Quinta-feira, 31 de março de 2016 - 18h10
FRASE DE HOJE:
“A decisão chega em boa hora porque oferece a Dilma a ótima oportunidade de repactuar o seu governo.'' Jacques Wagnerfazendo do limão uma limonada
01-De frente para trás
Em 15 de junho de 2015 interrompi a feitura desta coluna por razões várias, sendo a preguiça a mais relevante, aliada ao fato de ter-me aposentado. Seria para sempre, mas o comichão pela escrita e a provocação de amigos venceram o nunca mais. Voltei ao ponto de parada e lá encontrei uma novidade na “Frase de hoje”: “Renan, avise para o Mercadante que, se eu quisesse ferrar com ele, já teria feito isso antes. Ele que não venha dar uma de ético para cima de mim. Eu sei de umas coisas…”, dizia Lula em papo republicano com Renan, Lobão e Delcídio Amaral. Lembrei do reclame da poupança Bamerindus “o tempo passa, o tempo voa...”
02-Do além o “contra-impicha”
O PT ajoelhou e até um tal “Pai Carlos de Xangô” sentou praça na tropa de choque pra invocar “uzómi” do além. 1.200 paus,2 cabritos, 2 cabras, 6 frangos, 2 capotes, 1 galo e 2 pombos. Ebó sem marafu pois com Lula no meio, o santo ia acabar sem goró. Com uma tora de fumo de corda corrompi um nêgo véio aqui da terrinha e ele foi na guela: “Mizifi um trabáio desse o véi fais de graça que a dona tá pirigano. Fechou tudo e “tranca rua” sartou pra riba dela. E fala pra muié: sunsê tá carregada! Sigurá esse tá de impicha né faci não, mas o vei sabe cuma fazê... O véi fais sim. Ô fumo bom, mizifi... Humm... Óxente... impicha onde já siviu mizifi... Hummm...”
03-Somos cada vez mais fortes
Lá se vão 52 anos do golpe militar de 64 e na sequencia, quase 30 anos no estado democrático de direito, expressão tão repetida que virou lugar comum entre os ativistas de sofá. Chegamos aqui passando por muitos momentos difíceis e ainda agora vivemos um desses, mas seguimos em frente. Em cada crise, testamos nossa estrutura, a solidez das colunas, riscos de rupturas e a fadiga do material. Para trás ficaram a crença em salvadores da pátria, as balas de prata, etc. Mas, como sói ocorre todo fim de março, a paranoia me faz bater na madeira três vezes, ainda que saiba ser só paranoia. A Constituição Federal nos garante põe fim na adoração reversa dos que, agarrados à teta gorda, prega um fictício golpe. E eis a fala do Comandante do Exército.
04-“Tá tranquilo, tá favorável”
Juntando-se os titulares Dilma, Cunha e Renan, reservas Temer, Valdir Maranhão, Jorge Viana e gandulas conhecidos Ciro, Aécio, Lula, Marina e Serra formamos um time de futebol pior que a selecinha do Dunga. Na dança do quadrado - “ado, ado, ado...” – estão todos no mesmo saco e, mesmo se em sacos separados, já que no saco do governo não se veja mais o PMDB, estão sim intimamente ligados como explica Stevens no seu teorema sobre os vasos comunicantes.
05-Costeando o alambrado
Vade retro coisa ruin... Sangue de Jesus tem poder! Dito isto e após muito tempo costeando o alambrado, reclamando por carta, amuos e muxoxos, o PMDB trocou ministérios, cargos, etc. por uma independência relativamente absoluta. “Governar com o PMDB é ruim, mas sem ele é muito pior”, diz-se em Brasília. Com Dilma pela broxa, o PMDB ficará por perto interpretando com maestria seu único e eterno papel: coadjuvante principal. E se algum incauto esperava um tsunami, o que se vê é a tropa do PMDB molhar os pés no Rubicão e sem desgrudar o olho.
06-Trensalão tucano
“Se a barba do vizinho arde em chamas, põe a tua de molho”, diz o provérbio português. E isso é “erga omnes”, como diria o japonês da federal. Irritados de tanto ouvirem tucanos falarem de mensalão, petrolão e eletrolão, os petistas vão dar o troco tão logo esqueçam o batido “não vai ter golpe”. Chegou o trensalão tucano e junto, o merendão. Roubar é pecado, mas roubar a merenda escolar é pecado sem perdão. Vai ter alma de tucano ardendo no fogo do inferno.
07-Hora do recreio
Com a busca desenfreada para formar base de apoio contando com sete partidos nanicos, a presidente Dilma, que jura dormir muito bem, corre o risco de deixar seu governo com jeito lúdico. Algo tipo assim, Bela Adormecida e os Sete Anões (PP, PSD, PTN, PHS, PT e PSL, além do desidratado PT). Tá uma festa só e o lugar é apropriado. Tem pato, pavão, traíra, ema, anta...
08-Cunha, o invisível
Mirei o foco e de repente eu o vi. Eduardo Cunha, o que ninguém vê, o que a polícia não pega, o que a justiça não alcança, o que ri, – é verdade, e como ri – estava lá presidindo uma sessão da Câmara dos Deputados, ancho e encarando um protesto contra ele. Existem brasileiros imortais pelas artes – Machado de Assis –, incomuns por indicação presidencial – Sarney disse Lula – e os invisíveis como Maluf ou Cunha. Sei é claro que há outros invisíveis, meninos e meninas nos semáforos, velhinhos nas filas dos hospitais, moradores de viadutos, drogados, desempregados, desassistidos, famintos, sei que são muitos. Mas convenhamos, não é de bom tom misturarmos a casta de imortais, incomuns e invisíveis com nossos invisíveis miseráveis.
09-Enriquecendo o vocabulário
Vez por outra um termo vira moda. O último é empoderamento, tradução de empowerment e que no Brasil de “dívidas sociais e conselhos sobre tudo” ganhou um viés popular muito usado nesta quadra político-policial do país, para ação coletiva (ou não!) a fim de empurrar goela abaixo conceitos como o do golpe (é ou não é?), de políticas públicas para índios, negros ou qualquer tipo de minoria. Falei minoria? Pois é... minoria de dois indivíduos (às vezes menos, se for Lindembergh Farias ou Jandira Feghali) é sinônimo de empoderamento a caminho.
10-Reflexão na “juquira”
Triste a paisagem política do Brasil. Juquira ou terra degradada cheia de pragas, propícia ao surgimento de pseudolideranças desertas de ideias, mas prenhes de soluções mirabolantes. Não por acaso surgem velhos estadistas como Marina, Cid, Aécio, Paes, Jobim e Lula. Pobreza!
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