Quarta-feira, 16 de novembro de 2011 - 13h49
Frase do Dia:
"Aquilo é uma bagunça, tem uma série de problemas. Se o ministro tivesse um mínimo de instrução e qualificação, não passaríamos o que estamos passando no ministério." – Adair Meira, ongueiro que contratou o avião que “derrubou” Lupi, sobre o Lupi e o seu ministério.
01-Peixe & boi
Faz tempo que acompanho as conversas dos “cabeças gordas” sobre projetos de tanques redes, alevinos e dá-lhe nomes, tipos e números. Gosto de coisas mais práticas. Em Paulo Afonso na Bahia a Chesf fez uma série de experimentos que depois de testados e aprovados, ficaram nas mãos de quem foge do palavrório como o tinhoso foge da cruz que nem sonham em “colocar a proposta enquanto projeto de pertencimento nesse debate”, mas que põem a mão na massa. E num lugar onde para se enxergar verde só com Ray-Ban, não falta peixe e ninguém precisa de cartão-vergonha ou bolsa-humilhação. Ora, se dá certo num lá onde sobram pedregulhos, cabras e mandacarus e faltam chuvas e terras agricultáveis, por que não dá aqui?
02-Solo & subsolo
“Tenho uma terrinha que não serve prá nada. O que salva é que tem uma lavra e de vez em quando o cara tira um carregamento e cai um dinheirin da casseterita”. Balela. Toda terra produz alguma coisa e nem todo “carregamento” é da casseterita. Claro que existem as duas coisas, mas vamos por ora esquecer a segunda pensar em cinturões verdes nas cidades, inclusive Porto Velho. O exemplo vem da mesma Paulo Afonso e das suas parcerias com pequenos produtores de frutas perenes, de estação e de hortifrutigranjeiros. Ora se lá onde a natureza não ajuda pode por que aqui não? O que falta? Projeto, dinheiro motivo ou vontade?
03-Motivo & vontade
O principal e não único motivo é que o ciclo de construção das usinas do Madeira está no fim e uma parte da mão de obra será desmobilizada ou em bom português, vai perder o emprego. É o pós usina que chega antes que soluções tenham sido pensadas para reduzir o impacto. Mas e a vontade existe? Ora, além da vontade há a necessidade. O barrageiro qualificado, nômade por natureza já preparou o “cacaio” para se mudar para Belo Monte, Machadinho, Peru, onde houver outra barragem a ser construída. É hora de criarmos alternativas para reabsorvemos algo em torno de 40 mil trabalhadores com e sem qualificação que precisam ganhar a vida.
04-Projeto & dinheiro
Estamos atrasados para esse período pós usina, como estivemos e ainda estamos atrasados e despreparados para o período de construção. Vejam as obras de saneamento e universalização de água tratada ou coisas simples e corriqueiras como a construção de uns poucos viadutos para desafogar o trânsito ou ainda o aumento da capacidade hospitalar. Perdemos feio tendo o dinheiro na mão e o projeto na outra, mas não adianta chorar o leite derramado. O negócio agora é outro e quem comanda o processo é o governo do estado fazendo parcerias. É dele, do governador que recebo a boa notícia e... via blog. Há dinheiro e há possibilidades. Meno male!
05-Créditos & compensações
Gostei da abordagem do governador Confúcio – “Estou aguardando ser chamado ou eu mesmo irei de oferecido para provocar as usinas junto com Roberto Sobrinho e sair por aí buscando este abençoado gerentão e chamar outros parceiros como a Embrapa, Emater, Cooperativas, Iniciativa Privada, Universidade todo mundo pra dentro deste grande programa” – e não só pelo jeitão, mas pela visão. Primeiro viu a fonte do recurso, visitou projetos prontos e completou: “Não se pode brincar com dinheiro. Nem com projeto desta dimensão. É sério demais para ser levado no grito. Se bem feito e planejado pode ser ótima alternativa de renda e vida para os ribeirinhos, que foram atingidos pelas barragens”. Isso é como ponta de novelo.
06-Nós & pontas
Já estamos com folga na rede hoteleira de Porto Velho, apesar de hotéis ainda em construção. Há um refluxo nos preços de imóveis apesar da excessiva oferta. Creio que são nós do mesmo novelo, mas onde há nós há pontas. Uma delas é o fluxo de visitantes e a população flutuante de Porto Velho. Sobra gente e faltam atrativos ou sendo curto e grosso, em termos de turismo estamos como o cachorro que corre atrás do carro e não sabe o que fazer quando ele para. É certo que temos a maquete da rodoviária, os projetos do anel viário, do novo porto, do Parque das Águas, da ferrovia Vilhena-Porto Velho e vai por aí. É tão incipiente o nosso turismo que até o balcão de informações doado pela Santo Antonio Energia fica escondido no Aeroporto.
07-Público & privado
As parcerias público-privadas se transformaram em palavrão nessa quadra de desconfianças com as ONGs, mas não podem ser esquecidas quando o assunto é, por exemplo turismo. Há muito o que mostrado e explorado em nosso estado. Da observação da natureza aos esportes náuticos passando pelo turismo rural, de festas, histórico e de negócios – que vai continuar por muito tempo – há espaço para investimentos. Ao governo cabe dar o norte e acenar bandeiras para o empresariado, É aqui porém que a porca torce o rabo. Nas prefeituras a área de turismo tem menos importância que a garagem ou o almoxarifado e no governo a importância é tanta que em vez de empresa pública ou secretaria o que existe é uma superintendência. Não dá...
08-Facão & pescoço
Na volta do feriado um encontro de secretários e governador. Não conheço da pauta, mas pelo que andou escrevendo no blog, o “homi” deve ter uns pitos extras já engatilhados para passar aos seus auxiliares – pelo menos é assim que os outros governadores fazem – e não é demais lembrar que secretários são demissíveis “ad nutum” Olhando bem de longe tem secretários e gente com CDS gordo que até ajuda o governo, mas tem gente que o governo só ajuda. Faz tempinho que governador guardou o facão, mas a pipira do Zé “Banzeiros” passou voando no palácio, passou aqui e pimba! “por ora ainda não, mas a fila tá indo ligeira”. Passarin cruel...
09-King Air & looping
A Comissão de Assuntos Sociais do Senado acaba de “convidar” o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, para um papo sobre novas denúncias de irregularidades em sua gestão. Se Lupi não tiver o assento ejetado antes, comparece na quinta. Ocorre que as contradições não ficam apenas no avião usado – King-Air ou Sêneca – nem na quantidade de orixás que protegem o ministro e é tanto que lideranças do PDT e o Palácio do Planalto já discutem como será a saída do avoado ministro. Se um desembarque num aeródromo discreto ou após uma série de piruetas aéreas, com direito a fumaça colorida, fazendo a logo do PDT e um looping. Desculpem. Não resisti.
10-Três perguntas cretinas
Será que o Secretário Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, vai chorar de novo quando der a pinga para amolecer a carne do “peru” Luppi? O ex-governador Cassol deve voltar ao Senado, mas precisa estar por aqui para manter em alta a pajelança para as próximas eleições. Quem será o substituto no “serviço de bateção de bumbo” no estado? O megabandido Nem prestou um depoimento de seis horas na PF. Não seria mais producente entregar a lista com os nomes dos policiais que estavam na folha de pagamento dele? Não precisa responder nada.