Sábado, 20 de agosto de 2011 - 08h01
Frase do Dia:
“Lobista é uma coisa, ladrão é outra.”- Mendes Ribeiro, novo ministro da Agricultura
01 - Zoando I
O multi-secretário – seria de Educarismo ou Turiscação? – Júlio Olivar acaba de se transformar no cidadão mais zoado do pedaço e claro, óbvio, cristalino, sem que haja qualquer razão para tanto. A zoeira é por conta da reunião entre Sintero e o Secretário que houve, mas não houve. Calma: existem duas explicações disponíveis para o caso do caldo entornar. A primeira, a do Lula, é: “eu não sabia”. Olivar como secretário do turismo não sabia da reunião com o Sintero. A segunda é qualquer uma com base na primeira. Olivar não poderia estar ali, com a “tchurma da escola” pois estava lá com a “tchurma da viagem”. Elementar, meu caro Watson. Wolfgang Pauli, um cabôco que nada sabe de Sintero ou Olivar, se dedicou a provar que dois corpos não ocupam o mesmo lugar no espaço. E nesse “viajar mutcho loko”, Pauli traga e traduz o Olivar.
02- Mais um, mais um...
Lembrei do hino do meu Baêa. Degolado mais um ministro do Lula. Dessa feita Wagner Rossi, aquele mesmo que estava prestigiado e acreditado pela presidente Dilma Roussef que agüenta tudo, menos ministro voando em jatinho de empresas. O ministro diz que sua cabeça rolou por causa da família – “minha família é meu limite” – e eu digo que foi por paúra, medo ou cagaço. É que tem tanta coisa a ser revelada que o melhor é o Rossi submergir, ainda que num tanque de aeração em meio a dejetos. Afinal, quem não é visto não é lembrado. O que se comenta é que o estrume – resíduo sólido orgânico produzido por animais – tão usado na agricultura em geral, abunda no ministério de onde ele afirma que se expeliu. E o do turismo, por onde anda?
03- Valmir Miranda
E lá se foi mais um dos bons na caneta. Não tive o privilégio de conviver amiúde e esticar prosa com Valmir Miranda e sinto muito por tal fato. Tínhamos amigos comuns, interesses idem e o trabalho que nos afastava em função dos nossos horários. A exemplo dos que são muito lidos, o texto do Valmir era reconhecido desde o primeiro parágrafo até sua saudação de despedida. Em sua coluna, “Na Boca do Povo”, Walmir transmitia um agradecimento gentil no final: "ATÉ A PRÓXIMA, PREZADOS LEITORES !!!" Coisa de gente que respeita e que é respeitado. Hora de dizer adeus e retribuir sua gentileza diária: "OBRIGADO, PREZADO WALMIR MIRANDA !!!"
04- Tenebroso
O que está aparecendo de casos mal assombrados aqui em Rondônia não está no gibi. De vez em quando pipoca alguma coisa com cheiro de enxofre e quando você vai dar uma olhada tem sempre alma penada pedindo vela. “Trabáio de mizifi”, coisa feita e “bagúio mal assombrado” costuma aparecer de cuia cheia. Quem não se lembra das obras de saneamento? Nem bem o encosto subiu, a vela consumiu e dá-lhe renúncia fiscal. Presepada das grandes. Maior que a vela de sete dias que a alma pediu. E como tem gente que não acredita em assombração mas aposta na impunidade, vem aí outra assombração e agora em casa nova. A raça não dá folga...
05- Psicoporradia aplicada
“Não dá para ficar falando demais. E nem puxando orelha de um ou de outro. Para que me respeitem. E também o povo. Sei que não vou controlar por completo os vícios enraizados por um sistema perverso. Que foi consolidado por anos a fio, mas, o que posso fazer é apertar os controles e sem piedade ir degolando pescoços. Temos que juntar no mesmo homem, o doutor e o peão, porque não dá para filosofar vida inteira.” Quem escreveu isso tudo aí não foi qualquer adversário político do governador. Foi ele mesmo, Confúcio. Num espaço livre como o blog, pontos e vírgulas se arrumam como podem, diferente da escrita. É ela que nos “cutuca” e aí me quedo: estará ele contestando sua autocrítica ou apenas descrendo do seu discernir?
06- Chorando as pitangas
A Defensoria Pública, prima pobre do Ministério Público está de chefe novo. José Francisco Cândido terá a difícil tarefa de levar a “menina pobre” à festa. Antes, porém serão necessárias uma série de ações para dar visibilidade, despertar a simpatia, obter a credibilidade e buscar um orçamento digno para sobreviver. Apenas para se ter uma idéia, a Defensoria Pública de Rondônia tem 43 defensores para atender os 52municípios e um orçamento que comparad a qualquer outro órgão chega às raias do ridículo. A melhoria dos serviços para atingir um nível de qualidade sofrível exige a contratação de advogados e pessoal de apoio. Um concurso com previsão de 25 vagas - 10 reservas - ocorre este ano. E Cândido abre o verbo:”Se comparamos o número de defensores com o de promotores e juízes, a diferença é considerável”. Está certo!
07- O pior do bom humor
Vá lá... Fazer piada com a presidente pelo Twitter oficial do Ministério do Planejamento foi um abuso e ser demitido pelo fato também. A piada foi esta: “Dilma será a garota propaganda do Veja Limpeza Pesada. Ela fará o comercial do produto Veja Limpeza Pesada. A presidente chegou ser cotada para anunciar o Bombril, mas não aceitou. Dilma disse a amigos que seu trabalho é muito mais do que ariar panelas. Trata-se de uma limpeza difícil, acumulada por muitos anos, que não poderia acabar com um produto qualquer”. Cá pra nós, o brasileiro já fez piadas melhores e os governantes já aceitaram coisas piores. Melhor isso que o tal stand-up tão em voga, tão chato e tão incensado. Para uns o “Ó-do-Borogodó”. Continuo com o Chaves.
08- Educação vem de berço
Há poucos dias ouvi pelo ex-ministro Jobim uma daquelas frases do velho Ulisses Guimarães: “em política até raiva é combinada”. A frase revela a dimensão exata de como deve ser – pelo menos em público – o comportamento de figuras políticas, notadamente as que passaram pelo crivo do processo eleitoral e que têm ou tiveram cargos públicos. Depois de oito longos anos de asneiras de parte a parte, vi com satisfação uma cena civilizada entre a presidente Dilma, o ex-presidente Fernando Henrique e governadores de oposição, numa cerimônia pública sobre um programa de governo. Ora, governo é governo e ponto. Oposição ou situação é definição de alinhamento partidário. A propósito, partido é partido e estando alinhado ou fazendo parte do governo, continua sendo apenas partido, agremiação, etc. Governo outra coisa. É governo!
09- Decifra-me ou devoro-te.
Ao que parece a presidente Dilma resolveu a contento dois problemas sérios e, de lambuja fez a pavimentação da estrada do entendimento com o PMDB, sem ficar refém do trio parada dura, Sarney, Jucá e Calheiros. Se conseguiu – só o tempo dirá – terá obtido uma vitória que nem mesmo o seu antecessor com sua experiência logrou conseguir. Dilma jogou com o tempo e frieza de uma enxadrista. Segurou Rossi até o último segundo e num lance rápido repôs outra peça no seu lugar, sem dar tempo às escaramuças peemedebistas. No jogo, afinou com aquele que pode vir a ser de fato e de direito, o seu grande parceiro político: o vice presidente Michel Temer, uma raposa felpuda é certo, mas um articulador político nato e confiável.
10- Três perguntas cretinas
O presidente da CBF Ricardo Teixeira está segundo ele, "revoltado" com a "cacetada da Globo" que levou com uma reportagem do Jornal Nacional exibida sábado. Para ele foi "uma porrada pesada demais". Será que Teixeira vai dar o troco ou continua sendo briga de compadres? Com a presidente Dilma é bem mais fácil: vacilou, facão e estamos conversados. Por aqui boa parte do secretariado do Dr. Confúcio já deveria ter caído na “brachiaria” e até agora nada. Será que tem alguém segurando a porteira ou o homem perdeu as rédeas? Depois que puseram aqueles carros batidos e pintados com “tinta sangre”, a polícia sumiu. Será que o “feli$ardo” que bolou o grande achado acredita que isso vai resolver o caos do trânsito? Não precisa responder nada.