Domingo, 25 de novembro de 2012 - 21h36
Frase do Dia:
“O esperneio é uma escolha compreensível dos condenados. A aceitação dos veredictos do Supremo é uma obrigação coletiva”. – Jornalista Josias de Souza.
I-Crise entre poderes 1.
De longe o Legislativo por ser o legítimo representante do povo deveria ser o mais forte, mas paradoxalmente é o mais precário entre os três poderes. Nas Casas Legislativas os Chefes do Executivo tomam posse, autoridades do Judiciário são avaliadas antes de serem investidas em seus cargos e mais, o Poder Legislativo detém a prerrogativa de interromper legalmente via impeachment, a gestão do Chefe de Poder Executivo, ainda que tal ação política seja algo extremamente doloroso para a sociedade. Vamos começar por aqui. Vale nos debruçarmos sobre experiências desgastantes e lembranças de fatos ocorridos em nível local e nacional (Áudio AQUI).
II- Crise entre poderes 2.
No primeiro mandato do presidente Lula a bomba do mensalão explodiu no gabinete ao lado do seu, a partir da entrevista concedida à revista Veja pelo deputado Bob Jefferson. Foram meses de palanque na tribuna e sangria pública até que a tragédia foi contornada, seja pela incompetência da oposição, seja pelas lembranças do caso Collor. A oposição apostava que a sangria em praça pública faria o Lula fragilizado negociar ações ponto a ponto. Ledo engano: o apoio da base aliada, os ventos bons da economia e sua incrível capacidade de superação levaram-no conquistar outro mandato. E se tivesse ocorrido o impeachment como seria?
III- Crise entre poderes3.
No primeiro mandato do Cassol a ALE, preparava o seu impeachment quando foi torpedeada por uma bombástica entrevista num programa de grande audiência nacional. O governador apresentou sua denúncia com farta exibição de fitas gravadas por ele mostrando quem eram as galinhas e quem eram as raposas. Cassol deu o troco, pôs a ALE de joelhos e o caso deu origem à Operação Dominó, uma devassa que segue caçando até hoje os filhotes de cobras. A Dominó expôs um padrão de corrupção instalado antes e com tendência a se repetir para sempre. E foi o que aconteceu, como demonstrou Operação Termópilas no ano passado.
IV- Crise entre poderes 4.
As operações Dominó e Termópilas mostraram semelhanças na ação deletéria dos grupos encastelados no poder. A diferença é que na Termópilas o Judiciário ficou de fora, mas tanto numa quanto noutra estavam intimamente ligados os membros do Executivo e Legislativo. A luta se dá por causas bastante republicanas: indicação de cargos, rateio e direcionamento de licitação para obras, serviços e contratos para tudo o que é indispensável ao serviço público como locação de aeronaves, veículos, copias xerográficas, manutenção de equipamentos de saúde, de ar condicionado, alimentação, limpeza, vigilância, veículos. No “pega-pra-capá” sai a acusação de corrupção de lado a lado e quando isso ocorre os dois lados estão certos.
V- Crise entre poderes 5.
Há poucos dias a Justiça apresentou dados consolidados de um ano da Operação Termópilas e eu perguntei sobre quando sairia o restante. Vejam a questão dos cheques apresentados pelo deputado Hermínio Coelho: segundo o governador Confúcio, seria “prato requentado”, já investigado, o que me leva a supor que tal investigação ocorreu na Operação Termópilas. E o que mais foi investigado e não revelado? Sabe-se, por exemplo, que as eleições da Mesa da Assembléia foram eivadas de vícios com compra de votos. Sabe-se que os contratos da Sesau com as empresas de limpeza e alimentos foram feitos no governo anterior e assim... (Assista entrevista de Ivo Cassol em concedida em 26/12/2011, AQUI).
VI- Crise entre poderes 6.
Ora, ora, até o trapezista do circo que ficou apenas uma semana em Porto Velho sabe quem são os verdadeiros donos dessas tais empresas, quanto faturavam, quanto aplicavam na propina. O termo é aplicação mesmo. Um “Arcanjo” pego com a boca na botija e que teve as asas podadas ensinou uma regra de economia informal valiosíssima: “Propina não é corrupção. É investimento”. Se não conseguirem localizar o trapezista, já que o circo tem essa mania de ir de um canto para outro, basta perguntar ao pessoal da “correria” que já esteve preso ou a qualquer funcionário das empresas que continuam atuando ou a qualquer servidor do HB. A coisa é e sempre foi descarada e escancarada. E aí? Por que não abrir a caixa de ferramentas e jogar o resto no chão? Pior do que esse clima não pode ficar (Vídeo AQUI).
VII- Crise entre poderes 7.
Voltando ao caso atual: o deputado Hermínio vinha cuspindo marimbondos e o governador cozinhando em “banho-maria” e aprovando os remanejamentos de verbas. Quem conhece Hermínio, como seus ex-colegas do PT, sabe que ele é incontrolável e, pressionado por dois grupos que estão de olho na sua cadeira jogou farofa no ventilador. Ao citar o cunhado e as irmãs Hermínio não traz nada de novo. O que se comenta sobre o trio é o que se dizia à época da Termópilas com outros nomes como Batista. Mas por que denunciar agora? O ri-fi-fi com o vice-governador ajuda a explicar. Uma CPI tiraria o foco de possível eleição da Mesa. Nos últimos dias o deputado Neodi cresceu a ponto de ofuscar Hermínio (Vídeo AQUI) que joga sem mão.
VIII- Crise entre poderes 8.
Exceção que faço à ida do governador ao MP num domingo, todo restante saiu como manda o receituário para crise hipertensiva: calma, repouso e redução da pressão. Por óbvio, negar a denúncia, mostrar indignação, oferecer acesso a dados sigilosos e copiar o filósofo Cassol: ”Cada um cuida do seu CPF”. Aqui a porca torce o rabo. Dois chefes de poderes trocaram acusações em público e investigação é tarefa para começar de imediato, independentemente de CPI. O que for apurado não quebra o estado e quem não tem culpa não tem o que temer. Já passamos por fases similares e o melhor caminho foi a investigação, apuração dos fatos e a responsabilização dos autores. Que se cumpra apenas e tão somente a lei.
IX-Bombeiros
Do sempre sensato jornalista Sérgio Pires, tomo por empréstimo o primeiro tópico da sua imperdível coluna “Opinião de Primeira” e abro o link para você ler o restante. A sabedoria mineira ensina que em política você não pode estar tão perto que não possa se afastar, nem tão longe que não possa se aproximar. Ensarilhem as armas, sentem e conversem tudo o que há para ser conversado. Ainda há espaço para o entendimento e para o respeito mútuo.
X-Papo com Zé de Nana
X1-Danou-se! Sobrinho está rezando na Três Capelas com seus coroinhas. E Nazif ó...
X2-Não fui ao MP no domingo 10 horas da manhã. Isso é hora de missa e não de MP.
X3-É dando que se recebe. Esse Francisco, o tal cunhado, é de Assis ou de Pádua?
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