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Leo Ladeia

Nas plagas rondonienses não será diferente


 Nas plagas rondonienses não será diferente - Gente de Opinião



Frase do Dia:

 


Nas plagas rondonienses não será diferente - Gente de OpiniãoNas plagas rondonienses não será diferente - Gente de Opinião"Quem é ela para dizer que seremos julgados? O Supremo não é passível de sugestões, muito menos de pressões". – Ministro Marco Aurélio Melo respondendo a um comentário da Corregedora do CNJ, desembargadora Eliana Calmon


 

I-Tá legal, eu aceito o argumento

“Tá legal, eu aceito o argumento, mas não me altere o samba tanto assim.” Com esse verso Paulinho da Viola enquadrou Benito de Paula, que insistia no samba ao piano, com terno, gravatinha, cabelo comprido e brinco. Tá legal, eu também aceito o argumento de alguns, mas não me altere Porto Velho tanto assim. Temos história, gente, cultura e armadilhas a desafiar incautos políticos. Tá legal, eu aceito o argumento, mas não esse que nada existe, de que nada foi feito e que tudo virá pelas mãos do próximo que tocará a prefeitura com o pé nas costas. Tá legal, mas prefeitos são escolhidos pelo povo para exercer a função como manda a lei. Então, “faça como o velho marinheiro que durante o nevoeiro leva o barco devagar”. 

II-Haja panca, tchê

O poder exercido por quem não tem traquejo pode causar estrago tão grande quanto um cavalo dançando “a chula” num salão com piso de mármore. O cidadão Marco Maia, deputado federal, presidente da Câmara dos Deputados, terceiro nome da República, escorregou no piso de mármore estatelando-se no anedotário político. Maia como ocorreu com um certo Luzinácio deve ter amanhecido invocado e na falta de um Bush para ligar, resolveu proibir que deputados federais se manifestem sobre o mensalão no plenário da Câmara durante o julgamento do caso pelo STF, para não “contaminar” o processo. Bah tchê! O vivente Marco Maia, para que não digam que esqueci parte da piada é deputado federal do PT, do Rio Grande do Sul.

III-Às claras

Começam a aparecer os salários e os sustos. Dois sites, O Observador e Impacto Rondonia ajudam a fazer as contas e apenas para falarmos de uma parte, na média um desembargador de Rondônia aufere por mês R$ 38.126,51. Espremendo o holerite, R$ 1.270.88 e tirando o suco, R$158,86 por hora. Vamos combinar que é um provento gordo sob qualquer ângulo que se olhe. E seguem as informações sobre servidores de todos os escalões. Para quem gosta de análises, as informações são excelentes ferramentas para estudar as diferenças salariais entre o topo e a base da pirâmide e abrir caminhos para eliminar distorções nesse país tão injusto. E para quem apenas gosta de bisbilhotar, as informações têm sua validade. Prato cheio.

IV-Bem às claras

Apesar da Lei de Acesso às Informações ser bem explícita, raramente se vê uma página disponibilizando os dados que devem ser passados ao público. Um exemplo de coisa bem feita foi apresentado pelo TCE de Rondônia com um espaço bem construído, páginas de fácil leitura que demonstram a vontade de cumprir a lei. Seria de bom alvitre que os órgãos públicos buscassem soluções semelhantes e aqueles que já fizeram seus modelos disponibilizassem aos que ainda estão na rabeira. Aliás, por que não fizeram o modelo geral a ser utilizado por todos, já que a lei é geral? Apenas como sugestão, as prefeituras com todas as suas dificuldades poderiam pedir ao TCE que repassasse o software. Pedir não dói e creio que serão atendidas.

V-É proibido proibir

Enquanto “força da grana que ergue e destrói coisas belas” corrompe com mensalões, compra de partidos, distribui propina, superfatura obras, frauda licitações e mais o misere de safadezas, a justiça vai no calo e dana-se a proibir: carro plotado só os 4 metros. É justo. Sobre avião, helicóptero e balão, nada. É justo. Pobre não tem nem porque pensar nisso. Carro adesivado num prédio público só pode mesmo ser coisa de cabo eleitoral safado. Tá proibido. E vai. Além das proibições de ordem geral, algumas mais focalizadas e com as pesadas e indefensáveis multas localizadas. Hora dessas vão proibir o excesso de candidatos: três para cada vaga. E depois proíbem-se marqueteiros, advogados, horário eleitoral e por fim as eleições. 

VI-Lá e cá

O governo federal tomou um susto depois que o porquinho começou a perder peso. Com a barriga pregada nas costas e as costelas aparecendo, os fiscais do porco gordo partiram pra ver quem deixou de entregar a rapadura. A queda na arrecadação de Imposto de Renda e Contribuição sobre o Lucro fez a Receita Federal – 6,5% e já admitido crescimento de no máximo 4% em 2012 – colocar o bloco na rua e olhar com lupa as grandes empresas. Se lá na Ilha da Fantasia é assim, nas plagas rondonienses não será diferente. E como a chiadeira entre os pequenos comerciantes está grande, a tendência é que a jugular dos graúdos seja visitada, inspecionada e devidamente sugada. Afinal governo não gera receita e tem muita conta a pagar.

VII-Atochando

Tá se falando, tá se teimando... O governo da Dilma avisou antes mas os sindicalistas não acreditaram. Pagaram para ver e não viram. O “departamento de atochagem” do governo federal fez a coisa mais natural do mundo: cortou o ponto de quem estava em greve e o holerite deste mês vai aparecer com 12 dias de ponto cortados – de 18 a 30. Com os dentes trincando, os dirigentes foram a São Gilberto Carvalho pedir intervenção junto a Santa Dilma enquanto oram para Santa Edwiges, protetora dos endividados. Pelo andar da mula veia, a greve vai chegando ao fim. Não há ideologia que resista ao atocho e a dor de bolso.

VIII-Falando em greves...

O MUBC - Movimento União Brasil Caminhoneiro deve começar à meia-noite de quarta-feira a mobilização nacional para paralisar o transporte de carga em todo o país. O protesto é contra as mudanças regulatórias e legais no transporte rodoviário aprovadas pelo Congresso Nacional e já em funcionamento pela ANTT- Agência Nacional de Transporte Terrestre. A coisa é tão complicada que na mesma pista líderes não afinam o discurso sobre fim da carta-frete e controle de jornada de trabalho. Mas se a “tchurma do MUBC” parar metade das carretas da região Sul, o país vai assistir um sufoco maior do que o de barata em galinheiro.

IX-Bafão togado

Gente de OpiniãoCom todas as vênias... A corregedora Eliana Calmon comentou: “Há por parte da Nação uma expectativa muito grande e acho também que o Supremo está tendo o seu grande julgamento ao julgar o mensalão”. Aí o barraco desabou: "Quem é ela para dizer que seremos julgados? O Supremo não é passível de sugestões, muito menos de pressões", disse o ministro Marco Aurélio Mello. "A toda hora estamos sendo julgados. Não é só nesse caso", afirmou ministro Gilmar Mendes. "O Supremo tem que estar acima dessas paixões passageiras", disse o também ministro Luiz Fux. Nome do filme: “Guerra nas Estrelas”.

X-Papo com Zé de Nana

X1-Quando a grana encurta o cabôco enxerga alma penada em pleno meio dia e tem ódio de feriado.  

X2-Ô cadeira miserável: prefeito de Porto Velho ou morre de verdade ou morre politicamente.

X2-Se a política é cara até para chegar em último lugar, quem está pagando a conta?.

leoladeia@hotmail.com

 

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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