Segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009 - 17h55
Frase do dia:
"...gostaria deixar claro que essa senhora chamada opinião pública deve ser levada em conta." – Senador Artur Virgílio na defesa (pasmem) de Tião Viana à presidência do Senado.
01 – Crítica dispensável
Estranhei o teor da declaração feita pelo senador Expedito sobre o ministro Carlos Minc. Para um senador o chiste não fica bem, mesmo num palanque. Lembro-me do boneco usado pelos marqueteiros do Cassol contra o Bianco e que tanta irritação lhe causava. Em eleição porém, exageros existem, mas no caso, não. Com imunidade parlamentar o senador pode falar o que bem entender. Pode, mas não deve. Sobre o restante do discurso, não mudo uma vírgula sequer. A visita e ação do ministro foi um factóide midiático, dispensável tanto quanto a crítica ofensiva. Ministros merecem tratamento protocolar, até quando contestados em suas ações. E é com esse respeito que o senador também merece, que opto por tratar o comentário como um deslize infeliz e, como tal, perfeitamente dispensável e lamentável. Com todo o respeito.
02 – Reação tardia
De novo o senador Expedito. Não quero pegar no pé mas, a matéria publicada em alguns sites de Porto Velho ,dão conta que o senador pretende questionar o ministro Lobão de Minas e Energia sobre a contratação do ex-senador Sibá Machado para o Conselho Administrativo do Consórcio Energia Sustentável do Brasil, responsável pela construção da usina de Jirau. A reação do senador parece vir de outra notícia veiculada sobre a contratação de acreanos para trabalhar na obra, em detrimento da mão de obra local. Tardia reação do senador. O geógrafo Siba foi contratado pela Enersus num arranjo patrocinado pelo governo federal, em cuja base de sustentação está o PR – partido do senador – e o anúncio da sua contratação ocorreu no dia 03 de setembro de 2008. Siba recebe em torno de R$ 11 mil e ficará no cargo por 2 anos.
03 – Mão de obra acreana
Não é de agora que Rondônia importa técnicos do Acre para atuar em Rondônia. No governo Bianco, o cidadão acreano, morador de Rio Branco, Jose de Oliveira Vasconcelos atuou como Secretário de Finanças, fez um bom trabalho e não foi hostilizado ou contestado por qualquer político do nosso estado. Hospedava-se num hotel de Porto Velho e viajava, sob as expensas do estado, nos fins de semana para o Acre. Fato novo, ou estaria Siba aproveitando-se de um caminho que nós mesmos abrimos? Quanto à propalada contratação de acreanos, a Enersus ainda não revelou o número total de empregados e quantos seriam do Acre. Sem investigação acredito ser prematuro “jogar pedra na Geni”. O melhor para nossas autoridades é levantar a questão, qualificar o debate e ver as providências que podem ser tomadas, se for o caso.
04 – Beija-mão
O fim de semana foi pródigo em festas e rapapés. Sábado o governador Ivo Cassol festejou seu aniversário de 50 anos e inovou: cada convidado entregou leite para doação a entidades carentes. Foi mesmo o fim de semana do Ivo Cassol. Na FIERO, o presente anunciado com bastante antecedência: Cassol esteve presente à posse do seu ungido, o engenheiro Denis Baú. E para fechar com chave de ouro, domingo Cassol teve outra festa e ganhou presente, como convém a um aniversariante. Um checão de R$ 21 milhões, fruto da economia efetuada pela ALE. E, apesar do que previam as “línguas negras”, tudo em clima de festa. Neodi Carlos continua no comando e o governador Cassol segue viajando em “mar de almirante”. Já para a “tchurma” do beija mão a segunda é de Alka-Seltzer. “Arroz de festa” sofre no dia seguinte.
05 – Medo ou avareza?
"O problema está na dose. Uma coisa é subir o "spread" porque a atividade está caindo, outra é exagerar desse jeito porque o poder de barganha do cliente está menor. As taxas que mais subiram são as de produtos que são mais difíceis de negociar, como o cheque especial". A frase dita por Roberto Luis Troster, sócio da consultoria Integral Trust e ex-economista-chefe da FEBRABAN, revela o que todos nós sabemos. O que os bancos praticam no Brasil é pura e simples agiotagem. Sem controle, a um simples boato, aceleram os juros e brecam o crédito geral. Erra quem pensa que é medo conservador. Banco não perde, apenas deixa de ganhar. Cada operação é segurada e a inadimplência coberta. À seguradora cabe liquidar a operação que já somou como despesa dedutível do IR. Daí o cheque especial a 175%. É só esperteza.
06 – Quem perde e quem ganha
A disputa das Mesas no Congresso acabou hoje. Michel Temer eleito para presidir a Camara, apesar da lambança promovida por Sarney e seu fiel escudeiro Renan, o pai da Maria do Calvário. Para facilitar a vida do Temer, Serraglio desistiu da disputa mas, o perigo rondava se no Senado com Sarney. Deu e com folga mas Sarney ouviu “um monte” antes da votação e acusou o golpe de ter sido chamado de velho por vias transversas pelo adversário Tião. Mas a brecada do PSDB foi o grande sapo que teve que engolir. Na dança das cadeiras, ganha o Sarney, não como queria e Renan, como queria e os “apoiadores voluntários”. Perde Lula e perderia também com Tião, já que terá o racha patrocinado por Renan para administrar. Que coisa... Salvo da cassação pelo gongo e pelos dossiês dos senadores em suas mãos, o filho pródigo volta como líder do PMDB no Senado, com os dossiês, Sarney e a aba larga do seu chapéu, para protagonizar o velho sucesso: “Renan e o boi Tinhoso, no reino das Alagoas”.
07 – Marolinha
Segunda feira 10 da manhã. Na Granja do Torto Lula reúne-se com ministros para discutir os efeitos da crise no Brasil e seus possíveis desdobramentos. Na mesma hora, a votação da Mesa da Câmara, agora já sem o Serraglio e no mesmo instante, no mesmo prédio, a votação da Mesa do Senado. Lula quer distância da eleição do Congresso, mas sabe que ela tem tudo a ver com a eleição de 2010. Mar agitado no Congresso, maremoto no Torto – o nome não poderia ser mais sugestivo – e Lula no comando, numa hora em que não importa o barco ou o comandante e sim o mar bravio. A nós, resta torcer para que o barco agüente o tranco e que a tempestade passe logo. Mas no Congresso o mar é outro. A marolinha do Senado parece mais importante que a tormenta que fustiga o resto do país. Ou seja nada de novo vai ocorrer.
08 – Sistema $
CtrlC + CtrlV da coluna do Claúdio Humberto: “Técnicos do Ministério do Trabalho ficaram espantados com a proposta de liberar R$ 40 milhões do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) para o Senai-SP, a título de “cursos de qualificação de trabalhadores”. Esse dinheiro seria muito útil para ajudar a “tapar o buraco” de um suposto déficit de R$ 80 milhões nas contas dessa entidade do “Sistema S”, cujos dirigentes vivem dando lições de “gestão eficiente” aos governantes”. E completa mais adiante: “O “Sistema S”, que não abre mão de luxo e mordomias, atribui sua crise de caixa ao aumento da gratuidade em seus cursos, exigida pelo MEC.” A caixa preta de mármore e vidro fumê continua mais trancada que nunca.
09 – FeBeACon
Com tanta coisa grande por fazer e o Congresso se apequena. 81 senadores, alguns eleitos, outros na carona amiga da chapa, na maioria, financiadores, parentes e amigos de fé, irmãos, camaradas. O senado é uma confraria de muitos amigos, poucos adversários e raros inimigos com despesas bancadas por um filantropo anônimo – o povo – e onde os interesses pessoais estão sempre acima do coletivo. Dos 81, raros têm futuro, alguns têm presentes e muitos têm passado. E que passado... Não é de espantar portanto que num clube às avessas, a escolha para a direção recaia sobre os últimos e que são maioria. O Senado submergiu de novo hoje e de fora ficam poucos como Pedro Simon, Jarbas Vasconcelos, Cristóvão Buarque, talvez mais um ou dois. De olho em 2010 e no seu feudo no Maranhão, Sarney assume. Que coisa...
10 – Falar e fazer
Afora a motivação de retomar o feudo perdido para Jackson Lago no “seu” Maranhão, cercar escaramuças policiais contra o seu filho e de lambuja ressuscitar o aliado Renan, Sarney não teria razões para apostar a sua biografia na disputa para presidir o Senado, mas apostou e ganhou. Talvez não precisasse prometer nada – a eleição estava ganha mesmo com o PSDB do outro lado – mas prometeu tudo o que Tião havia prometido e mais um corte no orçamento de 10%. Assim mesmo, linear. Algo em torno de R$270 milhões. Não disse quando nem onde – na confraria é assim – e nem está obrigado a fazer. Mas seria bom que o fizesse. Sarney é instado pela camisa de força em que se meteu a fazer uma excepcional gestão e reescrever os últimos capítulos da sua biografia e terá o apoio do Renan. É aí é que a porca torce o rabo.
Fonte: Léo Ladeia / www.gentedeopiniao.com.br
leoladeia@hotmail.com
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