Terça-feira, 23 de agosto de 2016 - 16h03
Leo Ladeia
FRASE DE HOJE:
“Já estamos nos avizinhando do terreno perigoso de delírios totalitários. Me parece que estão possuídos de um tipo de teoria absolutista de combate ao crime a qualquer preço". - Ministro Gilmar Mendes chutando o pau da barraca e enquandrando o MPF.
01-Pesos e contrapesos
O salário de um juiz brasileiro não pode ser maior que R$ 33.763, mas sempre se pode dar um jeito nisso. Um estudo de Nelson Marconi da FGV mostra que o caminho das pedras está na mão do próprio juiz. Em Minas um desembargador ganha em média R$ 56 mil por mês líquido, São Paulo R$ 52 mil, Rio R$ 38 mil, sempre por conta de uma vitamina que engorda o porquinho: o adicional legal fruto da interpretação dada pelo judiciário ou seja juiz que é beneficiário. E mais: ao aumentar o salário básico do judiciário um gatilho aciona aumentos os outros níveis desde o STF até o menor município do país. É legal, mas é indecente e precisa ser revisto.
02-Ruído na comunicação I
A Veja mandou na capa e os “capas” mandaram na Veja. E o que fez Veja senão cumprir o papel de imprensa divulgando a notícia que tinha em mãos? E o que devem fazer os “capas” a não ser investigar os fatos e dar ciência, até por uma questão de respeito ao seu ministro? Pelo que do caso parece ser um daqueles vazamentos das conversas preliminares de uma delação e não a própria, mas tem cheiro de arroz queimado, apesar da própria revista explicitar que o ministro fez o pagamento da tal obra contratada. Acredito que Isso ainda vai dar pano pra mangas.
03-Ruído na comunicação II
Mas além do arroz fedeu carbureto mesmo no fim da tarde de ontem quando saiu uma notícia de que o Dr Janot da PGR teria suspendido a negociação para o acordo de delação premiada de Léo Pinheiro. Janot teria se irritado com o vazamento e pendurou a goteira e não a infiltração na casa do ministro Toffoli na conta do Leo Pinheiro e outros executivos da OAS que estariam pressionando a PGR sabe-se lá como a aceitar a delação segundo interesses dos investigados. Entendo a irritação, mas não a solução de interromper a negociação. Não há nexo visível.
04-Ruído na comunicação III
Perguntas: Leo Pinheiro já havia feito uma pre-delação envolvendo o ministro? Quando? Em caso positivo a PGR investigou o fato? Não creio, mas indago: estaria a PGR ao fechar a conversa com o Léo tentando proteger o ministro Toffoli? O vazamento foi efetivamente feito por Leo ou pode ter sido feito por outras pessoas? Se positivo quem? Claro que a reação do Dr Janot dá sinais de que o imbróglio foi gestado e parido na OAS através do Leo Pinheiro e seus executivos. A quem intere$$a a matéria da Veja? Seria uma tentativa de emparedar a PGR e a LavaJato?
05-Ruído na comunicação IV
Apenas para guardar o novelo de lã que teima em caçar o gato traquinas. Se por acaso o nome de outro ministro do Supremo for citado, o que fará o Procurador da República, Dr. Janot? Já se sabe o que ele fez neste caso, mas indago, ainda que não vá receber sequer o olhar benevolente de um “cabeça gorda”: não seria o caso de se retirarem fatos pertinentes aos detentores de foro privilegiados na delação e usar o que sobra, sem precisar bloquear todo o processo? Este caso está mais sucinto e empolgante que discurso do Suplicy com apartes do Paulo Paim. Aaara sô!
06-Delação remunerada
A ideia tem toda chance de não dar certo e por óbvio não dará. A Comissão Especial da Câmara que analisa medidas de combate à corrupção quer criar o “informante do bem” para incentivar e proteger quem denuncia a corrupção com recompensa em dinheiro. A iniciativa tem apoio do Ministério da Justiça, que defende uma premiação entre 1% e 5% do recuperado e proteção ao informante que não pode ser demitido por exemplo. Não gosto. Fede a macarthismo. Dinheiro não forma cidadãos. A cultura do valor moral se forma com tempo, educação, leis e exemplos.
07-Pesquisas (umas & outras)
As pesquisas oficiais de institutos renomados já apontam os nomes dos ungidos pelo povo para o sufrágio (arre égua!). Na Bahia onde o PT defenestrou o carlismo de ACM, em plena ditadura do acarajé o vento mudou e o neo-carlismo está de volta. Em São Paulo uma espécie de neo-petismo com Marta no PMDB roubando os votos da Haddad tem tudo para ser nascer morto e enterrado com o rival PSDB de João Dória e a (finalmente?) a vitória Celso Russomano que tem a desenvoltura comprovada de cavalo paraguaio. Aqui é “chose de locque”. Pesquisas internas tiram o sono de muita gente, mas deixam um “bode de bicheira” de alma lavada. É esperar.
08-Financiamento (uns & outros)
Enquanto se vive o dissenso sobre o tipo de financiamento de campanha eleitoral, - vai haver ou não o caixa dois? – os candidatos encaram a burocracia. O Brasil real, travado, com um sistema de leis e burocracia feitos para moer o pobre diabo, se encontra a cada dois anos com o país do faz de conta. A urna eletrônica exemplo de tecnologia bate de frente com a parafernália de leis e normas mutantes. Primeira semana de campanha em todo Brasil e sites que irão arrecadar as doações online de eleitores não funciona. Cartões de crédito passam longe do rolo. Sobram TED, boleto bancário ou DOC que não cumprem todos os pré-requisitos do TSE. Para validar a doação é preciso o jamegão do doador no recibo. Acho que o caixa 2, 3, 4... vão bombar nesta eleição.
09-Check-in pro outro lado
Elke Maravilha, Carlinhos Neves, Vander Lee, Quin, Geneton Morais, Goulart de Andrade... Pô logo agora que está melhorando vocês resolveram “ir brincar de outra coisa” (frase da Elke sobre morte)? Enquanto isso algumas almas sebosas ficam por aqui confirmando o velho ditado: vaso ruim não quebra. (...Nem deixa o cargo, nem la boquita, nem de roubar, mentir, enganar e de fazer a gente de trouxa, de ferrar com a gente...). É soda como diria o fábio Falomão...
10-Zé de Nana e a campanha de vereadores.
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