Sexta-feira, 14 de agosto de 2020 - 11h25
Bagé, 14.08.2020
Momentos
Transcendentais no Rio Amazonas I
Manaus, AM/ Santarém, PA ‒ Parte VI
Morada
dos Deuses
Na noite de 18.01.2011, eu e o Teixeira participamos
de uma ágape oferecida pelos gentis Irmãos da Loja Força e Harmonia n° 19 do
Oriente de Óbidos. Recolhemo-nos cedo, tendo em vista que a jornada fluvial
começaria antes do alvorecer.
Partida para
Alenquer (19/20.01.2011)
Alenquer, Vila considerável, abastada e bem situada
sobre o desaguadouro central do Lago Surubiu, quatro léguas longe do Amazonas,
e treze ao Norte de Santarém. É terra infestada do mosquito carapanã: a sua
Matriz demanda a Santo Antônio. Seus habitantes cultivam mandioca, milho,
arroz, tabaco, e ótimo cacau, sua principal riqueza. A carne de gado, que se
cria no seu contorno, é deliciosa. (CASAL)
Partimos às 05h30, do dia 19; como ainda estava muito
escuro, liguei minha lanterna e parti, colado na margem esquerda, imprimindo um
ritmo forte, rumo ao Paraná-mirim de Óbidos. Depois de remar 20 km, durante
duas horas, avistei meu primeiro ponto de referência: a ponta Oeste da Ilha do
Meio. Continuei remando próximo à margem direita e adentrei pelo Paraná do
Piaba, mantendo a média dos 11 km/h.
Cheguei ao destino programado, a 46 km de Óbidos, por
volta das 10h20 e decidi continuar remando para encurtar a jornada do dia
seguinte, prevista para 56 km. Chamei a equipe de apoio pelo rádio e informei
minha decisão de continuar remando até o meio-dia quando escolheríamos um local
adequado para aportar o Piquiatuba.
As águas calmas e espelhadas, a brisa suave e fresca e
a chuva fina e refrescante anunciavam que nossa estada na Morada dos Deuses
seria bastante agradável. Por volta das 11h40, aportei concluindo um trajeto de
61 km, na Comunidade Centro Comercial.
Partimos às 05h30, do dia vinte, rumo a Alenquer. O
trajeto era curto, de aproximadamente 40 km e decidi remar sem paradas, somente
ingerindo água e frutas em curtas paradas sem aportar. A chegada em Alenquer,
às 10h00, teve apoio da mídia local e uma recepção sem precedentes pelos Irmãos
da Loja Fraternidade Alenquerense, capitaneados pelo Venerável Emanoel Lopes
Bentes, do Presidente da Câmara de Vereadores e do Prefeito Interino.
Visita à
Morada dos Deuses (21.01.2011)
Conforme acordado no dia anterior, foi colocado um
micro-ônibus à nossa disposição a partir das oito horas para visitar a Morada
dos Deuses, mas a chuva que havia caído a noite inteira, e até o momento da
partida não dera trégua, obrigou-nos a transferir a saída para as 13h00.
Acompanhados pelo filho do dono da propriedade, o Irmão Maçom Márcio Monteiro, finalmente
chegamos à Morada dos Deuses.
O nome não poderia ser mais adequado, as magníficas
formações de arenito impressionam pela diversidade de formas, impregnando o
local de uma profunda energia telúrica e um forte apelo místico convidando à
meditação e à contemplação das belas obras de arte moldadas, pessoalmente,
pelas mãos do Grande Arquiteto do Universo. Grandes monólitos de pedra
quadrangulares dispostos horizontalmente um ao lado do outro lembram túmulos de
antigos deuses. A explicação de alguns especialistas para as curiosas
esculturas naturais seria a de que a região fora antes um Rio caudaloso que,
paciente e esmeradamente, esculpira as curiosas formações. Mesmo concordando
com essa explicação seja a verdadeira, o fato é que as águas nada mais foram do
que um fluído pincel nas mãos do Supremo Arquiteto.
Bibliografia
CASAL, Manoel Ayres de. Corografia Brasílica ou Relação Histórico Geográfica do Reino do Brasil
– Brasil – Rio de Janeiro, RJ – Imprensa Régia, 1817.
Solicito Publicação
(*) Hiram Reis e Silva é Canoeiro, Coronel de Engenharia, Analista de
Sistemas, Professor, Palestrante, Historiador, Escritor e Colunista;
· Campeão do II
Circuito de Canoagem do Mato Grosso do Sul (1989)
· Ex-Professor
do Colégio Militar de Porto Alegre (CMPA);
· Ex-Pesquisador
do Departamento de Educação e Cultura do Exército (DECEx);
· Ex-Presidente
do Instituto dos Docentes do Magistério Militar – RS (IDMM – RS);
· Ex-Membro do
4° Grupamento de Engenharia do Comando Militar do Sul (CMS)
· Presidente da
Sociedade de Amigos da Amazônia Brasileira (SAMBRAS);
· Membro da
Academia de História Militar Terrestre do Brasil – RS (AHIMTB – RS);
· Membro do
Instituto de História e Tradições do Rio Grande do Sul (IHTRGS – RS);
· Membro da
Academia de Letras do Estado de Rondônia (ACLER – RO)
· Membro da
Academia Vilhenense de Letras (AVL – RO);
· Comendador da
Academia Maçônica de Letras do Rio Grande do Sul (AMLERS)
· Colaborador
Emérito da Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra (ADESG).
· Colaborador
Emérito da Liga de Defesa Nacional (LDN).
· E-mail: hiramrsilva@gmail.com.
Galeria de Imagens
* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.Qualquer Semelhança não é Mera Coincidência – XXVIII
Bagé, 29.01.2025 Continuando engarupado na memória: Tribuna da Imprensa n° 4.281, Rio, RJQuinta-feira, 21.02.1964 Em Primeira Mão(Hélio Fernande
Qualquer Semelhança não é Mera Coincidência – XXVII
Bagé, 27.01.2025 Continuando engarupado na memória: Tribuna da Imprensa n° 4.279, Rio, RJQuarta-feira, 19.02.1964 Em Primeira Mão(Hélio Fernande
Qualquer Semelhança não é Mera Coincidência – XXVI
Bagé, 24.01.2025 Continuando engarupado na memória: Tribuna da Imprensa n° 4.272, Rio, RJ Sábado e Domingo, 08 e 09.02.1964 Jango Atinge sua Maior M
Qualquer Semelhança não é Mera Coincidência – XXV
Bagé, 22.01.2025 Continuando engarupado na memória: Tribuna da Imprensa n° 4.268, Rio, RJ Terça-feira, 04.02.1964 Em Primeira Mão(Hélio Fernandes)