
Em
vista da quarentena para o coronavírus, nossos vizinhos acreanos sequer puderam
comemorar no final de semana os 58 anos de emancipação de um estado que entrou
na era do agronegócio para valer. Pouca gente se recorda, mas até 1981, quando
Rondônia deixou de ser território federal e se também se transformou em estado,
tínhamos uma grande dependência do Acre. Até os registros de jornalistas
rondonienses passavam pelo DRT do vizinho estado.
Via Direta
***
Já se constatam os primeiros movimentos em torno da eleição desde ano em
Rondônia, mesmo com uma grande expectativa sobre as datas do pleito *** Enquanto não se confirmam as candidaturas,
chovem as especulações *** Sem clima, sem dinheiro até as pesquisas fakes e
trapaças habituais de campanha deixaram de ser praticadas na capital *** Médicos infeciologistas de Rondônia estão preocupados com a reabertura
do comércio. Acreditam que o número de casos da coronavírus avançará
exponencialmente antes do final de junho *** Lideranças de Jaru comemoram o
anuncio da construção da segunda ponte na cidade, com a liberação de recursos
do deputado federal Lucio Mosquini (MDB-RO) ***O ex-governador Valdir Raupp entrou definitivamente nas garras da
Operação Lava a Jato por causa de propinas. Situação complicada e que pode
sepultar de vez sua ressurreição política em 2022.
As últimas chuvaradas transformaram ruas em rios em Porto Velho
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