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Gente de Opinião

Leo Ladeia

A jogada é arriscada e Confúcio caminha no fio da navalha


 

Frase do Dia:

“A presidente Dilma reconheceu que meu problema era político. Não dava conforto a ela. Pelo conforto dela e pelo meu, estou saindo. Saio mais tranquilo que entrei.”  Ministro Negromonte, o rei da desfaçatez, recebendo feliz da vida um pé na bunda



 

01-A ponta do iceberg

A ponta do iceberg, aquela parte que fica à mostra, corresponde a aproximadamente 10% do seu tamanho total e talvez seja esta a parte visível do iceberg que provocou o rombo na saúde do estado. É o que se depreende da ação proposta pela Dra. Silvana Maria de Freitas, da 2ª Vara da Fazenda Pública de Porto Velho, que bloqueou bens do ex-secretário Milton Moreira, empresas e mais quatro pessoas, por superfaturamento de oxigênio. E como “superfaturado” é um termo desgastado, comparem o roubo por si mesmos: hospitais particulares e outros órgãos públicos pagam de R$ 4,94 a R$ 6,00/m3 e o estado pelo mesmo produto de R$ 11,07 a R$ 18,08. Pode caçar que tem muito mais rato escondido no banhado. Não fiquem só nos 10%.

02-DesabafoA jogada é arriscada e Confúcio caminha no fio da navalha - Gente de Opinião

Dia desses escrevi que prefiro ouvir o governador Confúcio pela manhã quando ele está mais ativo, que o governador alisa muito sua tropa e que precisa bater. Pois é. O governador pôs a boca no trombone frente às câmeras. Num tom de desabafo, fez a crítica lúcida e perfeita. Só há um porém: a crítica é sua, mas o governo também. Permito-me então um desabafo em lugar da crítica que sempre faço: sugiro que o governador mande quem o puxa para baixo pras “cucuias” e desista de esperar a ajuda que não virá. Um ano depois, desse mato não vai sair coelho até porque não existem coelhos e sem coelhos não existe a mágica anunciada e que todos querem ver. Não jogue a toalha governador. Apenas retire a venda e olhe à sua volta.    

03-Batendo bumbo

O discurso está tão redondo quanto o alvo. O Senador Ivo Cassol vai se empenhar para que o estado de Rondônia não consiga fechar os financiamentos para viabilizar projetos. O alvo, claro é Confúcio Moura e se não houver o contraponto do PMDB ou do governo, Cassol vai sozinho tocando sua partitura preferida ao som monocórdio do seu bumbo. Variações ficam por conta da dívida do Beron e compensações de Jirau. Cassol quer a cadeira de Confúcio na próxima eleição e tanto ele quanto o partido precisam mostrar força elegendo um grande número de prefeitos. Daqui em diante Cassol vai aumentar o baticum: uma no bumbo, outra em Confúcio.

04-Tocando clarins I

Um dia depois de o senador Cassol começar a andança pelas emissoras de rádio e TV, a equipe de comunicação do governador Confúcio pôs seu bloco na rua e parece que a linha será: bateu levou. Bumbo de um lado, clarim do outro. Confúcio madrugou na Rede TV e agendou a volta na casa para calar ou diminuir o bate-bate do bumbo com uma partitura que surpreende pela ousadia, vez que na área de obras e estradas seu governo está muito bem avaliado. Ocorre porém que em outras várias áreas, o governo está debilitado. Aí só se aumentar o som do clarin para cobrir a orquestra ou mandar os músicos que desafinaram tocar o baile da saudade.

                                                                                                                                                   

05 - Na Flauta

Com o apoio que conseguiu angariar no Executivo, Judiciário e com a fragilidade de seus pares o deputado Hermínio Coelho tem tudo para pela primeira vez na história da ALE, escrever um mandato digno de registro, sem traumas e sem ocorrências policiais. . Tudo lhe é favorável, até o que é averso. Sem papas na língua, Hermínio pode inaugurar um mandato transparente e falar o que quiser, desde que cumpra o que deseja a sociedade civil organizada e os poderes constituídos. Fácil assim. O primordial é não passar a mão na cabeça de quem está mais sujo que pau de galinheiro e agir com rigor em qualquer caso de corrupção. Dá para levar na flauta.

06 - La e cá I

Quem pensa que ter problemas com secretários é privativo do governador Confúcio Moura deve olhar para o resto do Brasil e especificamente para o Palácio do Planalto. A presidente Dilma que perdeu parte dos 38 ministros tem mais três nomes para fazer ferver a moringa. Pimentel, o amigo do Desenvolvimento, Mendes Ribeiro, o doente da Agricultura e por fim, Guido Mantega, o leniente da Fazenda. E já se foram oito excluídos contando com a saída de Negromonte hoje.  Dilma foi levada a fazer a faxina em função da corrupção na sua equipe do governo. Estamos longe disso apesar de já uns tantos terem caído por aqui mas Confúcio pode adotar idêntica solução em função da incompetência da sua equipe. Quem sobreviver verá.

07-Lá e cá II

Nossa presidente tem o recorde de aprovação e popularidade, amplo apoio no Congresso além da camada de teflon suficiente para manter ou demitir do cargo qualquer auxiliar sem que lhe cause desconforto. Lá é assim. Aqui não. Confúcio recebeu o governo de um adversário e desde o início do governo convive com problemas que nem se supunha existir. A reengenharia administrativa, política e técnica seria, e é obrigatória, já que a sua eleição ocorreu nas asas da mudança.  Sem apoio do Legislativo que se fracionou com a Termópilas e respingou na sua sala Confúcio terá trabalho duro pela frente para recuperar a credibilidade. Seu marketing político precisa mostrar quem é que manda no pedaço e por fim no absurdo boato do impeachment.      

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08-No fio da navalha

Quando acabei de escrever que Confúcio precisa mostrar quem manda no pedaço, achei que o termo não era apropriado já que envolve não apenas seu grupo de auxiliares diretos, mas toda a sociedade, mas parei na convocação extraordinária da ALE para votar o financiamento de R$ 542 milhões, tão combatido pelo senador Ivo Cassol. A jogada é arriscada e Confúcio caminha no fio da navalha. Perder é admitir que após um ano e de tudo o que ocorreu, o seu governo não se achou. Governar é como matar um leão por dia todos os dias. Se ganhar será do jogo e sem direito a festejar ou cantar vitória. Se vencer será como um dia de folga na caça ao leão.
 

 

09-Guerra das togas

Convenhamos que o Judiciário que hoje votou pela manutenção do poder de investigação pelo CNJ, saiu menor do que entrou na briga, apesar do resultado inteligente, porém apertado com apenas um voto a favor. No estado democrático de direito, todos –  inclusive juízes – são iguais perante a lei. Convenhamos porém que ao fechar a discussão de forma madura e democrática, o STF bebeu e distribuiu água limpa a todos nós que temos sede de justiça. Tudo é processo quando chegamos a uma quadra como esta de reconstrução nacional. Com todos os percalços, brigas e reclamações continuamos trilhando o bom caminho. É só esperar que tudo se ajuste.    

10-Três perguntas cretinas 

Será que não há mesmo jeito de resolver o imbróglio BERON ou falta competência e vontade política aos nossos representantes? A transposição deu uma travada com a morte de Duvanier e agora quem poderá salvar-nos se o Chapolin Colorado está de férias? Estranho...por que será que as decisões do STF estão sempre chegando na linha de empate como hoje no julgamento da questão do CNJ cujo placar final foi 6 a 5?

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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