Sexta-feira, 20 de janeiro de 2017 - 19h16
ESCOLAS OU PRESÍDIOS? ESTÚPIDO DILEMA
William Haverly Martins
Todo e qualquer país que quiser subir degraus na escala dos índices de desenvolvimento econômico e social terá que repaginar nova edição do livro da Educação, estudando criteriosamente como foi feita a diagramação em outras nações para se chegar ao sucesso.
Citaremos apenas duas máximas das mais antigas, a de Pitágoras de Samos: “Educai as crianças e não será preciso punir os homens”; e a de Victor Hugo:“Aquele que abre uma porta de escola, fecha uma prisão”; para, então, procedermos um comparativo histórico da caminhada socioeconômica do Brasil em relação aos demais países do mundo, notadamente com os chamados Tigres Asiáticos (Hong Kong, Coreia do Sul, Cingapura e Taiwan), que a partir dos anos 1970 alcançaram um acelerado desenvolvimento econômico e social, para demonstrar o quão estarrecedora é a nossa posição.
Países da Ásia estão no topo do ranking global de Educação em Matemática e ciências, divulgado em 2016 pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), com Cingapura em primeiro, Hong Kong (região administrativa da China) em segundo, Coreia do Sul em terceiro, e Japão e Taiwan empatados em quarto lugar. O sucesso da Ásia na Educação se explica tão somente pela prioridade dada pelos governos à Educação.
Conforme dados divulgados pela OCDE, os cinco piores resultados estão na África, América Latina e Oriente Médio. Vale salientar que esse é um dos mais completos rankings mundiais de qualidade de Educação, onde se mostra a relação entre Educação e crescimento econômico.
A organização analisou 76 países ricos e pobres. Isso representa o total de um terço das nações do mundo. O Brasil figura em um distante 60º lugar, próximo das nações africanas. Os asiáticos, que começaram a investir pesado em Educação nos anos 1990, deixaram países industrializados ocidentais para trás, como o Reino Unido, que ficou na 20ª posição; a França (23º), a Itália (27º), e os EUA, maior economia do planeta, que amargou o 28º lugar, atrás de países mais pobres como o Vietnã, em uma impressionante 12ª colocação.
Diante do exposto, conclui-se que o maior inimigo do Brasil é o homem público,que insiste em atacar as consequências e não as causas dos sérios problemas educacionais da nação. Não precisamos de evolução, mas de uma revolução na Educação brasileira. Do contrário, conviveremos sempre com índices vergonhosos como o de país com a 4ª maior população carcerária do mundo. Nos últimos 15 anos construímos mais presídios do que escolas.
Ocupamos o 73º lugar no ranking do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) porque nossos gestores públicos se esqueceram de que um país focado na formação de seus cidadãos é um país desenvolvido, com menos violência e menos punições. Basta comparar as duas Coreias para se ter uma ideia de como a Educação de qualidade, focada na liberdade e na competitividade individuais, é importante.
As matanças nos presídios de Manaus, Boa Vista e Natal foram tão graves que a própria ministra/presidente do STF, Carmen Lúcia, veio a público para lembrar uma frase de 1982, do sociólogo Darcy Ribeiro: “Se os governadores não construírem escolas, em 20 anos faltará dinheiro para construir presídios”. E concluiu, lembrando estarrecida: “Estamos aqui reunidos diante de uma situação urgente de um descaso feito lá atrás”. Uma outra frase desse intelectual de nomeada citado por ela preocupa ainda mais: “A crise da educação no Brasil não é uma crise, é um projeto”.
De fato, ministra, se o número de prisões continuar no mesmo ritmo, em 2075, um em cada dez brasileiros estará atrás das grades, refletindo o descaso nacional com a Educação de uma população que conta, hoje, com 7% de analfabetos totais (quase 15 milhões) e 20,3% de analfabetos funcionais, ou seja, um em cada cinco brasileiros acima de 15 anos é analfabeto funcional, pessoa que embora saiba reconhecer letras e números é incapaz de interpretar textos, mesmo que simples, e de fazer operações matemáticas. Estamos diante de uma aberração, um país doente, onde ocorre uma inversão absoluta de valores em função de políticas e práticas educativas deficientes: menos Estado social e mais Estado policial.
O problema — que é estrutural e sério — não se resolverá com Medida Provisória (MP), da noite para o dia. É preciso rever a política salarial dos professores e iniciar um mutirão nacional, reativando os fóruns permanentes de educação, de tal forma que eles se tornem atuantes e interativos em todos os estados e na maioria dos municípios, complementados pela realização de seminários regionais, bimestrais, a fim de que possam adaptar o currículo nacional a sua realidade, descobrindo seu próprio caminho, que, ao fim e ao cabo, é o destino da nação brasileira.
Em Rondônia, o máximo que o governador consegue fazer em prol de uma Educação de qualidade é trocar de secretário. Basta o indício de uma tempestade política que possa inviabilizar sua postulação a uma cadeira no Senado, e lá se vai mais um secretário de Educação para o olho da rua. Já foram tantos que perdi a conta...
Comecemos pela informatização de todas as escolas e o retorno dos seguranças, públicos ou privados, pelo menos no horário noturno. Do contrário, o governo equipa as escolas, os marginais as furtam, e a polícia assiste, de mãos atadas por um ordenamento jurídico ineficiente, às imagens das câmeras instaladas por ordem governamental. No estado de Rondônia, a média de assaltos passa de 20 por escola, a maioria feito por menores.
Rondônia precisa de um governador/secretário que tenha pulso, coragem para revolucionar a Educação estadual, e não de um leniente com a incompetência e o descaso, que se locomove conforme interesses políticos pessoais, não raro danosos aos coletivos.
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