Quinta-feira, 24 de janeiro de 2008 - 20h37
José Bonifácio Pinto, diretor de contratos da Odebrecht é pernambucano e está em Porto Velho, representando o consórcio Furnas-Odebrescht e a nova empresa MESA – Madeira Energia S/A que está em criação, foi o entrevistado desta quinta-feira (24) do jornalista Léo Ladeia no programa Sala Vip e traz informações, dando a dimensão do que está para acontecer no planejamento e na programação da empresa vencedora do primeiro leilão, ocorrido no dia 10 de janeiro de 2008, referente a primeira Usina do complexo rio Madeira. Veja a entrevista:
LÉO LADEIA – Já dá pra começar a obra?
BONIFÁCIO – Não, eu gostaria muito de estar começando a obra neste momento, mas pelo planejamento que nós fizemos, vamos antecipar a geração de energia da primeira unidade para maio de 2012.
LÉO LADEIA – Saiu o leilão, mas a luta é de todos, então o que a sociedade pode esperar e o que ainda vai acontecer?
BONIFÁCIO – A sua colocação é de fundamental importância para que as pessoas percebam que o processo não está superado. Na verdade houve um leilão, foi bastante importante, e ele não se realizaria se não tivesse o apóio daqueles que querem transformar o estado de Rondônia, como FIERO, MINISTÉRIO PÚBLICO, FECOMÉRCIO, Governo Municipal e Estadual, mas foi vencido apenas uma etapa. Há, portanto, todo um processo burocrático de adjudicação da licitação e posteriormente de assinatura do contrato de concessão, e aí sim o consórcio vencedor passa a ser de fato o concessionário do aproveitamento. Hoje o consórcio Madeira Energia está cuidando de formatar essa empresa que será a concessionária, e apresentar a Aneel (agência reguladora), no sentido de que constituída e aprovada todas as empresas que farão parte dessa nova companhia para que possa ser assinado o contrato de concessão. A expectativa inicial era que esse contrato fosse assinado em maio, porém devido a celeridade com que tanto o governo quanto o consórcio Madeira Energia tem atuado nas últimas semanas faz com que esse contrato possa ser assinado em março deste ano.
LÉO LADEIA - Como é essa formatação das empresas?
BONIFÁCIO – É importante que as pessoas também entendam como é feita essa formatação do negócio. Por um lado você tem o consórcio Madeira Energia (MESA - MADEIRA ENERGIA S/A) e por outro lado - que executará o empreendimento - existe um consórcio liderado pela ODEBRECHT, onde participam também a CONSTRUTORA ANDRADE GUTIERREZ, SIEMENS, ALSTON, VATECH, dentre outras. Essas empresas já estão associadas conosco para implantação do empreendimento, até porque a própria ALSTON irá instalar uma indústria de fabricação de comportas aqui em Porto Velho, além da VOTORANTIM que também está se movimentando para irá instalar uma fábrica de cimento. Então o que a gente percebe é que haverá uma grande transformação no estado para melhor, é bom que se diga, mas nós estamos tomando todos os cuidados no sentido de que este impacto seja o menor possível.
LÉO LADEIA – Algum tipo de capacitação à vista?
BONIFÁCIO - Exatamente sobre essa questão nós vamos iniciar, a partir de março ou abril, um programa de treinamento de mão-de-obra, no sentido de capacitar o desempregado daqui de Porto Velho, para habilitá-lo não só para trabalhar conosco, mas também para trabalhar com a Votoratim e a Alston.
LÉO LADEIA – Quando você fala em treinamento, preparação e qualificação de mão-de-obra, quantas pessoas você quer envolver, qual é esse universo em números?
BONIFÁCIO – Atualmente nós estamos concluindo os estudos ambientais, que serão entregues ao IBAMA no início de fevereiro. Esses estudos visam a obtenção da segunda licença de instalação (essa licença permite que o empreendimento seja iniciado). Então há um compromisso do Ibama para que esta licença seja dada até o dia 31 de julho. É importante que as pessoas saibam que o empreendimento não vai começar daqui um mês. Saindo a licença ambiental até 31 de julho, o empreendimento deverá começar entre agosto e setembro deste ano. Portanto, a previsão é que ao longo de seis anos passem por esse treinamento em torno de nove mil pessoas. Neste primeiro momento, a partir de agosto até dezembro não há um efetivo muito grande no empreendimento porque são serviços preliminares de canteiro etc, isso deverá gerar emprego para 300 a 500 pessoas, mas a partir de 2009 esse efetivo será crescente chegando a um pico de nove mil pessoas em 2010, aproximadamente.
LÉO LADEIA - Isto vem confirmar uma entrevista concedida pelo prefeito Roberto Sobrinho a Agência Brasil, quando ele falava que os impactos que estão sendo esperados podem ser bem menores do que estamos idealizando. Poderíamos dizer que mesmo com duas usinas, nós não teríamos nunca 15 mil pessoas aqui em Porto Velho trabalhando?
BONIFÁCIO - Provavelmente não. Pode até acontecer durante dois ou três meses, mas numa situação localizada, identificada e controlável.
LÉO LADEIA – Eu queria que você falasse sobre o cronograma?
BONIFÁCIO – Nós estamos aqui na cidade com um grupo de pessoas que está exatamente formatando, e buscando um lugar, que provavelmente seja na UNIRON, pois existe uma área lá que estamos avaliando para ser a sede dessa escola de treinamento para o pessoal da obra. Esperamos que até o final de março nós já tenhamos a primeira turma pioneira, e aí as turmas virão se sucedendo, para que agente possa fazer um treinamento adequado. Diversas exigências são necessárias em razão do risco do empreendimento - é considerado risco 4 pelo Ministério do Trabalho – como: ser maior e ser alfabetizado, devido uma questão é muito simples, é uma obra de alto risco, não adianta ter uma placa indicando alta voltagem se a pessoa não sabe o que significa. Ou seja, tudo está sendo providenciado durante esse primeiro trimestre, são trabalhos preliminares, para que se chegue em 31 de julho com tudo resolvido e o empreendimento possa ser iniciado entre agosto e setembro.
LÉO LADEIA – Quem não passar pelo treinamento nessa escola não poderá entrar no canteiro de obras?
BONIFÁCIO – Exatamente. Esse curso visa dar um treinamento para cada profissional, cada um na sua área, pedreiro, operador de máquina, carpinteiro, armadores, e colocar para a pessoa a consciência exata das questões de segurança de trabalho que um empreendimento desse porte exige. Até porque um acidente fatal é lamentável e tem suas conseqüências junto à família e a empresa se preocupa muito com isso, temos investido bastante em treinamento e equipamentos de segurança visando tornar a possibilidade de acidente a zero.
LÉO LADEIA – A mão-de-obra local vai ter preferência?
BONIFÁCIO - Esse treinamento, que é o programa ACREDITAR, o nome do programa é esse, porque nós acreditamos na mão-de-obra local, por isso que é um programa específico, desenvolvido pela Odebrecht e pela equipe que desenvolveu o estudo do rio Madeira, no sentido de qualificar essa mão-de-obra que não é qualificada e treinar a mão-de-obra qualificada que existe, porque existem bons profissionais por aqui, pra que eles estejam preparados para a participar de um empreendimento dessa natureza. Nós temos a consciência de que é necessário que a maior parte desse contingente de desempregado de Porto Velho encontre um emprego no empreendimento, e não vamos poupar esforços e nem dinheiro para que nós possamos minimizar a vinda de mão-de-obra de fora.
LÉO LADEIA – Vamos supor seis mil pessoas sejam aproveitados diretamente no canteiro, outros terão uma oportunidade em outras empresas?
BONIFÁCIO – A Votorantim vai empregar em termos de 300 pessoas, a Alston 400 pessoas. Na verdade haverá um grande programa privado de treinamento de mão-de-obra, isso porque são recursos disponibilizados pela iniciativa privada, contando com um importante apoio da rede S (Senai, Sesc, Sesi), que está se juntando a nós, no sentido de nos apoiar e entrar com professores, treinadores etc. Então é um grande programa em que conseguiremos juntar todos os interesses dos governos estadual, municipal e da iniciativa privada. Na verdade esse grande contingente de carpinteiros, armadores e pedreiros vão ser muito exigidos a partir de 2010. Nesse primeiro momento 2008 e 2009, serão serviços muito voltados para terraplanagem, escavação em rocha, com uso de muito equipamento, posteriormente é que entra o uso intensivo de mão-de-obra.
LÉO LADEIA – O que existe de concreto para os ribeirinhos da cachoeira de Santo Antônio?
BONIFÁCIO – Muito importante a sua pergunta. É importante que todos tenham consciência que um empreendimento desse porte deve ser feito com muito cuidado. Há um planejamento específico para isso, não acreditem naquelas pessoas que chegam até vocês e dizem que amanhã vão ter que sair do seu local, porque não é nada disso. A necessidade de retirada e de negociação das áreas e de todo planejamento imobiliário ocorrerá seguramente daqui há pelo menos dois ou três anos à frente, da data que estamos falando hoje. Até porque nós tivemos uma preocupação tão grande com os ribeirinhos, que desenvolvemos um programa, mantendo-os informados. Tanto que, quando as Ong’s tentaram procurá-los para tentar inverter essa linha de raciocínio, não encontram apóio de forma nenhuma, exatamente porque o consórcio Furnas-Odebrecht sempre procurou mantê-los informados e dando alternativas.
LÉO LADEIA – E especificamente Santo Antônio?
BONIFÁCIO - Foi encontrada uma solução de engenharia, que praticamente não vai mexer na margem direita do rio Madeira, onde é exatamente a comunidade de Santo Antônio, apenas o encontro da barragem é que vai ter uma intervenção local. Todo o resto como alojamento, escritório, as estruturas, estarão todas na margem esquerda. Então o impacto na comunidade Santo Antônio será muito menor do que era previsto anteriormente.
LÉO LADEIA – Quais atividades vão acontecer fora do alojamento?
BONIFÁCIO – Eu quero citar aqui algumas atividades fora do empreendimento, mas que estão intrinsecamente ligados ao empreendimento. Você imagina o que é um alojamento com duas mil pessoas. Agora imagine o que é dar almoço e café para essas pessoas. Imagine o que é lavar lençóis e roupas dessas pessoas. Imagine o fornecimento de alimentos in natura. Veja que nós ainda temos Jirau, que vai ter o seu leilão no dia 9 de maio, e também exigirá oito ou nove mil pessoas. Então é necessário que as pessoas se qualifiquem, pois isso evitará a vinda de pessoas de outros estados. Então Léo, esperamos que em maio de 2012 já esteja gerando energia da primeira máquina.
Fonte: Gentedeopinião com informações do programa Sala Vip/Rádio Vitória Régia FM.
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