Segunda-feira, 27 de junho de 2016 - 21h16
Escrevi há poucos dias sobre a Operação Lava Jato e, fechando o artigo no penúltimo capítulo, afirmei: “não dá mais para segurar. É este o legado”.
Naquele momento senti um receio que sei infundado do que poderia acontecer se o juiz Moro viesse a morrer ou ser morto – por que não? – num desses assaltos que ocorrem e contra os quais ninguém está imune. Como ficariam as diversas fases da Operação já em andamento ou as que ainda hão de vir?
Meu receio não só carece de fundamento. É infundado mesmo. A burocracia – a boa – faz com tudo no serviço público continue funcionando dia após dia, independente da presença do chefe que ordena, carimba, assina, etc. Pronto. Vamos passar uma borracha nesse pensamento fugidio já que eu não teria mesmo com ou porque me preocupar, salvo pelo fato de que já passei dos 65 anos, vivi e vi muita coisa e carrego experiências boas e outras nem tanto.
Dentre as boas uma constatação: há pessoas que por sua estatura moral, profissional e ética emprestam ao cargo que ocupam uma dimensão maior que a exigida. Exemplos? Sérgio Moro e o procurador Deltan Dallagnol, entre as pessoas mais visíveis da Lava Jato e apenas para nos determos à tal operação.
Dentre as ruins um dito popular - “cachorro mordido de cobra tem medo de linguiça” - espécie de apoio para minha reincidente paranoia quando alguma crise política se apresenta e que é a responsável pelos tais receios, medos, paúras e tentativas de identificar conspirações em andamento como agora.
O monstro paranóico entrou na minha cabeça quando o ministro Teori enviou a investigação contra Lula por obstruir a justiça para Brasília. Meu rábula interior já descobriu o artigo 76 do CPP: “A competência será determinada pela conexão: II - se, no mesmo caso, houverem sido umas praticadas para facilitar ou ocultar as outras, ou para conseguir impunidade ou vantagem em relação a qualquer delas”. Danou-se!
Melissa e maracujina devolveram a calma para pensar: contra decisão do STF nada posso fazer. Lembrei que o petrolão é parte de algo bem maior que envolve fundos de pensão, empresas de energia, BNDES, Petrobrás, empreiteiras de obras, partidos, etc, e até o sofisticado planejamento paralelo do Ministério do Planejamento para roubar aposentados e pensionistas e que equipe da Lava Jato, inclusive o ministro Teori devem ter material de sobra para trabalhar pelos próximos anos desde que não apareçam mais delatores dispostos a arrumar uma descontinho, uma inhapa na sentença condenatória. Vamos deixar combinado que o combate à corrupção generalizada não pode ficar apenas com o juiz Moro e equipe.
Dia desses um infográfico mostrou a relação entre a quantidade de condenações do juiz Sérgio Moro e o STF. É covardia. O resultado de um só juiz de primeira instância põe no chinelo toda estrutura judiciária da mais alta corte. E agora José? Ouso responder que os juízes federais de primeira instancia seguirão o exemplo do Sérgio Moro e sua equipe e que o STF, sabedor de suas naturais limitações, irá “descer” mais e mais processos. E não só para Curitiba que fez escola, mas para Brasília, São Paulo, Porto Alegre, etc. onde as pressões e interferências políticas são menores. Melhor para a justiça, melhor para o STF.
É outro legado da Lava Jato. Ao prender, repatriar o roubo e sentenciar influentes ladrões, Tribunais e juízes de primeira instância diminuem a pressão que sofre o STF, que pode assim fazer mais e melhor a prestação jurisdicional e golpear de morte crimes, criminosos e a vergonha nacional: impunidade. Creio que é o movimento inicial da roda virtuosa propagando a justiça equânime para todos os cidadãos.
NB: Ontem num show da banda Capital Inicial em Curitiba, o juiz Moro foi ovacionado pelo público.
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