Quinta-feira, 12 de julho de 2012 - 05h08
Frase do Dia:
“Não acabem com a minha vida. – Demostenes Torres em seu último pronunciamento como Senador da República e um pouco antes de ter a cabeça separada do corpo por um golpe de decoro.
I-Lado B do LP
Antigamente os bolachões ou LPs traziam músicas gravadas em dois lados. Cansou-se do lado A”, toca-se o lado “B”. O tempo passa, o tempo voa, mas a prática continua numa boa. Um exemplo é a Distribuidora Coimbra que era endereço obrigatório de políticos, partidos e dos candidatos de todas as cores e bandeiras na busca do oxigênio financeiro pra suas campanhas. Esse ano o “pau de bater em doido” vai descer sobre seu lusitano cocoruto. Sobrarão outros endereços, dentre eles os das usinas. E aí o argumento é aquele de sempre: ou dá ou desce e aliás, já está descendo. A pressão sobre a porta do cofre é grande.
II-Matando a saudade...
Hoje, ouvindo o discurso acusatório do senador Humberto Costa condenando o senador Demóstenes, fui lançado por alguns instantes ao passado para visitar os governos dos presidentes Sarney, Collor, Itamar e FHC. Tempos em que o PT falava pela boca do seu maior símbolo dos 300 picaretas, chamava o presidente de ladrão e se opunha a tudo que fosse diferente da sua cartilha. “O tempo passou na janela e só Carolina não viu”. Carolina, talvez não tenha visto, mas com certeza estranhou a peça acusatória de um senador do PT falando de moralidade, decência e ética contra um senador do DEM e principalmente depois da frase do Lula durante a campanha presidencial: ”...o DEM, que nós precisamos extirpar da política brasileira".
III-Um pouco mais disso
Apoio a cassação do mandato do Demóstenes Torres, mas não tenho razão para festejar sua queda que aconteceu no início da tarde de hoje. O ideal é que o Senado fosse formado por homens probos, mas sei que isso é utopia. Perdemos a noção de honradez na política. Falar em quebra de decoro intramuros do Congresso Nacional soa tão estranho como falar de corda em casa de enforcado. Perdemos – se é que tivemos algum dia – a noção do que é ideologia e por consequência, vida partidária. O que temos são agremiações políticas de nomes parecidos que copiam uma das outras até as regras que na verdade são simulacros de estatutos partidários e, em época de eleição a massa amorfa partidária vira um grude.
IV-Sobre partidos e coligações
O que esperar de um partido que tem à frente alguém que para defender seu grupo acusado de corrupção tripudia da justiça e coloca o seu prestígio pessoal na defesa daqueles que são chamados pela Procuradoria Geral da República de “organização criminosa”? O que esperar de outro partido que tem à frente alguém que não pode colocar o pé fora do país, pois tem um mandado de prisão pela Interpol contra si? E o que se pode esperar desses dois partidos que se juntam numa foto dos dois “capos” festejando a aliança político-eleitoral e abençoando um pupilo candidato a prefeito da maior cidade do país? Por favor, sem festas no dia da queda do Demóstenes. Ele é apenas mais um rato como tantos outros. Ou se preferem uma hiena.
V-Demóstenes Torres, o otimista
Em outro lugar qualquer do mundo, o cidadão Demóstenes Torres iria submergir ou até em casos extremos enfiar uma bala no ouvido. Mas não aqui no Brasil. Sai Demóstenes, entra o seu suplente, Wilder Pedro de Morais, engenheiro atuando no ramo da construção civil, sócio majoritário do Grupo Orca, divorciado, dois filhos fruto do relacionamento com Andressa Mendonça, atual esposa do enrolado Carlinhos Cachoeira. Os novos tempos são assim. Hoje, no seu último discurso Demóstenes Torres fez um apelo que mostra como a patifaria se entranhou na política: “Não me deixem disputar uma eleição só em 2030". Haja otimismo...
VI-Couro de dedo
A Lei de Acesso à Informação que prevê a transparência e informação aberta a todos sobre os salários de funcionários públicos está difícil de ser cumprida. Um “capa preta” da Justiça Federal determinou que os salários deveriam ficar preservados da curiosidade pública. A AGU correu atrás e o STF derrubou a liminar devolvendo as informações para o Portal da Transparência. Parece couro de dedo que vai e volta de acordo com o movimento da mão. Da minha parte não vou bisbilhotar e nem me interessa saber quanto ganha determinado servidor. O que me importa é saber quantos ele são e o que fazem. Mais que saber quanto ganham, importa saber se têm méritos, se são avaliados, se produzem, se o objetivo satisfaz à sociedade, etc. Se tudo estiver “dentro dos conformes”, o salário não importa. É apenas mais um complemento.
VII-Isaac Newton & Zé de Nana
Vá entender as curvas e as leis da economia. O Banco Central reduziu os juros da taxa Selic para 8% para alegria de quem tem muito dinheiro ou muita dívida para renegociar, refinanciar e coisas do tipo. A queda não arranha sequer a lataria dos cartões de crédito que ficarão com os juros na faixa de 105%. Para quem estica o salário para formar uma poupança, uma triste notícia: o rendimento da caderneta cai de novo. Parodiando o velho Isaac “Miséria atrai miséria na razão direta da massa, e na razão inversa do quadrado da distância”, ou como diz Zé de Nana em economês popular, “pobre é que nem cachimbo: só leva fumo”.
VIII-La nave vá
“A vida continua”, disse Demóstenes Torres aos seus funcionários antes de deixar para trás o seu gabinete, uma remuneração de mais de R$40 mil/mês e algo que tem mais valor que qualquer outra coisa para quem anda do lado contrário da lei: a imunidade parlamentar. É hora de recomeçar a vida a partir de um ponto e um lugar. O ponto ninguém sabe. O lugar é o Ministério Público de Goiás no cargo de promotor. Logo no MP? A inquirição de um apressado cidadão antes de pensar sobre firulas jurídicas tem resposta clara: ora, nos MPs existem os bandidos e mocinhos, mas a gente sempre sabe quem está em cada posto.
IX-Carlos Chagas
No artigo “Demóstenes não vai sozinho”, o jornalista Carlos Chagas não utilizou o ponto de interrogação, mas poderia já que o seu raciocínio nos leva a refletir sobre a cassação que se desenhava no dia 09, dois dias antes de efetivamente ocorrer. Atual, peço licença apenas para apor a interrogação entre parêntesis: “A cassação do senador será capaz de desencadear um processo de purificação da atividade parlamentar que as urnas, reconhecidamente, não conseguem. (?) A experiência tem demonstrado que nunca vem isolados esses surtos de moralidade. Em especial no tempo em que se alargaram os limites da Polícia Federal e do Ministério Público.” Como sugere o jornalista ao finalizar o artigo, “Vamos espear”.
X-No answer
X1-Se Cachoeira casou com a ex do suplente de Demóstenes, há quebra de decoro ou chifre não conta?
X2-Comer macarrão com linguiça é crime, agravante ou apenas quebra de “de couro” no futebol?
X2-Não seria mais inteligente abrir as portas dos coletivos e não cobrar a passagem invés da greve?
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