Quinta-feira, 28 de julho de 2011 - 22h05
Frase do Dia:
“A presidenta Dilma, até prova em contrário, confia nos seus ministros, assessores e técnicos…” – Gilberto Carvalho, até prova em contrário, Secretário Geral da Presidência.
01 - Olho no olho
O governador Confúcio Moura mandou ver ao juntar empresários, empresa de consultoria, políticos, imprensa e ali – olho no olho – dizer o que tem, o que não tem, o que quer e o que precisa para fazer o que tem que ser feito. Complicado? Nada vamos descomplicar. Confúcio quer modernizar o estado e dar um “choque de gestão”, coisa mais ou menos parecida com o que fez Aécio Neves em Minas Gerais. Mas, fazer contando apenas com o FPE, arrecadação do estado é impossível. Não há margem para investimentos. Pior que isso só estiva de barco no barranco. Realize: rampa escorregadia, um saco de feijão na cabeça, rio baixo e chovendo...
02- No olho
Sem grana e precisando arrumar o condomínio, o negócio é uma reunião para chorar pitangas e passar o chapéu. Creio que pela primeira vez isso ocorre aqui em Rondônia. O contrário até que é mais comum, com todo mundo tirando uma lasquinha do estado. A idéia é boa, o valor - R$ 18 milhões - razoável e a forma de fazer, republicana. Coragem do governador botando a cara para bater. E dizem que Confúcio não tem pulso, mas já a pontaria... Lá pelas tantas no meio daquele papo de quem masca fumo, Confúcio vendia seu peixe para os graúdos quando se saiu com esta: “... que o governador não tenha empresas nem laranjas para concorrer com os empresários legítimos”. Vixi sassinhóra... Foi dentro do olho! Com fumo mascado e babado!
03- Furando o olho
Orçamento pronto e dúvida e briga eternas. Impositivo ou não? Para alguns parlamentares o impositivo seria a panacéia de todos os males, pois o governo não teria como deixar de liberar recursos de suas emendas. Para as mesas diretoras de casas legislativas entretanto, é aí que a porca torce o rabo. O orçamento impositivo significa repasse engessado e mesmo que a receita aumente, a merreca será a mesma acertada e se Executivo tem sobras, haverá sobra de gente passando o chapéu. Na guerra que empaca a administração pública, o contribuinte paga e o executivo e o legislativo se engalfinham na nada salutar brincadeira de “fura-olho”. Lá e cá!
04- Olha a faca...
Desde o dia 02 de julho quando a revista “Veja” publicou uma matéria sobre corrupção no Dnit até hoje – e lá se vão 25 dias – a fila de demissões andou rápido. 20 cabeças foram degoladas em 25 dias corridos e nenhuma pista sobre a hora em que o facão da presidente vá para a bainha depois da missão saneadora. Claro que tragédias e escândalos têm prazo de validade na mídia e claro que a casa de ressonância para a lambança que é o Congresso está em recesso o que daria uma folga para o governo. Não é contudo o que está ocorrendo. Hoje a vigésima cabeça foi separada do corpo. Geraldo Lourenço Souza Neto, outro diretor, era o dono dela.
05- Um olho no Dnit outro na Conab
Na coluna anterior falei de ANP, Furnas e de repente a “fantástica fábrica de maracutaia” abriu as portas e a lambança estava na sala do diretor Oscar Jucá Neto, diretor da CONAB. Esse sêo Oscar vem a ser irmão do líder de todos os governos, Senador Romero Jucá. Só para variar, a facãozada se deu em função do pagamento de R$ 8 milhões a uma empresa de armazenagem, Renascença, que estaria em nome de laranjas. Mais: o pagamento usou um fundo exclusivo para compra de alimentos e não teve o conhecimento da presidência da Conab ou do ministro da Agricultura. De novo a Veja, de novo um Jucá. Deve ser perseguição. E eu acho muito bom...
06- Olho no crazy dog
Com o tal recesso parlamentar amplo, geral, irrestrito e indecente, minguaram as notícias, os releases, os debates e os escândalos. Mas já, já começa tudo de novo. Agosto está pintando e já se ouve o uivo desesperado do cachorro louco. Do lado de lá, na Ilha da Fantasia já existem escândalos na fila prontos para saírem do forno. Do lado de cá, tudo na maior tranqüilidade. Por ora as velhas escaramuças entre os poderes e denúncias que pipocam no MP. Dentre elas um pagamento irregular que pode trazer reflexos e dor de cabeça para os dois lados...
07- De olho no trânsito
“Agora acabou. Trânsito em Porto Velho é tolerância zero”. A frase repetida à exaustão pelo Major Lisboa como um mantra, dá a noção exata do espírito que “baixou” nos participantes da campanha para redução dos acidentes de trânsito e que envolve governo e prefeitura. A idéia é educar e prevenir mas, não custa lembrar que os melhores resultados só são obtidos quando o bolso sofre. As multas são pesadas, há perda de pontos na carta de habilitação e a depender de outros fatores, o veículo pode ser apreendido e aí, haja grana para tirar o possante do pátio. Estou gostando de ver e torcendo para que a tolerância zero fique por muito tempo.
08- De olho na vaga
Sabe aquele senhor lampeiro, o Luzinácio, que tempos atrás foi presidente do Brasil? Pois é... Tirou férias do “desencarne” e resolveu baixar e saravar pelo país. No velho estilo, já chega despachando a imprensa e batendo naquela linha onde a porrada é permitida e aceita: abaixo da sobrancelha e acima do terço inferior da canela. E dá-lhe comício sobre qualquer coisa, viagens para qualquer lugar, discussão sobre qualquer tema e, sempre que possível e se a presidente deixar, com presença garantida em qualquer inauguração. Pode ser qualquer uma mesmo. De teleférico a maca de hospital ou berço em creche de periferia. Vale tudo até 2014!
09- De olho nos gringos
Calote, beiço, joão sem braço, pendura tudo isso está no manual do vigarista brasileiro e claro com outras atualizações que a modernidade torna necessárias. Tempos difíceis... O dólar se derrete e o realzinho brasileiro virou moeda forte. Charles De Gaulle precisava estar vivo pra se arrepender. Viramos país sério divera moço. Cucaracha é a mãe! O pior é que o calote, o beiço, essas coisas nojentas de terceiro mundo se bandearam pro primeiro mundo. Deve ser praga. Até Barack Obama sifu. Default, lip, john without arms, hangs, tudo isso é tradução fidedigna do Pequeno Dicionário Ediouro e significa que estamos na fila pra receber dos gringos. Haja!
10- Três perguntas cretinas
Se todo mundo sabe que o sistema para habilitar condutores de veículos é falho, e viciado, por que não fechar tudo pra balanço, dar um baculejo geral nas auto-escolas, Detrans e começar tudo certo do zero? Se todo mundo sabe que os moradores das casas na cabeceira da ponte nova, do bairro da Balsa serão removidos, por que não começaram ainda a construção das casas no outro lado do Rio? O Hospital das Irmãs Marcelinas é tido como referência em termos de administração. Já o Hospital de Base e João Paulo são as ovelhas negras da família. Que tal fazer uma troca justa: Irmãs para o HB e JP e a equipe do estado para o Hospital das Irmãs por um tempo de seis meses, para ver quem se embanana primeiro. Não precisa responder nada.