Quarta-feira, 30 de janeiro de 2013 - 12h06
Frase do Dia:
“Quanto maior o segredo maior o crime que ele tenta acobertar.” – Ricardo Boechat sobre a falta de transparência da Prefeitura de Santa Maria sobre alvarás para a boate Kiss.
I-Lições da tragédia I
Depois de um fim de semana chorando a morte de tantos jovens em Santa Maria é hora de pensar nas lições. Por alguns a mídia estará focada e por mais tempo se falará das lições que a tragédia deixou e do que é preciso fazer para que outra igual não ocorra. É certo que pelo menos em Santa Maria será assim. Mas se é possível evitar uma tragédia ou uma catástrofe, por que nada foi feito antes? E afinal é tragédia catástrofe ou as duas? O que sei é que elas ocorrem sem prévio aviso, provocam comoção e ensinam. Diferente de recentes acidentes aéreos, os três níveis de governo agiram rápido, falando a mesma língua. Aprendemos algo.
II-Lições da tragédia II
Amanhã e por todos os próximos dias nas próximas semanas e nos próximos meses o Brasil vai conviver com a morte diária de 160 pessoas vítimas de acidentes no trânsito das cidades e estradas. Seria uma tragédia se acontecesse numa cidade como foi em Santa Maria e de preferência no mesmo lugar. A questão é que acidentes de trânsito são espalhados. É difícil juntar imagens, editar, contar mortos, comentar e montar os jornais. Sem volume não há comoção nem lições para serem apreendidas. 160 pessoas por dia, todos os dias anos a fio como uma tragédia fatiada. Acidentes de trânsito só são notícias em feriados nas estradas e quando o carro ou o motorista são famosos. Aí viram notícia, mas não deixam ensinamentos.
III-Lições da tragédia III
Para nós da Amazônia, rios são como estradas e por aqui temos também tragédias. Contudo, ainda que tragam as marcas de volume de vítimas e imprevisibilidade, não deixam lições. A cada dia a precariedade dos barcos, portos e a sinalização são indícios de que a tragédia nos ronda. Nossa tragédia é meio invisível. Não tanto quanto as visíveis, mas não notadas, como o flanelinha, o cachimbo do crack, a fila no posto, o ônibus lotado, o tiro na favela, o gueto do tráfico, o arrastão, o sem teto, ou a corrupção que se instalou no organismo público e que impede que as lições de todas as tragédias sejam transformadas em políticas públicas.
IV-Lições da impunidade
Quando o roubo, desvio, safadeza ou algo que o valha dá certo vira exemplo para a fina flor da baixa canalha. É a jurisprudência da súcia. Lembram-se daquela historinha de desvios no Ministério dos Esportes? Pois não é que a coisa também se deu na progressista Campinas? Pois é... e o nome da ONG usada para acolher e destinar o dinheiro desviado do programa Segundo Tempo só poderia mesmo ser “P’ra Frente Brasil”, ligada a gente top no esporte, como a ex-vereadora e ex-jogadora de basquete Karina Valéria Rodrigues, que era gerente da ONGque pelo jeito batia um bolão e encestava todas. A tchurma pegou gosto pela coisa.
V-Pau no busão
A Semtran jogou duro com as empresas de ônibus e pelo menos 13 dos mais belos “busões” que serviriam para transportar passageiros, foram parar no pátio do Detran em função de irregularidades que vão da idade – alguns perto de completar a maioridade – até ao estado lastimável de conservação. Some-se a isso lacres de placas violado, licenciamento vencido, IPVA atrasado e pau no busão, justo às vésperas da audiência pública para tratar do tema. Como se trata de inspeção de rotina e como há um contrato para ser cumprido, é bem provável que a Semtran tenha encontrado o argumento ideal para discutir o aumento.
VI-Pau no bebum
O Contram-Conselho Nacional de Trânsito resolveu também jogar duro e quem paga o pato é o bebum. A Resolução 432 secou a Lei Seca, não permitindo qualquer quantidade de álcool no sangue do condutor, que será autuado por qualquer concentração de bebida. A medida acaba com a margem de 0,10 miligrama de álcool por litro de ar, permitida anteriormente pelo Decreto 6.488/2008. Traduzindo: se o condutor soprar o bafômetro e o aparelho marcar igual ou mais que 0,05 miligramas por litro de ar o manguaçudo será autuado e responderá por infração gravíssima. Para o exame de sangue a tolerância é zero. E aí? Vai encarar?
VII-Rasgando o verbo
Demorou mas caiu a ficha do dublê de empresário e picareta Marcos Valerio. Com mais de 40 anos de pena nas costas e mais sujo que pau de galinheiro, o carequinha resolveu por a boca no trombone e contar pelo menos parte do que sabe. No dia 24 de setembro depois de sentenciado pelo STF Valério por livre vontade e abriu overbo. Foram 3 horas de depoimento e, por acaso tudo está registrado em 13 laudas. Sobrou para o Luzinácio que até ali estava livre, leve e solto. De novo por obra do acaso, a papelada foi parar nas mãos do Procurador Geral da República, Roberto Gurgel, que pretende encaminhar denúncia ao MPF de 1º grau.
VIII-Dois pra lá, dois pra cá
A oposição estrilou, mas só depois que o resultado Mandrake vazou. O governo que anunciou uma redução nas contas de energia elétrica fez vistas grossas aos aumentos do ano passado que antecederam sua boa nova. Com a informação antecipada de que o governo iria reduzir a tarifa de energia, os distribuidores por precaução recauchutaram o “talão de luz” e antes que o povão começasse a ladainha de que a conta subiu, o governo – com um bom ladrão – jogou a tarifa “na chon”. Como o impacto da redução só será visto em março, para as contas de janeiro e fevereiro a explicação fica por conta do aumento de consumo do verão. Genial!
IX-Mingana queu gostio...
Com tanta coisa que baixou de preço como geladeira, fogão, carro, juros, máquina de lavar e claro, a conta da energia, o que vem a ser um aumentinho merreca, como se fora assim um retoquezinho, uma nadica de nada, na maquiagem da inflação e que de quebra vai engordar só um pouquinho o porquinho da Petrobrás? Dona Graça pediu, o mercado balançou e aquilo que era mais certo que a morte rolou: o aumento do óleo diesel e da gasolina chegou e você dançou. Dois pra lá, dois pra cá. Mas não fique triste. Dessa vez tiveram o cuidado de dar com uma mão e tirar com a outra. Como se o bom ladrão pedisse desculpa pelo assalto...
X-Papo com Zé de Nana
X1-Tem audiência pública não sei mesmo pra que. Por via das dúvidas não vou.
X2-Tão Expedito quanto o nome, ele está voando a toda e alto para rumo a 2014.
X2-Se a Semtran der um baculejo nas licenças de mototaxistas e taxistas, faz um strike.
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