Quinta-feira, 1 de fevereiro de 2007 - 06h48
A eleição para a presidência da Câmara dos Deputados tem sido ultimamente o foco de atenção do Congresso Nacional. A disputa pelo terceiro cargo político mais importante do país é a preocupação central de partidos e congressistas nesse momento. A nova legislatura que se inicia enfrenta o desafio de melhorar a imagem da casa do povo, tão abalada com "mensaleiros" e sanguessugas". Além disso, a perspectiva é que não se repita os mesmos erros que levaram Severino Cavalcanti (PP) à presidência da casa. Naquela ocasião, um racha dentro do PT, dono da maior bancada na época, possibilitou a ascensão de um deputado do baixo clero, de um partido "mensaleiro" que possuía apenas 10% dos assentos na Câmara.
A disputa de amanhã (01/02), corre o risco de criar uma crise, ou pelo menos abalar a estrutura da base aliada. Tudo ocorre porque novamente como em
Nosso sistema político conhecido como "Presidencialismo de Coalizão", implica em uma necessidade extrema de habilidade nas negociações, e como salientou o cientista político Sérgio Abranches, autor de um estudo clássico sobre o tema, o presidencialismo de coalizão pode significar uma "faca de dois gumes", e seu sucesso depende principalmente da capacidade do governo em respeitar os pontos ideológicos ou programáticos inegociáveis que nem sempre são acertados durante a formação de coalizões. Nesse contexto, o desgaste provocado por um racha na base aliada, poderá desestruturar a coalizão governamental.
Os últimos acontecimentos já mostram a insatisfação do governo em relação as declarações de Aldo Rebelo no debate da Folha de São Paulo. Segundo Aldo, não seria correto concentrar poder demais nas mãos de um único partido. A necessidade de um consenso por parte base aliada influi diretamente nos rumos do 2º mandato do presidente Lula. Tudo indica que haverá 2º turno, e nesse contexto, Gustavo Fruet pode surpreender, apesar do PSDB quase apoiar Chinaglia, o que irritou tucanos como o ex-presidente FHC, que exigia do partido candidatura própria.
As negociações já começaram em torno de um possível segundo turno. Tanto Chinaglia quanto Aldo correm atrás do apoio do PSDB. Nos bastidores, tudo indica que o apoio dos tucanos seja dado para Aldo, que segundo eles teria uma posição mais independente, apesar de ser aliado do governo.
A eleição para a presidência da Câmara dos Deputados nos remete novamente aos velhos dilemas do presidencialismo de coalizão em nossa democracia representativa: quem tudo quer, nada tem. É preciso negociar, mas além de tudo isso fica a uma questão no ar, aliados históricos PT e PC do B, não conseguem chegar a um consenso, será mesmo que a esquerda brasileira, como se dizia nos "anos de chumbo", lá pelos idos de 68, só se une na cadeia? Basta esperar amanhã, mas uma coisa é certa, uma possível eleição de Gustavo Fruet, representaria um dos maiores equívocos do governo Lula.
Fonte:
João Paulo Viana é cientista político e professor universitário, autor do livro: Reforma Política Cláusula de Barreira na Alemanha e no Brasil.
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