Quinta-feira, 14 de julho de 2011 - 11h38
Frase do Dia:
"O bom governante precisa ter perto de si pessoas de sua confiança que não tenham medo de contestá-lo." – Da coluna do Viriato Moura em “breves reflexões sobre governar”. Interessante.
01 - Deu chabu
Mais previsível que chiadeira troca de secretários no governo Confúcio ou chiadeira de dono de quadrilha com o resultado, o leilão do trem-bala passou em branco. Razões devem existir muitas, mas interessados na obra nenhum. E tem gente que não acredita que Deus é brasileiro. Claro que é. Luzinácio põs, Deus dispôs e pela segunda vez o trem bala ficou no projeto. Melhor para todo mundo. O projeto do trem bala consegue quase que a unanimidade dos opositores. Para alguns há erros técnicos, para outros há erros financeiros e para todos seria a satisfação de um capricho do Luzinácio que será pago com o dinheiro público. O “bicho” ligaria Campinas ao Rio de Janeiro
02- Fazendo água
Seis meses de governo, algumas conquistas e resultados que pouco correspondem às expectativas ou às promessas de campanha. Para o governador, via Blog do Confúcio, a avaliação é positiva. Meno male... Acreditar em si mesmo é indispensável. Somar a esta crença alguma coisa como a neurolinguística, também. Pelo menos é o que posso depreender quando o governador afirma que as palavras têm força. Cético por natureza prefiro me debruçar sobre algo mais o rés do chão. Salvo raríssimas exceções sua equipe é fraca e dividida. Continuo acreditando e torcendo, mas o seu governo está com a cara mais de fim governo que de começo. E dá-lhe remendar o casco.
03- Interinidade & cumulatividade & periculosidade
Do Decreto do governo que exonera o secretário de educação Jorge Elarrat e nomeia o substituto, um parágrafo: Nomear, a contar de 11 de julho de 2011, JÚLIO OLIVAR BENEDITO, para exercer o Cargo de Direção Superior, símbolo CDS-Sub, de Secretário de Estado de Educação Interino, cumulativamente com as funções de Superintendente Estadual de Turismo. Ora, ora, do jeito que a coisa vai, o ideal seria acertar previamente com o novo secretário o adicional de periculosidade, mesmo que ele tenha dois cargos para o caso de um eventual descarte. O futuro é nebuloso, vida de secretário de governo anda mais curta que coice de porco e seguro morreu de velho. Ora se...
04- Partidão no comando
Quem diria... O velho Partidão de guerra que cabia dentro de uma Kombi, cresceu e se multiplicou em Rondônia e hoje, ainda que com pequena representatividade parlamentar, vai emplacando nomes na “Nova Rondônia”. Só para lembrar, o governador é do PMDB e nas mudanças que fez na SEDUC nomeou o novíssimo comunista Julio Olivar para comandar a secretaria e a experiente Suely Aragão – que disputou com Confúcio a indicação para candidatar-se ao governo – para ficar na retaguarda como secretária adjunta. Se Júlio Olivar fosse um destacado quadro do PCdoB ou tivesse tradição na área seria fácil entender a troca. O que há por trás disso? Nem Marx explica.
05-Mandabrasas no desvio?
O que estará rolando nas entranhas do PMDB? Dia desses Confúcio blogou: “O “mandabrasa” se reúne em Ouro Preto. Desta vez para estudar de verdade. Primeiro conhecer o que seja política e suas responsabilidades. É a Fundação Ulisses Guimarães em ação. Preparando gente para ocupar os espaços de poder.” Mandabrasa é o termo usado para identificar autênticos. Passa o tempo e lá vai de novo: “Tudo parece igual na política. Da civilização egípcia ao mundo contemporâneo. As intrigas em volta do poder. O ardor quentíssimo do fogo amigo. Bem melhor é o adversário – porque ele tem nome e cara. Pior é este bendito que está por perto, tramando ardilosamente.” Fico aqui matutando, e achando o contrário: tudo me parece bem diferente na política. Sei lá...
06- Grampolândia
Durante seu depoimento à Camara dos Deputados, o ex-manda-chuva do DNit, Luiz Antonio Pagot fez a “revelação estarrecedora”: dois telefones celulares seus estavam grampeados ilegalmente. Quase rachei o bico de rir quando ele disse sério: “Essa pessoa disse que ia me provar que os meus dois telefones estão sendo monitorados há muito tempo. Ele fez onze relatos para mim que me deixaram estarrecidos. Então, não tenho dúvida de que a quebra de sigilo telefônico existe há dois anos e meio”. Isso é que dá ficar só em Brasília. Se morasse em Rondônia estaria acostumado com a coisa. Aliás telefone por aqui só pra marcar encontro em lugar errado e não aparecer.
07 -Tudo em casa
A jornalista Eliane Catanhede foi precisa na sua análise “Dilma deu um nó no PR”. Bem informada, Eliane eviscerou a crise dando nome aos bois e apontando em qual invernada estavam. Num trecho ela diz: “A dúvida é como o PR e o próprio Pagot vão se comportar diante do novo ministro Passos, já que ele é acusado de trair o partido, de ser ministro na época do superfaturamento (2010) e ser informante de Dilma sobre as coisinhas estranhas que aconteciam nos Transportes na gestão de Nascimento, aquele cujo filhote enriqueceu do dia para a noite fazendo negócios com uma empresa contratada pelos Transportes, dirigido pelo papai.” E finaliza de forma cruel com o PR: “E vai em frente, colhendo as migalhas do poder.” E tudo escrito antes da oitiva do Pagot.
08-Rachando canapés
O salão do Alvorada abriu as portas para receber a “tchurma do querumêu” depois da crise com o PR ter sido contornada. No coquetel oferecido pela Presidente Dilma, ministros, parlamentares de partidos da base aliada, líderes, o novo ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, dois líderes do PR, o vice-presidente Michel Temer e os presidentes do Senado, José Sarney, e da Câmara, Marco Maia. Festa para ninguém botar defeito com direito a declarações de uma das “Três Marias”, Ideli Salvatti: “Isso [o desentendimento entre o governo e o PR] é pagina virada. O importante é que o Ministério dos Transportes execute, de forma ética e responsável, as obras importantíssimas que esse ministério tem para tocar”. A “tchurma do querumêu” comeu na mão.
09- Tocando em frente
E enquanto todo mundo pensava que as obras seriam uma espécie de setor meio esquecido pelo governador Confúcio, o homem arregaçou as mangas e danou-se a construir. É justo nessa área que estão os melhores resultados do governo e vem mais por aí. Como as obras do antecessor estavam paralisadas, Confúcio enfiou o Aberladinho de um lado e Lúcio Mosquini do outro para dar continuidade ao que estava parado e abrir novas frentes. O estilo é diferente, mas o resultado lembra os melhores dias de Cassol. E sem fazer muita propaganda, dê-lhe máquinas recuperando estradas e dê-lhe pedreiros voltando ao trabalho e dê-lhe obras em andamento. Universalização de água tratada e saneamento básico que virou um calo no governo anterior encabeçam a lista.
10- Três perguntas cretinas
O Conselho de Ética da Câmara que arquivou Bolsonaro vai julgar Jaqueline Roriz e, pelo andar da mula veia, com resultado idêntico. Ora, considerando estes e outros resultados, não seria melhor fechar o “bagúio”? A presidente Dilma enviou um recado à base aliada e assanhada pela volta do Pagot: o assunto está encerrado e Pagot está mesmo fora. Seria interessante saber das razões que levaram a “tchurma do querumêu” a brigar para que o homem ocupasse de novo a cadeira. Será que Pagot não pagou? O bate-boca dentro do PT de Rondônia cessou como num passe de mágica. Será que alguma pesquisa influenciou para que o silêncio reinasse? Não é preciso responder nada.