Terça-feira, 16 de julho de 2013 - 10h14
Frase do Dia:
"Duas das coisas mais perigosas do mundo são a imprensa livre e as ruas cheias. Juntas, elas ameaçam não apenas os telhados de vidro, mas as portas de vidro, as janelas de vidro, os calcanhares de vidro, os ternos de vidro, as gravatas de vidro… " – Jornalista Josias de Souza.
I-Gigante desperto
No dia 13 de junho de 2013 o gigante que vivia deitado eternamente em berço esplêndido acordou de um sonho lisérgico em que era esmagado por duas moedas de R$ 0,10 fazendo um enorme barulho. No dia seguinte e nos subsequentes, mais zoeira, povo na rua e a pauta foi-se ampliando. Já não eram as moedas e sim bilhões gastos na construção dos estádios de futebol, bilhões desviados da saúde, educação e segurança – tripé dos debates eleitorais – e os bilhões da corrupção, trilhões dos impostos... O mau humor do gigante desperto continua. Segundo meu neto, no dia 16 haverá manifestação em Porto Velho. É o gigante nas ruas.
II-Ligações perigosas
Não sejamos hipócritas: a tentativa de se montar uma bancada do pó política em Rondônia é um marmitex requentado e azedo. No final dos anos 80 a deputada Raquel Cândido disse que 90% da população de Rondônia era ligada às drogas. “Maldição da bruxa”, diz o “bruxo” Sperança. A Operação Apocalipse, fiel ao nome – revelação – não traz nada de novo a não ser escancarar as ligações perigosas que tanto podem vir do pó como do rango miserável das marmitas ou do serviço de limpeza ou do rachachá das obras. Alguém financia o político que lhe devolve o empréstimo com favores, cargos ou como agora com parte do mandato.
III-Ilações perigosas
De novo, joguemos fora a hipocrisia: num estado pequeno e em formação como o nosso, é fácil reconhecer quem é índio, cacique, pajé e a qual tribo pertencem. Os sinais exteriores de riqueza ou de poder entre nós são indicadores tão fortes quanto a pintura dos índios bem como as relações pessoais. Diz Zé de Nana que “um gambá cheira o outro” ou seja, os iguais se reconhecem e se juntam, ainda que disputem espaço, dinheiro e poder dentro das suas atividades. Mas, por que as autoridades que se calam ou se omitem? Só para lembrar: já se vão15 dias desde a ”leitura do Apocalipse” e até agora o silêncio da classe política, exceção feita a Hermínio é de se ouvir longe. Não têm nada a dizer ou não podem dizer? O que dizer?
IV-Formação de quadrilha I
Na maioria dos casos os “capos” trazem uma história parecida. Oriundos de famílias pobres em determinado momento descobrem alguém de sucesso, mas que se parece de alguma forma com ele. Abertas as portas para “ganhar algum” via pequenos deslizes como sua conta bancária administrada pelo “capo”, ou assunção de araque do cargo público com um gordo salário que é recebido na quase totalidade pelo chefe, etc. É assim que se forma um membro da quadrilha, não importa o ramo da atividade, que tanto pode ser tráfico, estelionato ou clínica geral de maracutaias. Andar no carrão, pilotar a lancha, dormir na chácara ou almoçar na casa do patrão não tem preço. Seu futuro é crescer na organização e produzir filhotes.
V-Formação de quadrilha II
Um chefe razoavelmente estabilizado, com os bens distribuídos entre procurações e pessoas precisa ganhar cada vez mais e arrisca-se. Seu sonho maior é a impunidade total que só um mandato oferece com a imunidade parlamentar. É a glória para si ou para um indicado de fé. E quem pode ser mais de fé que o parente? Para financiar campanha nada de jogar dinheiro fora. Um amarrilho com as futuras emendas do indicado e bola pra frente e agora com uma novidade jurídica: tudo registrado em cartório com carimbo e firma reconhecida. Dentro do sistema o próprio sistema o protege e aí é hora de deixar a quadrilha e formar a família.
VI-Formação de família
Em Brasília corre uma piada de que a formação de quadrilha e a formação de família são dois crimes oriundos da mesma árvore genealógica e são os dois crimes mais comuns no Brasil. Dentro do sistema, protegido e aceito pelo novo grupo, o neo-ungido pelo chefe da quadrilha apesar de agradecido esquece compromissos pretéritos e abre os olhos para um outro tipo de organização política bem mais comum do que se pode imaginar: a perpetuação do poder por membros da mesma família. A prática não é ilegal, mas os resultados são deletérios. A Apocalipse ao que parece revelou e abortou processos dos dois tipos de formação. É ver...
VII-Tá chegando a hora
Apenas para lembrar: quem vai preso vai solto e não adianta chorar pitangas e dizer que a polícia prende e o juiz solta. Vivemos em um estado democrático de direito e a presunção de inocência está prevista na Constituição. Sendo bem claro, acho que está na hora de mandar a “tchurma do tufa-urna” para casa. Esse negócio de pagar marmitex, segurança, médico e remédio para quem não precisa não tem nada a ver. Manda a galera pra casa e cata a grana, ainda que a justiçamande dividir tudo em prestações que cabem direitinho no seu bolso enquanto a “Lei da Ficha Limpa” substitui o SPC ou Serasa. O importante é que devolvam o dinheiro roubado, que sejam impedidos de disputar eleições e contratar com o estado.
VIII-Pirâmides
Um castelo de cartas acendeu a ganância de muita gente boa que acredita no sucesso sem trabalhar. Os malinos construíram um sistema dito empresarial, em luxuosas instalações, montaram um espetacular show para apresentar um inexistente produto e criaram uma explicação quase convincente sobre o marketing multi-nível, ideal para cabocos que têm problemas existenciais ou crises de pânico quando se deparam com o relógio de ponto ou um cabo da enxada. Quem busca dinheiro sem trabalhar é fácil: basta inventar o moto-perpétuo.
IX-Espionando o espião
A simpática senadora amazonense Vanessa Graziotin do PCdoB achou um jeito de botar o Tio Sam, Barack Obama, et caterva contra a parede ao propor a criação de uma para investigar as denúncias de espionagem da Agência Nacional de Segurança (NSA) dos Estados Unidos da América contra cidadãos brasileiros. O requerimento, apresentado pela senadora Vanessa tem a assinatura de 41 parlamentares, 14 a mais que necessário. “É muito grave, não é só a nossa privacidade, é das empresas também. Tudo está em risco e precisa ser investigado”, disse a brava senadora. Se a CPI passar, até a ABIN vai ser chamada para depor e aí fico me remoendo de rir com algum araponga-chefe com um HC preventivo recusando-se a falar.
X-Papo com Zé de Nana
X1-Pô cara... O nome da Operação Pó-licial é A-pó-calipse por causa do livro ou da pó-lítica?
X2-Pô! Pó Pará! Eu disse pô e não pó. Pó só o do café.
X2-O silêncio das autoridades sobre a Apocalipse é como um grito na madrugada.
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