Terça-feira, 18 de agosto de 2020 - 09h13
Bagé, 18.08.2020
Momentos
Transcendentais no Rio Amazonas I
Manaus, AM/ Santarém, PA ‒ Parte VIII
Centro Cultural
João Fona
O prédio, projetado pelo Major
Engenheiro Pereira Sales, começou a ser construído em 1853, foi concluído em
1867 e inaugurado no ano seguinte. É uma bela construção no estilo colonial
brasileiro que sofreu pequenas alterações em 1926, determinadas pelo Coronel
Joaquim Braga, Intendente Municipal. No prédio, localizado na Praça Barão de
Santarém, centro da Cidade, funcionou o Fórum de Justiça de Santarém, o
Presídio, a Intendência Municipal, a Prefeitura Municipal e, atualmente,
funciona o Centro Cultural João Fona e a Academia de Letras e de Artes de
Santarém. O acervo do Centro é composto de cerâmicas tapajônicas, uma herança
das populações indígenas que habitaram a região em tempos pretéritos, objetos
históricos da Câmara de Santarém do início do século passado e recebeu,
recentemente, o esqueleto de uma Baleia-minke (Balaenoptera acutorostrata),
mais conhecida como baleia anã, que, perdida, encalhou no dia 14.11.2007, num
banco de areia do Rio Tapajós.
Entrevista Laurimar
dos Santos Leal
Depois de me identificar como
pesquisador, fui levado até os aposentos onde se encontrava o Mestre Laurimar
Leal. O grande Mestre das artes santareno, conhecido nacional e
internacionalmente, despertou para as artes aos nove anos.
O jovem artista juntava
cerâmica e procurava reproduzir, em casa, as obras expostas na Catedral.
Com o passar do tempo, foi
aprendendo sozinho, mas confessa, com certa humildade que, mesmo sendo
autodidata, recebeu influências de outros artistas.
Homem de múltiplos talentos,
oriundo de uma família de músicos, Laurimar é ceramista, escultor e pintor.
Migrou ainda jovem para o Rio de Janeiro onde sobreviveu como artista de rua e
voltou à sua terra atendendo a um pedido do então Prefeito de Santarém,
Everaldo Martins, onde se dedicou, de corpo e alma, à cultura, ao teatro e ao
folclore da região. Suas obras estão expostas em Santarém, Manaus, São Paulo,
Rio de Janeiro, Portugal, França, Espanha e Japão, locais onde coleciona
inúmeras homenagens e títulos. Foi responsável pela pintura do interior da
Igreja Matriz e pela restauração de várias peças sacras, além da galeria de
Prefeitos exposta no Centro Cultural João Fona.
Hoje, aos 72 anos de idade, o
artista, cujo talento encanta a todos que conhecem sua arte e é motivo de
orgulho para todos os santarenos que viram brotar de suas mãos a própria história
de Santarém, está cego. Mas com uma força invulgar e uma alegria contagiante,
ele mesmo afirma:
A
gente está sempre aprendendo, por exemplo, agora eu tenho uma aula, uma lição
para aprender a viver sem enxergar com o olho da cara, só com este (o terceiro
olho).
Laurimar me presenteou com uma
pequena, mas muito agradável e bem humorada entrevista que reproduzo
parcialmente:
O
meu nome é Laurimar dos Santos Leal, o meu dos Santos é emprestado porque a
minha família foi escrava da família Rodrigues dos Santos, aqui em Santarém,
pelo lado da minha mãe; e o Leal é da parte dos comerciantes judeus que vieram
lá do Marrocos; essa é a minha origem, minha ascendência é exatamente essa.
Nasci
no dia 24.07.1939, e, desde os 9 anos de idade, sempre trabalhei com o lado
artístico, mexendo com cerâmica Santarém, pinturas, esculturas.
Em
Santarém, minhas obras podem ser admiradas nas Praças, nos monumentos e no
interior das Igrejas. Sempre trabalhei fazendo o que gosto, o que quero, para
quem gosto, para quem quero; se não quero trabalhar para aquela pessoa, eu
digo: olha, não dá. É por isso que me dizem que o meu trabalho é bom, é porque
o faço por prazer.
Meu
lema de vida é: quem não vive para servir, não serve para viver – isso é o que
eu uso como lema, pois eu sempre servi e acho que só vou parar de servir
materialmente as pessoas quando eu morrer. Muito obrigado! (Laurimar dos Santos
Leal)
Solicito Publicação
(*) Hiram Reis e Silva é Canoeiro, Coronel de Engenharia, Analista de
Sistemas, Professor, Palestrante, Historiador, Escritor e Colunista;
· Campeão do II
Circuito de Canoagem do Mato Grosso do Sul (1989)
· Ex-Professor
do Colégio Militar de Porto Alegre (CMPA);
· Ex-Pesquisador
do Departamento de Educação e Cultura do Exército (DECEx);
· Ex-Presidente
do Instituto dos Docentes do Magistério Militar – RS (IDMM – RS);
· Ex-Membro do
4° Grupamento de Engenharia do Comando Militar do Sul (CMS)
· Presidente da
Sociedade de Amigos da Amazônia Brasileira (SAMBRAS);
· Membro da
Academia de História Militar Terrestre do Brasil – RS (AHIMTB – RS);
· Membro do
Instituto de História e Tradições do Rio Grande do Sul (IHTRGS – RS);
· Membro da
Academia de Letras do Estado de Rondônia (ACLER – RO)
· Membro da
Academia Vilhenense de Letras (AVL – RO);
· Comendador da
Academia Maçônica de Letras do Rio Grande do Sul (AMLERS)
· Colaborador
Emérito da Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra (ADESG).
· Colaborador
Emérito da Liga de Defesa Nacional (LDN).
· E-mail: hiramrsilva@gmail.com.
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