Domingo, 24 de novembro de 2024 | Porto Velho (RO)

×
Gente de Opinião

Leo Ladeia

Há 5 meses 300 políciais desmontaram um esquema de desvios do dinheiro público


 

Frase do Dia:

 Gente de Opinião

“Nesta casa eu não confio” 

Senador Pedro Simon, sobre o Senado Federal

Há 5 meses 300 políciais desmontaram um esquema de desvios do dinheiro público - Gente de Opinião

01-Cinco meses

Quarta feira, 18 de abril. Há exatos cinco meses, a força composta por 300 policiais promoveu uma mega operação desmontando um esquema de desvios de dinheiro público que abalou a política rondoniense, ao revelar ilícitos praticados no Executivo, a princípio Sesau e Detran e Legislativo, com envolvimento a princípio de 8 deputados incluindo-se o presidente e a quase totalidade da Mesa Diretora. O que se sabe saiu dos muitos vazamentos ou raras declarações e indiciamentos oficiais e que me leva a supor que o núcleo da Ale foi contido, a Sesau passa por ajustes e o Detran foi blindado. Para o restante, nem Mastercad. Talvez só outra Operação.

 

02-Sem decoro

Depois da bomba do dia 18 de novembro duas outras apareceram: a primeira foi a denúncia – não rebatida – de compra de votos para a eleição da Mesa Diretora da ALE e na qual estariam não apenas os oito distintos deputados. A checagem no sumiço de alguns deputados antes da votação e o escore obtido por uma chapa leva à constatação. A segunda bomba foi a ausência de controles da ética parlamentar. Falta de decoro não era e nunca foi preocupação da ALE, apesar do histórico de bandalheira desde seus primórdios. Com código e comissão adaptados, que a ética recém instalada nos traga respostas diversas da óbvia e até esperada, inocência.

 

03-Cinco meses de desinformação

Afinal, e apenas para citarmos alguns dos expoentes conhecidos da Operação Termópilas – há desconhecidos sim – qual a parte do latifúndio que caberia aos ícones Valter Araújo e Batista? Que revelações fez Batista nos depoimentos – teriam sido três – que somadas aos dos outros já daria condição de encerrar essa etapa e prosseguir com o restante da Operação Termópilas? Quem são os outros nomes não citados na primeira leva e que foram ventilados pela imprensa ou admitidos por quem disse que a operação “é muito maior” e “estamos todos grampeados”? Faltam dois elos da corrente que se partiu em pontos distintos e que precisam ser mostrados.

 

04-Vasos comunicantes

Um dos elos perdidos do esquema não é visto, mas sim a silhueta sob o tapete. O rinoceronte violáceo está lá na Sefin, como se fosse parte de um pesadelo lisérgico para lembrar que dali saia o dinheiro que irrigava o caixa. E como não perceber se o rinoceronte ficou lá esse tempo todo? Ora, não é preciso ser matemático, conselheiro do Tribunal de Contas, agente da PF ou do MP para saber como a máfia agia. E se nem a justiça e a contabilidade conseguem explicar, que busquem na física hidrostática através dos vasos comunicantes, seus níveis e seus dutos.

 

05-Deve existir bem mais

“A verdade é contada pelos vencedores” e mais: “de tanto se repetir uma mentira ela acaba se transformando em verdade”. Uso as duas para lembrar que o satanizado Valter Araujo ainda não falou. Não tenho procuração para sua defesa, ou ligação pessoal, funcional, partidária, mal o conheço, mas quero sua versão. Dúvidas: o dinheiro que Valter Araújo distribuía aos colegas era só dele e de seus negócios ou de mais alguém? Esse alguém era do governo, da Assembléia ou o próprio governo? Aceitando que o dinheiro fosse fruto de fraudes, Valter Araujo doava dinheiro seu, ainda que de má origem, ou haveria outra fonte da qual participavam os outros sete deputados? Não que isso vá alterar minha vida. É só para esclarecer E tem mais coisa...

 

06-Contratos públicos

A história de que o que é contratado não é barato ou caro, pode valer para nós, gente comum, mas nunca para o serviço público. A Operação Termópilas identificou fraudes e ilícitos diversos em contratos que estavam em vigor desde o primeiro dia do governo Confúcio Moura. Tenho a certeza que parte vem do governo anterior, mas não tenho dúvidas sobre a responsabilidade solidária do governo atual. Quem casa com a viúva assume espólio, filhos, obrigações, direitos e bens. Para entender: contratos do governo não foram, são ou serão atos de uma pessoa, seja Cassol, Cahula ou Confúcio. Eu creio que a Operação Termópilas ainda tem muito por fazer e claro, quem ouve um lado só é mouco ou só vai saber de um lado. É preciso eviscerar tudo...

 

07-Explicando o inexplicável I

Trago alguns exemplos, mas a lista é grande, aberta e se você se interessa, é só adicionar o que tiver em mente. A ministra Ideli terá que explicar porque comprou lanchas que estão virando sucata sem nunca terem sido usadas. O ministro Pimentel terá que explicar mais uma vez qual o serviço prestado à Federação das Indústrias de Minas Gerais de quem faturou R$ 2 milhões. Fernando Cavendish, da enrolada Delta Construções S/A terá que explicar porque disse que é possível ser convidado para obras oferecendo dinheiro a políticos. Zé Dirceu que assessorou a Delta terá que explicar porque a empresa disparou na captação de obras no governo.  

08-Explicando o inexplicável II

Juro que não entendi logo a piração ampla, geral e irrestrita do governo em encampar uma idéia da oposição e incendiar a CPI do Demóstenes abrindo espaço para que se investiguem os “agentes públicos”. Uma loucura que permite que se investigue do motorista até a presidente, passando por Cachoeira e Zé Dirceu. Hoje o governo brecou, o Senado se desmobilizou e Pedro Simon foi cirúrgico: "Há um movimento para esvaziar a CPI, a comissão foi insuflada pelo ex-presidente Lula, pedida pelo PT e aceita por PSDB e PMDB. Mas, houve arrependimento. A presidenta Dilma ficou irritada, a CPI, prevista para esvaziar o julgamento do mensalão, pode atingir seu governo". Romero Jucá que já não está lá e Dilma deve estar sentindo sua falta... 

09 - Cachoeira tá doido pra falar

Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, será transferido do presídio de Mossoró para Brasília. O desembargador do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, Tourinho Neto, aceitou o o argumento dos advogados de não havia necessidade do moço sob uma rotina de segurança –raspar a cabeça – desnecessária, já que é a primeira vez que vai preso. Além disso, é difícil para advogados e sua família. Como se pode ver, argumentos científicos que mereceram a atenção do desembargador que chegou a afirmar que Cachoeira não cometeu nenhum crime hediondo e não representa alto risco para a sociedade. Dizem que o Cachoeira tá doido pra falar...

10-Três perguntas cretinas 

O semáforo da Calama com Rio Madeira está com defeito desde o dia que fizeram a mudança de trânsito. Será que o contrato para consertar venceu e não renovaram? O baner mostrando o projeto e a frase dizendo que no local será construída a nova rodoviária não é propaganda enganosa já que o terreno estaria sub judice? Faltam 6 dias. O que será?

 leoladeia@hotmail.com

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

Gente de OpiniãoDomingo, 24 de novembro de 2024 | Porto Velho (RO)

VOCÊ PODE GOSTAR

Como cortar a própria carne sem anestesia

Como cortar a própria carne sem anestesia

A “tchurma do primário mal feito” disse: corte só depois da eleição. Dona Simone jurou: "Chegou a hora de levar a sério a revisão de gastos. Não é p

Deu o que o americano escolheu

Deu o que o americano escolheu

Assisti parte do “esforço jornalístico na reta final” das eleições nos EUA durante a madrugada e vi duas desmobilizações que não estavam previstas.

SUSP-Uma ideia jerical

SUSP-Uma ideia jerical

A segurança é importante demais para ficar apenas com um ministro A ideia do SUSP não é ruim e nem nova. É de 2018- Lei 13.675 – quando o Brasil vi

Quem é com-Vicente? Será o Benjamin?

Quem é com-Vicente? Será o Benjamin?

Sêo Benjamin do STJ foi à boca do palco e anunciou: “O STJ não vive uma crise exceto a de volume gigantesco de processos. O que temos são fatos isol

Gente de Opinião Domingo, 24 de novembro de 2024 | Porto Velho (RO)