E o palácio tá a cara do governo que sai: apagado, triste, sem luz. Porto Velho não merecia isso!

"Eu sempre devo achar que o PMDB é tão grande que eu nunca vou achar que é de bom tamanho". – Sarney, o voraz, sobre seu espaço no governo.

01-A praça é do povo

Fui ver a praça da Estrada de Ferro Madeira Mamoré e gostei. Está bonita e o mais importante, tinha gente educada tirando fotos, crianças e sem a presença da “tchurma do mal” que fazia dali o QG do erro. Falta muita coisa ainda tanto na parte física – foi a primeira etapa – como na parte turística. Há espaço para ações da Secretaria de Meio Ambiente, da Educação, da Fundação Iaripuna, da Semusp, Emdur e da Semob. Bom gosto é a marca que vi na praça e que precisa ser preservado. E essa parte é com o bem educado portovelhense.

 

02-Fim de governo sem luz

Saí da praça e fui dar uma volta no centro da cidade. A primeira passada foi no Espaço Cultural e aí a surpresa: nem uma luzinha, nem uma guirlanda, nadica de nada no Palácio Getúlio Vargas. Nadica mesmo. E todos os anos o palácio ele era iluminado para o Natal. Como o grupo que comandava o estado perdeu as eleições, o compromisso e a tradição foram pra “Casa do Ramalho” e Porto Velho, mais uma vez sentiu o peso das escolhas que faz. E o palácio tá a cara do governo que sai: apagado, triste, sem luz. Porto Velho não merecia isso!

03-A fila anda...

E a torneira que pinga na PRE, pinga também no TRE. Em votação unânime, o plenário do TRE rejeitou as contas de Cassol, Moreira Mendes, Valter Araújo, Jacques Testoni, Luiz Cláudio e Epifânia Barbosa. Vale lembrar que antes as contas de Glaucione Maria Rodrigues já haviam sido reprovadas. Agora vai ser um corre-corre para acertar eventuais irregularidades e evitar que a PRE entre na parada, já que aí o buraco é mais embaixo. Aliás, já tem gente enrolada por lá e, pelo andar da mula véia, vai ter mais enrosco pela frente. É esperar e ver.

04-A fila volta...

A ministra Cármen Lúcia, do TSE, determinou que o TRE do Amapá proclame, imediatamente, o novo resultado das eleições para deputado federal e senador no estado sem o casal Capiberibe. A decisão só vale para o Amapá. Mas aí um outro ministro, o Marco Aurélio, deu uma canetada e determinou que o TRE do Rio de Janeiro compute os votos de candidatos indeferidos a deputado federal e estadual para o partido. A decisão do ministro para o Rio de Janeiro vale para o resto do país. Isso lembra a “mutcho loka” louca teoria do “gato flutuante”...

05-A fila desanda...

Como a decisão da ministra é para ocorrer imediatamente e a do Marco Aurélio impacta toda a eleição, todos os TREs terão que correr para atender as duas em no caso nem o Amapá, em tese, estará a salvo pois, mesmo que a decisão da ministra tenha sido anterior, a do ministro Marco Aurélio a abrange por ser geral. Quem dormiu eleito (perdão mas, não resisti) pode acordar sem sê-lo. Aqui em Rondônia a decisão atinge em cheio o deputado Garçon, que cederia sua vaga a Amir Lando. Isso sim é que chamo de rolo. Amplo, geral e irrestrito. Vida dura a de político: precisa ser eleito sem conhecer a regra do jogo. Cruel.   

06-Fim de um privilégio odiento

O Senado aprovou o novo Código do Processo Penal, fruto do trabalho de uma comissão mista de juristas e senadores. Na verdade um substitutivo ao projeto que recebeu 214 emendas. Dentre as modificações, uma é emblemática e vai de encontro ao direito constitucional de igualdade do cidadão ao acabar com as "prisões especiais". “Qual a diferença entre um pedreiro assassino e um senador assassino? São todos criminosos, e devem ir para o mesmo lugar”, diz o Senador Demóstenes Torres. E eu pergunto: qual a diferença entre o menor de idade assassino ou o de maior idade?  A resposta é a mesma do Senador.

07-Novidades do Código Penal

Além do fim da prisão especial, outros pontos passam por mudanças radicais. O prazo da prisão preventiva será – a depender da pena para o crime – de 540 até 740 dias. 16 alternativas estarão disponíveis para o juiz no caso de medida cautelar, incluindo a prisão domiciliar. Os inquéritos passam a ter um prazo de 90 dias em lugar dos 30 atuais. Acaba a farra dos recursos e só haverá um por instância. A responsabilidade policial passa a ser direito de investigados contra a mídia. E mais o juiz que investiga não participa do julgamento. São avanços.

08-O regaço do Wikileaks

Hackers amigos do fundador do site Wikileakspartiram pro pau. Depois da prisão de Assange a “tchurma do cyber space malino” atacou as Promotoria da Suécia e o site da Mastercard que bloqueou as doações para o Wikileaks em clara retaliação. Assange que foi preso para investigação de crimes sexuais revelou que teve relações consentidas com duas moças suecas e que com uma delas o preservativo furou e vazou. O problema maior dele porém não é o vazamento da camisinha e sim o vazamento de informações. Anarquista por deformação de caráter, estou adorando o fuzuê feito por Assange no Wikileaks.  

09-Tacada de mestre

Sarney é um homem incomum, já disse Lula e o “Marimbondo de Fogo” acaba de demonstrar isso. Sarney conseguiu que Lula matasse o PT no Maranhão para apoiar a sua Fiona. Agora empregou os afilhados Edson Lobão e Pedro Novais, como ministros das Minas e Energia e do Turismo. Não é pouca coisa. Na verdade, das cinco indicações confirmadas do PMDB, duas são do Sarney. O vice presidente Michel Temer indicou o ministro da Agricultura e o Secretário de Assuntos Estratégicos e aí entrou um velho conhecido, o Garibaldi Alves na Previdência. Que tacada. Garibaldi era candidato à presidência do Senado e o Sarney conseguiu tirá-lo do frente. Será eleito outra vez. Agora, por aclamação. 

 

10-Bastidores da rebelião no Urso

Com sutileza e finesse dignas de um hipopótamo enfurecido, um dirigente do sistema prisional destratou um seu subalterno quando da operação no presídio Urso Branco, na presença de pessoas que ali estavam apenas para cumprir  suas respectivas missões. Como o fato me foi relatado apenas por uma pessoa que ouviu a descompostura indevida e grosseira, sou obrigado a deixar de citar o nome da fera. Fim de governo, usando a expressão do grosseiro senhor, “é uma (*)erda”.  Mas não há mal que sempre dure ou bem que nunca se acabe.

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Fonte: Léo Ladeia - leoladeia@hotmail.com 
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