Terça-feira, 1 de setembro de 2020 - 16h33
Bagé, 01.09.2020
Momentos Transcendentais no Rio Madeira
Porto Velho, RO/ Santarém, PA ‒ Parte III
CMPA – Homenagem
Especial - II
Atualidade
Atualmente, o CMPA é a única escola de
educação básica do País a possuir um observatório astronômico [Observatório
Capitão Parobé] dotado de um telescópio robótico de última geração. Construído
em 2002, através de um convênio com a UFRGS, a USP e a Fundação Vitæ, o
observatório se destina a um ambicioso projeto multidisciplinar nacional que
tem na Astronomia o mote para o estímulo ao aprendizado das Ciências, da
História, da Geografia e das Artes. Nas férias de verão de 2002 e nas de 2003,
através de um convênio com a 1ª DL e com a UFRGS, os alunos do Projeto de
Potencialização e Enriquecimento [PROPEN], em iniciativa pioneira no Sistema
Colégio Militar do Brasil, [SCMB], realizaram um curso e estágio remunerado na
1ª Divisão de Levantamento, o qual lhes proporcionou um certificado de extensão
universitária em Geoprocessamento para Sistemas de Informação Geográfica
expedido pela UFRGS, habilitando-os a uma nova profissão.
Dois de seus alunos classificaram-se
para representar o Brasil na VII Olimpíada Internacional de Astronomia [VIII
OIA], realizada na Rússia em 2002, repetindo o feito em 2005, com um aluno
participando da X Olimpíada Internacional de Astronomia, realizada em Pequim,
na China.
Em 2008, novamente dois alunos foram selecionados,
um para a 2ª Olimpíada Internacional de Astronomia, em Trieste – Itália, e
outro para a Olimpíada Internacional de Astronomia e Astrofísica em Bandung –
Indonésia. Em 2009, um aluno foi selecionado como um dos cinco brasileiros a
compor a equipe olímpica que disputou a 3ª Olimpíada Internacional de
Astronomia e Astrofísica, realizada Teerã, no Irã. O CMPA teve os únicos alunos
gaúchos selecionados para cursarem a Escola do Espaço em 2001, a Escola
Avançada de Física em 2003, a 1ª, a 3ª e a 5ª edições da Jornada Espacial em
2005, 2007 e 2009, todas no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais.
Desde 2007, em iniciativa pioneira, o
Clube de Química desenvolve o Projeto Biodiesel, o qual visa produzir biodiesel
a partir da utilização do óleo de cozinha que foi utilizado no preparo das
refeições. Em 2008, foi comprovada a viabilidade do combustível através de um
teste de campo realizado com um trator agrícola e com um caminhão do Exército.
Seus formandos têm o mais alto índice
percentual de aprovação no vestibular da UFRGS entre as escolas gaúchas [42% em
2005, 44% em 2006, 44,79% em 2007, 61,11% em 2008, 48,70% em 2009 e 57,45% em
2010].
Há vários anos, é uma das poucas escolas
gaúchas a aprovar alunos para o Instituto Militar de Engenharia [IME], para o
Instituto Tecnológico da Aeronáutica [ITA], para a Academia da Força Aérea
[AFA] e para a Escola de Formação de Oficiais da Marinha Mercante [EFOMM].
Do “Colégio dos Presidentes”
saíram as únicas duas gaúchas selecionadas para integrar as respectivas turmas
pioneiras de mulheres da Aeronáutica: uma em 1996, para a Intendência da FAB, e
a outra, em 2003, para realizar o curso de piloto de combate na Academia da
Força Aérea Brasileira.
Em 2005, o Colégio obteve a primeira
colocação entre todas as escolas gaúchas que realizaram o Exame Nacional do
Ensino Médio [ENEM], sendo a única a obter média superior a 70 pontos, o que a
incluiu entre o seleto grupo das escolas brasileiras com conceito “Excelente”.
Em 2006, novamente houve-se muito bem nessa prova, classificando-se como a
melhor escola pública do Rio Grande do Sul e a 11ª em todo o País. Em 2007, foi
destacado como o melhor Colégio gaúcho e único a atingir 80 pontos ou mais
nessa prova. Em 2008, obteve a melhor colocação entre as escolas públicas do
Estado e a 17ª colocação entre as brasileiras, sendo a única gaúcha a atingir o
nível de excelência [70 pontos ou mais]. Em 2009, repetiu o feito do ano
anterior. Nos anos 2010 e 2011, após a reformulação do ENEM, o CMPA novamente
obteve a primeira colocação entre as escolas gaúchas. Nos últimos anos, teve a
satisfação de ver vários de seus alunos receberem medalhas de ouro, prata e
bronze em olimpíadas intelectuais, como as de Matemática, Física e Química.
Em 2008 e 2009, os únicos gaúchos
selecionados como Jovens Embaixadores junto aos Estados Unidos eram alunos do
CMPA, e nesse país cumpriram quinze dias de atividades diplomáticas. O Colégio
Militar também teve um dos cinco alunos gaúchos selecionados como Deputado
Jovem junto à Câmara dos Deputados, lá passando uma semana em atividades
legislativas.
Como reconhecimento às tradições e
vitórias do Colégio Militar de Porto Alegre, o Exército outorgou-lhe, em 2005,
a denominação histórica de “Colégio Casarão da Várzea”. São feitos que
orgulham os integrantes do Velho Casarão da Várzea, fazendo com que, apesar de
todas as adversidades porventura encontradas, continuem a contribuir, através
da educação em seu sentido mais amplo, para o engrandecimento do País.
Assim, com base em uma tradição de
eficiência, disciplina, valores morais, camaradagem, patriotismo e ensino de
alto nível, o CMPA procura formar, não só o cidadão do amanhã, como também
homens e mulheres aptos e dignos para serem os líderes que conduzirão os destinos
da próspera Pátria com que todos sonhamos. Por essa presença marcante na vida
regional e brasileira, o Colégio Militar de Porto Alegre constitui-se hoje não
apenas em um patrimônio de Porto Alegre e do Rio Grande do Sul, mas também de
todo o Brasil.
Para preservar a história, as tradições
e as glórias desta centenária escola, em 06.02.2003 foi inaugurado o Museu
Casarão da Várzea, o qual passou a se constituir em legítimo acervo e
referência para a pesquisa do ensino militar no Rio Grande do Sul.
Características
Tradicionalmente, o CMPA inicia seu ano
escolar com cerca de 1.100 alunos, sendo que, via de regra, aproximadamente 57%
deles são meninos e 43% são meninas. O ingresso se dá no 6° Ano do Ensino
Fundamental e no 1° Ano do Ensino Médio, através de concurso público aberto a
toda a população.
Em face do caráter assistencial da norma
legal que rege todo o Sistema Colégio Militar do Brasil, os militares
transferidos para a sua área de abrangência têm direito a pleitear matrícula
direta para seus dependentes, submetendo-se, porém, à existência de vagas.
O Colégio Militar é mantido com verbas
do Exército e sua estrutura administrativa [não-docente] é composta,
prioritariamente, por militares, sendo uma escola que ministra a Educação
Básica normal no País, com as particularidades previstas na Lei de Ensino do
Exército.
Apesar de seu nome, o CMPA não se dedica
ao ensino das artes bélicas, nem visa unicamente à preparação para a carreira
militar, sendo esta apenas uma opção de seus alunos.
O Colégio possui cento e vinte
professores, dos quais setenta e cinco são civis concursados e quarenta e cinco
são militares. Dos militares, trinta e oito foram formados por faculdades civis
e, após alguns anos de cátedra civil, prestaram concurso para o Quadro Complementar
de Oficiais, para exercer funções de magistério no Exército.
Entre os professores civis que não
possuem dedicação exclusiva, vários lecionam também em outros colégios e
faculdades de Porto Alegre e cidades vizinhas, possibilitando, assim, uma
salutar e desejável interação com outras realidades escolares. Possuindo cerca
de 60% de mestres e doutores entre seus docentes, o CMPA busca e incentiva,
incessantemente, o aperfeiçoamento profissional de seus professores.
Proposta Pedagógica
Seu diferencial educacional consiste no
fato de possuir uma proposta pedagógica que o particulariza, na busca da
almejada educação integral.
O objetivo desta é, não só proporcionar
uma sólida base em conteúdos disciplinares, mas também preparar o jovem para a
vida cidadã que encontrará ao sair do Colégio, com todas as suas exigências em valores
morais e afetivos, ordem, disciplina e respeito, mas sempre dentro de um clima
de sadia amizade e sã camaradagem.
Seus professores estão adaptados à era
do conhecimento, procurando interagir com seus alunos e se tornando seus facilitadores
no processo do “aprender a aprender”, tudo inserido no bojo da
interdisciplinaridade e da contextualização tão necessárias ao momento
educacional que vivemos.
Algumas razões do sucesso do CMPA:
– Cerca
60% de seus docentes são mestres ou doutores. O Colégio busca e incentiva, incessantemente,
o aperfeiçoamento profissional de seu Corpo Docente.
– A
estrutura de ensino contempla um criterioso planejamento e organização do ano
letivo e das avaliações. A existência de uma Supervisão Escolar, de Seções e
Subseções de Ensino, de uma Seção Psicopedagógica e de uma Seção Técnica de
Ensino fornece a infraestrutura que suporta o rigoroso planejamento,
organização e condução da educação.
– As
provas bimestrais são confeccionadas pelos respectivos professores, mas passam
por mais cinco crivos: chefe de Subseção [Cadeira], chefe de Seção de Ensino,
Seção Técnica de Ensino, Subdiretor de Ensino e Diretor de Ensino. No final do
processo, a prova não é apenas responsabilidade do Professor, mas sim do
Colégio Militar.
– À
semelhança da vida cidadã futura que encontrará após sua formatura, os alunos
são submetidos a um sistema meritocrático de merecimento, onde se destacam
aqueles que mais se dedicam e estudam, bem como os que melhor se conduzem
dentro dos parâmetros exigidos pelo Colégio. Dentro desse contexto é que existe
o Batalhão Escolar, onde os alunos têm uma classificação hierárquica de grau, e
a Legião de Honra, para a qual são convidados os que mais se destacam em
comportamento, procedimentos e aplicação.
– A
carga horária anual é superior à mínima estabelecida pelo MEC.
– Além
dos conteúdos disciplinares, são oferecidas ao aluno atividades extraclasse,
como: diversas modalidades de esporte, xadrez, astronomia, coral, banda de
música, teatro, clubes de disciplinas [Matemática, História, Literatura,
Ciências, Filosofia, etc.] e grêmios sócio recreativos. É incentivada a
participação em olimpíadas educacionais, como: Astronomia, Física, Biologia,
Matemática, etc., e em projetos sócio assistenciais de apoio a pessoas
carentes.
– A
adoção de uniforme para todas as atividades possibilita que os alunos se
destaquem apenas pelo que verdadeiramente são, e não pelo que vestem ou
ostentam.
– Alunos,
profissionais ou grupos que obtenham qualquer tipo de atuação positiva
destacada intra ou extra colégio, recebem o reconhecimento do CMPA através de
destaque em reuniões de alunos, de profissionais ou de ambos, ou ainda a
citação em Boletim Interno e/ou no Portal Internet da instituição.
– A
educação não se limita aos conteúdos das disciplinas. São também trabalhados e
cultuados valores, como: respeito, ordem, organização, honestidade, honra,
princípios morais, lealdade e responsabilidade pessoal e social, mas sempre
dentro de um clima de amizade e camaradagem. Esse fato motiva uma forte e
perene ligação afetiva entre alunos e ex-alunos com o Colégio Militar.
– A
educação está baseada na harmonia e interação, profícua e constante, entre três
vetores: escola, aluno e família.
– Muitos
dos profissionais são ex-alunos, o que traz uma relação afetiva que
potencializa as atividades e relações profissionais.
– Historicamente,
o CMPA trabalha com cerca de 30 alunos em cada sala de aula, admitindo, em
casos excepcionais, um máximo de trinta e cinco alunos, possibilitando ao
Professor controlar e acompanhar o processo individual de ensino/aprendizagem.
– O
Colégio possui uma excelente infraestrutura de apoio, alicerçada na
administração militar. Como integrante do Sistema Colégio Militar do Brasil,
beneficia-se da troca de experiências e vivências, educacionais e
administrativas, entre os doze colégios militares que compõem o sistema.
– A
existência da Associação dos Amigos do Casarão da Várzea [AACV], congregando
pais, alunos, ex-alunos, professores, funcionários e amigos do CMPA, apoia, de
forma decisiva e fundamental, as iniciativas educacionais, sociais e culturais
empreendidas pelo Colégio e por seus integrantes.
– O
Casarão da Várzea possui 98 anos de tradição como Colégio e 138 anos como
escola, tendo um extenso rol de ex-alunos que se destacaram no cenário
nacional. Durante esse longo período, forjou-se a tradição de um ensino de
excelência, a qual implica em maior responsabilidade para os alunos e
profissionais de hoje.
Solicito Publicação
(*)
Hiram Reis e Silva é Canoeiro, Coronel de Engenharia, Analista de Sistemas,
Professor, Palestrante, Historiador, Escritor e Colunista;
· Campeão do II
Circuito de Canoagem do Mato Grosso do Sul (1989)
· Ex-Professor
do Colégio Militar de Porto Alegre (CMPA);
· Ex-Pesquisador
do Departamento de Educação e Cultura do Exército (DECEx);
· Ex-Presidente
do Instituto dos Docentes do Magistério Militar – RS (IDMM – RS);
· Ex-Membro do
4° Grupamento de Engenharia do Comando Militar do Sul (CMS)
· Presidente da
Sociedade de Amigos da Amazônia Brasileira (SAMBRAS);
· Membro da
Academia de História Militar Terrestre do Brasil – RS (AHIMTB – RS);
· Membro do
Instituto de História e Tradições do Rio Grande do Sul (IHTRGS – RS);
· Membro da
Academia de Letras do Estado de Rondônia (ACLER – RO)
· Membro da
Academia Vilhenense de Letras (AVL – RO);
· Comendador da
Academia Maçônica de Letras do Rio Grande do Sul (AMLERS)
· Colaborador
Emérito da Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra (ADESG).
· Colaborador
Emérito da Liga de Defesa Nacional (LDN).
· E-mail: hiramrsilva@gmail.com.
Qualquer Semelhança não é Mera Coincidência – XXVIII
Bagé, 29.01.2025 Continuando engarupado na memória: Tribuna da Imprensa n° 4.281, Rio, RJQuinta-feira, 21.02.1964 Em Primeira Mão(Hélio Fernande
Qualquer Semelhança não é Mera Coincidência – XXVII
Bagé, 27.01.2025 Continuando engarupado na memória: Tribuna da Imprensa n° 4.279, Rio, RJQuarta-feira, 19.02.1964 Em Primeira Mão(Hélio Fernande
Qualquer Semelhança não é Mera Coincidência – XXVI
Bagé, 24.01.2025 Continuando engarupado na memória: Tribuna da Imprensa n° 4.272, Rio, RJ Sábado e Domingo, 08 e 09.02.1964 Jango Atinge sua Maior M
Qualquer Semelhança não é Mera Coincidência – XXV
Bagé, 22.01.2025 Continuando engarupado na memória: Tribuna da Imprensa n° 4.268, Rio, RJ Terça-feira, 04.02.1964 Em Primeira Mão(Hélio Fernandes)