'O vovô viu a uva' e o MP de Rondônia viu o TCE de RO

Frase do Dia:

“Acredito que, ao assinar esse acordo, estamos trazendo para nossas instituições o bom relacionamento que os membros já têm. Essa cooperação demonstra também que os órgãos do Estado estão se organizando, se articulando, em benefício da sociedade”. – procurador-geral Héverton de Aguiar do Ministério Público do Estado ao assinar convênio de cooperação com o TCE

01-Agora vai!

“O vovô viu a uva” e o MP de Rondônia viu o TCE de Rondônia. Vamos deixar combinado que o TCE deve muito à população no quesito combate à corrupção e ponto. Não preciso nem pretendo avançar sobre o tema até porque nas operações – Dominó e Termópilas – o TCE ficou na confortável situação de enxugar as mãos que sequer foram lavadas pois o TCE não pôs a mão na massa, bem diferente do MP. Chega. Já passou da hora de parar o baticum de martelo aprovando contas a rodo e meio que razoavelmente vistas. Como órgão auxiliar da ALE e estando esta enfiada até o talo nos rolos acontecidos nos últimos anos, o TCE precisa dizer a razão da sua existência e qual a sua real função além de só aprovar contas.

02-Mas a que custo?

Pouco ou nada conheço do TCE. Aliás, eu e a torcida do Bahia. Mas, sei que possuem clube, prédio bem funcional, bom serviço ambulatorial, condomínio residencial fechado, vitaliciedade no cargo, um belo salário além de outros benefícios e muito, muito trabalho, tanto que até precisam de um mundo de gente para ajudá-los como motoristas, secretárias, ajudantes, assessores e claro, carros, cursos, diárias e tempo para preparar aula, pois tem conselheiro que ainda dá aula para complementar o orçamento. Fora essa parte da aula – não sei como conseguem dar aula com tanto trabalho – todo o resto fica por conta do “Zé Povim”, contribuinte, otário ou o manjado “burro de carga”, como nós nos tratamos.

03-Corrupção domesticada?

Estou naquele ponto que já me contento com a relação 80 x 20 de transparência e aceito apenas 80% de transparência, de coisa legal, de contabilidade feita e números auditados. O resto é corrupção. Admito 20% de corrupção desde que não haja qualquer deslize nos 80% restantes. É um número razoável. Nada de sentença, parecer e HC vendidos, licitação viciada e obra superfaturada. Que o imposto seja bem aplicado. Que a caçamba seja contratada se for preciso e que o caçambeiro receba a fatura sem dividir com ninguém e também o que faz comida, vende carro, trator, seringa ou tira raio-X. Que o empresário não confunda mais propina com investimento e contrato com favor. Se for preciso, dobre os salários de quem mama, mas fechem os bicos das tetas. Cheguei naquele ponto de querer um absurdo e pedir que a coisa seja legal, que parem de roubar, mas eu e a “tchurma do IBPT” sabemos: o Brasil não tem jeito.

04-Boa notícia

Volto ao assunto. Coisa de velho rabugento, recorrente, mas insisto: nada tão importante em termos de fiscalizar recursos e dinheiro públicos ocorreu nos últimos tempos como o convênio do MP com o TCE. Vez ou outra eu escrevia sobre uma preocupação: quem fiscalizaria o fiscal? Quando vemos essa guerra das togas, um absurdo que deslustra toda a magistratura brasileira, a novidade do convênio dos dois órgãos – MP e TCE – enche de republicana expectativa por criar condições para que dois organismos se fiscalizem mutuamente. É um bom começo e que pode avançar desde que a sociedade apóie e participe. O primeiro passo aconteceu. Agora é caminhar juntos para se conhecerem melhor. E o estado ganha.

05-Coerência

A Prefeitura está absolutamente certa e coerente ao retirar as barraquinhas da Euclides da Cunha, como certa e coerente estaria ou estará agindo de igual forma em qualquer outra rua, como por exemplo em alguns trechos da João Goulart dentre outras. Para entender: a caixa da rua tem uma largura e o asfalto é apenas uma nesga central. As laterais não asfaltadas vão sendo utilizadas e há casos em que terrenos já foram regularizados pela Prefeitura e os “donos” viraram proprietários de uma hora para outra com toda a documentação necessária para tomar posse definitiva e abrir espaço para que a vizinhança faça o mesmo. Fiscalização da Prefeitura? Ora, ora, ora, conta outra que essa piada além de velha é sem graça.

06-Incoerência

Que diferença faz uma barraquinha ou Box e um estacionamento particular em via pública? Não, não me refiro à indecência e descontrole que existe na D. Pedro II entre o Palácio do Governo e a Prefeitura. Vamos para outra rua. Na Rua Herbert de Azevedo um trecho entre o Condomínio França e a Escola Laura de Vicuña, virou terra de ninguém. O colégio avançou de um lado e o condomínio de outro. Quem vai ao condomínio estaciona dos dois lados da rua. No aperto, dia desses só vai ter espaço para bicicleta. Fiscalização da Prefeitura? Ora, ora, ora, conta outra que essa piada além de velha é sem graça.

07-Cada qual com seu castigo

Prédios que caem no Rio, trens que batem em São Paulo, enchentes e secas pelo país. A presidente com toda popularidade e aprovação ainda aceita os pitacos do desencarnado – pero no mucho – como aceita o risco de ver seu governo se liquefazer nessa tentativa canhestra de segurar companheiros corruptos pegos com a boca na botija. Se por um lado vai tudo bem por outro, que quadra terrível. Nem o carnaval consegue animar o Brasil. Por aqui estamos em compasso de espera do novo prefeito, mas pelos nomes falados até agora, haja castigo pela proa. Misturando tudo não dá um com competência para tapar os buracos da cidade e olha que tem de tudo um pouco. A questão é que esse tudo é bem pouco mesmo.

08-Vida bandida

Sem apoio classista ou às vezes contrariando normas de segurança de suas empresas, repórteres estão se expondo além do limites em coberturas policiais ou de tragédias. Ontem e hoje no Rio de Janeiro os jornalistas que estavam em campo que não utilizavam sequer aquelas penas máscaras, alertavam para os perigos de inalar a poeira que está misturada a um componente cancerígeno que é o amianto. Se lá é assim, imaginem aqui. Ontem um repórter “pondo os bofes pela boca”, sussurrava ao microfone: “estão atirando” e logo após aparecia sem colete à prova de bala falando de um assalto transmitido ao vivo.
 

09-Visões opostas

PT e o PMDB estão irados com a presidente Dilma que ignorou petistas ao indicar o ministro de Ciência e Tecnologia e atropelou o PMDB na queda do diretor-geral do Dnocs. Mas não fica nisso. Até no PSB há ressentimento porque a chefa deixou o ministro Bezerra se explicar no Congresso, enquanto Pimentel era blindado. Dilma está ancha e prosa e de amores com a opinião pública. Mas como é preciso dourar a pílula, Zé Dirceu escreveu: “Há uma relação crescente de confiança e reconhecimento entre a população brasileira e os governos do PT e partidos aliados, laço que tem se fortificado de maneira especial neste Governo Dilma Rousseff.” É dureza mentir e ter que passar recibo de limpo com a roupa suja. Sifu!

10-Três perguntas cretinas

Será que o passarinho que continua na gaiola e que está cantando hoje vai contar algo além do que já se sabe ou vai continuar encagaçado como sempre? Afinal de contas, e claro, caso exista um alguém, quem é o responsável pela aplicação do código de posturas do município de Porto Velho? Será que ninguém da prefeitura, do estado, do meio ambiente, Semusp, fiscalização MP, polícia, ou o zezêu de rosca vai tomar providência com relação ao aterro ilegal que está acontecendo na ligação da Farquar com a estrada do Belmonte?