Segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012 - 08h04
O presidente da ALE, deputado Hermínio Coelho, vai ampliar a discussão com audiências públicas
Frase do Dia:
“Hoje a situação é infinitamente mais fácil e confortável. Só que falta o que antes sobrava, a chama de um ideal: queríamos reabrir o sistema político. Hoje, o que queremos? Ganhar as eleições? Mas para quê?” – Fernando Henrique Cardoso
01-Empréstimo by Delfim Neto
Uma vez Delfim Neto disse que chegaria o dia em que seria criticado por não ter tomado mais empréstimos para o país. Era a época do milagre econômico brasileiro. A época era outra, os juros eram baixos e o petróleo idem. Tomar dinheiro barato era quase como se uma obrigação do Ministro da Fazenda. O Brasil era uma potência para o futuro e o empréstimo serviria para fazer a transição. Pena que parte do dinheiro correu pelo ralo da ineficiência e da corrupção por falta de controles efetivos e projetos bem planejados mas, tudo foi pago e muito ficou de investimento. Dinheiro barato é sempre bom desde que haja projeto e controle.
02-Empréstimo by de Machado de Assis
No conto “O empréstimo” o mestre Machado de Assis contrapõe a visão de um financiador e de um tomador de empréstimo. O conto é uma delícia e a natureza da operação é detalhada para mostrar o que está por trás da operação. Quem empresta precisa conhecer a necessidade e a capacidade de pagamento. Quem toma precisa convencer o outro exatamente disso. Ter e negar com elegância. Precisar mas, ocultar a necessidade continua sendo o mesmo jogo que já foi encarado por Delfim ou qualquer ministro da Fazenda de um país de um ou do outro lado da mesa. A questão maior é identificar se o empréstimo é para custos ou investimentos.
03-Empréstimo by Confúcio
Confúcio teve o azar de pegar um estado que já não verá tanto dinheiro como viu Cassol com a construção da Usinas. Pior, Confúcio irá encontrar um grau de dificuldade fruto da ressaca pós-usinas sem as estruturas de desenvolvimento que já deveriam estar fincadas e em operação. Traduzindo: Confúcio, terá que montar o avião em pleno vôo. Dinheiro das compensações das usinas quase não há mais. A solução seria buscar dinheiro para financiar projetos estruturais e um caminho é o BNDES. Absolutamente correto e perfeitamente factível sob qualquer ótica. Ou Confúcio pega o dinheiro ou corre o risco de passar pela mesma crítica que atingiu Delfim.
04-Empréstimo by Cassol
Na saúde, meio ambiente, saneamento básico e na segurança o governador à época, Ivo Cassol recebeu aportes que lhe permitiram fazer um governo marcado pelo desenvolvimento. Cassol é um crítico de peso aos empréstimos que Confúcio pretende contratar e usa o argumento que parece definitivo: em oito anos não tomou empréstimo, salvo dois feitos pelo vice Cahula. Não é bem assim. Cassol começou o seu governo com um empréstimo integral em caixa obtido por Bianco junto à Federação Andina. Seja com Cassol, Confúcio ou qualquer outro, governar Rondônia, um estado carente de quase tudo sem dinheiro, empréstimo ou ajuda, é impossível.
05-Empréstimo by ALE
Se é por excesso de zelo ou outro tipo de pressão, não sei precisar. Certo é que opresidente da ALE, deputado Hermínio Coelho, vai ampliar a discussão com audiências públicas. Prudente providência do deputado, principalmente se levarmos em conta a atual quadra porque passa a Casa. Nada como ouvir a todos ainda que eu não creia em audiências públicas ou assembléias gerais. Espero que com o debate sejam criados mecanismos para controlar e acompanhar o uso do empréstimo de preferência on-line, já que a corrupção grassa e ao corrupto pouco importa de onde vem o dinheiro que vai roubar, se é barato, caro, de imposto ou empréstimo.
06-Empréstimo by BNDES
Uma das funções do BNDES é fomentar e complementar as carências financeiras dos setores público e privado. Está aqui explicitada numa frase a razão de ser do empréstimo que o estado de Rondônia através do seu governador Confúcio Moura propõe contratar com o BNDES. Só e apenas isso. Voltemos a Machado de Assis. Aqui não há necessidade de descobrir o que está por trás do empréstimo. Dois entes públicos – um com dinheiro e com a função de emprestá-lo e outro com carências e com capacidade de pagar – negociam a transferência de recursos para suprir carências. Pena que nem todos os estados possam obter o mesmo financiamento.
07-Mudando o rumo da prosa
Das duas uma: ou o governo esquece que a polícia é militar e a transforma em algo parecido com serviço público ou terá de encontrar soluções para conviver com as greves de policiais ou de seus familiares. Apenas para lembrar, ano passado tivemos greves em Rondônia, Rio, Ceará e agora na Bahia. Para variar a solução para tais greves parece coisa saída de uma cartilha e aí a bagunça nas corporações ameaça a basilar hierarquia e a vida do cidadão comum. O pior é que a polícia faz de conta que é militar, que obedece a hierarquia para atender os coronéis e os governadores acreditam que eles ou seus secretários de segurança comandam a tropa.
08-Um pouco mais disso aí...
Quando PM’s e bombeiros passaram a não ser punidos por fazerem ou incentivarem greves e, até de forma irresponsável como aconteceu aqui em Rondônia, foram defendidos de forma públic contra o que a lei previa, a questão greve e punições passaram a ser relativizadas. Mas não é só na polícia que isso ocorre. Vez por outra o Brasil toma caminhos inexplicáveis como, por exemplo, a decisão do judiciário sobre a Raposa Serra do Sol ou a discussão bizarra do CNJ. Pior, o Congresso se omite ou abstém-se de discutir o tema e a coisa vai para os capas pretas. Com todo respeito, a grande maioria de magistrados vive a realidade dos autos e não das ruas.
09-A ALE e seus caminhos
Volto ao tema e fazendo o mesmo alerta: ou o presidente Hermínio age como presidente de um poder e como um representante do povo ou pode se arrebentar de vez. A sociedade está de olho nos caminhos e em tudo o que pode ocorrer dentro da ALE e convenhamos que apesar da Termópilas, os problemas são maiores do que apareceram até agora e é preciso dizer que as negociatas continuam ocorrendo. Um dos casos – de novo na saúde – tem a ver com a última licitação para comida. Como o próprio secretário garantiu, esperamos os nomes dos reais donos dos contratos. Se ele não sabe, até as pedras do ministro Gilmar Mendes já sabem.
10-Três perguntas cretinas
Será que o Sintero vai mesmo encarar e promover uma greve justo no governo de um aliado? Será verdade que apenas quatro deputados termopilianos estarão na rampa do matadouro? Quem será que encomendou a missa solene de sétimo dia sobre impeachment do Confúcio?
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