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Gente de Opinião

Leo Ladeia

POLÍTICA & MURUPI 04/03/09


 
Frase do dia:


"Não aceito qualquer outra indicação desta liderança do PMDB para colegiados nesta Casa. Nem mesmo na ditadura tive meus direitos políticos cerceados. Agora, em pleno regime democrático, sou impedido de exercer meu mandato em sua plenitude." – Senador Jarbas Vasconcelos depois de ser defenestrado da CCJ do Senado

01 – “O essencial é invisível aos olhos”
Passei o sábado fuçando em Jaci-Paraná e não vi a tal “invasão acreana”. Pura miopia da minha parte, é claro, pois o governador Cassol foi lá e apurou a denúncia: acreanos não mas, os matogrossenses estão invadindo nossa praia. A menos que – essa dúvida cruel me atazana – sejam alguns acreanos disfarçados de matogrossenses e que, mineiramente, estariam trazendo madeira de Minas Gerais. Cassol ficou irado e com justa razão. Se temos madeira aqui em Rondônia, por que trazer de Minas Gerais? E se temos mão de obra aqui, por que trazer do Mato Grosso? O que estranho porém é que as empresas privilegiam o lucro, o que se consegue com a redução de custos. Por que ir buscar tão longe o qPOLÍTICA & MURUPI 04/03/09 - Gente de Opiniãoue temos aqui de sobra? Como não vi, é claro, não entendi. Como não entendi, fica o dito por não dito
 

 02 – “O essencial é invisível aos olhos” II
A explicação do pessoal da obra até me pareceu “plausível”. Na pressa de contratar e fazer e, não havendo mão de obra qualificada em Rondônia, além de madeira aparelhada para o fim a que se destinava, o jeito foi buscar gente no Mato Grosso e madeira em Minas, mesmo que a custo maior. Afinal, sabemos todos que o parto de Jirau foi a fórceps, difícil, dolorido e o “menino já coroava”. Mas, a história de buscar fora o que não havia aqui, me reportou a outro fato comentado por Carlos Sperança na sua coluna “Sem Papas na Língua” em 30 de maio de 2008: a aquisição de ferro para a construção do CPA. Também não vi, mas entendi. É que em Rondônia não havia ferro. Porém, fiquei na dúvida com outro caso: o da compra de carteiras escolares fabricadas lá fora com madeira. Igual a que em Rondônia, abunda.


 
03 – MST no caleidoscópio
POLÍTICA & MURUPI 04/03/09 - Gente de OpiniãoO MST invade uma fazenda e o Ministro Gilmar Mendes diz que invasões financiadas com o dinheiro público é ilegal. O MST invade outra em represália ao Ministro. Vixi. O Ministro do Desenvolvimento sai em defesa e diz que não existe ilegalidade no MST. A Ministra Dilma o acompanha dizendo que não existe lei que proíba o financiamento e que o Judiciário deve falar nos autos, se houver julgamento. O nível sobe e o Presidente Lula contemporiza e diz que o Ministro Gilmar deve ter-se pronunciado como cidadão. O Ministro Gilmar rebate e diz que falou como Presidente do Judiciário. Com a bola cheia, o MST diz em nota: “...crime é... a existência de... terras públicas sendo vendidas à banqueiros corruptos que são soltos pelo mesmo juiz que faz acusações difamatórias aos movimento sociais”. E Zé de Nana conclui que “a coisa tá tão feia que vaca já desconhece bezerro”. E eu acho que... Fedeu carbureto!

 

04 – Olavo Pires – de novo
POLÍTICA & MURUPI 04/03/09 - Gente de OpiniãoPrenderam outro envolvido na morte de Olavo Pires, o “Perneta”. Informações davam conta de que ele estaria preso em Minas mas, foi pego mesmo no Pará. Juntando dois mais dois, daria quatro mas, a conta pode ser outra. Falta um ano para prescrição do crime e o tempo joga a favor da impunidade. Um advogado levantou a lebre e passo à frente: O MP e polícia fariam um relato geral do que houve até agora, inclusive com a oitiva das prisões anteriores dos dois suspeitos e ofereceriam a denúncia contra ambos. Na sequência abririam um outro inquérito para investigar os mandantes. Se condenados, João Goiano e Perneta não teriam outro caminho senão entregar os mandantes, caso existam. Sugestão feita, mãos à obra.    

05 – Retrato em branco e preto
POLÍTICA & MURUPI 04/03/09 - Gente de OpiniãoSeguindo a tendência já esperada Jackson Lago, governador do Maranhão volta para casa mas, terá direito a permanecer no cargo e só vai entrar no caixão depois de cumprido o rito que antecede a morte política. Todos os recursos jurídicos serão analisados e como é praxe, ficará na condição de zumbi enquanto Roseana Sarney prepara o vestido para a posse que vai ocorrer no dia do enterro do indigitado. Foi assim na Paraíba, será assim no Maranhão e a fila dos cassáveis continua andando. O rigor do TSE, associado à pressão por moralidade que vem das ruas, começa a assombrar os que estão na fila. E olha que o caso do Jackson foi emblemático. A sustentação oral feita por dois ex-ministros do Supremo não foi suficiente para colorir o retrato que saiu em branco e preto. Tá-se falando, tá-se teimando...dá nisso.

06 – Estamos de volta!!!
Em clima de guerra o Clube Social, Recreativo e Beneficente Senado Federal reabriu suas portas depois de um mês de férias esticadas. Por mais de um mês nada de interesse público foi visto ou votado, mas “clubinho” fervilhou. Renan que acertou a conta de votos, errou na conta dos cargos e deu overbooking. Sarney que naturalmente já tem cara de paisagem, fez uso dela e esperou que a poeira baixasse mas, a casa caiu – a do Agaciel Maia – e levou o “Marimbondo de Fogo” a uma decisão. Vai se reunir com os líderes do “clubinho” e dar seu jeito, acomodando cada um numa poltrona de acordo com o regimento – na verdade apenas um pedaço de papel sobre normas internas do “clubinho” e que só serve a eles mesmos.     

  

07 – Por falar em Senado
Sessão “pinga-fogo” ontem no Senado. Jarbas Vasconcelos deixou para o final da tarde seu discurso e permaneceu na tribuna sendo aparteado por mais de 20 senadores durante mais de 2 horas. Com precisão cirúrgica, sem citar nomes, dissecou as entranhas do Congresso, do Executivo, falou de orçamento, Judiciário, corrupção, vida pública e constrangeu a todos os que tinham uma carapuça para usar. E ao abordar o tema corrupção, constrangeu ainda mais ao tomar por empréstimo parte do texto de programa de governo do Lula lá dos idos de 2002. Mas Vasconcelos não apenas criticou. De forma inteligente, apresentou sugestões e pôs no colo do próprio Senado a implementação. Foi o herói da tarde mas, o Brasil não tem o hábito de levar seus heróis ao panteão. Jarbas e sua fala serão rapidamente esquecidos.

08 – Vida marvada
POLÍTICA & MURUPI 04/03/09 - Gente de OpiniãoO prefeito Roberto Sobrinho vive um inferno astral. Denúncias envolvendo secretários, obras paralisadas, chuvas torrenciais que impedem a execução, alvo fixo da guerra política interna e externa com ataques diários e o silêncio que só aumenta o poder de fogo dos adversários. Os problemas no trânsito, ruas esburacadas e alagamentos, que atingem diretamente a vida de todos, levam à percepção de que é absolutamente necessário um grupo específico para atuar em caráter emergencial. Nunca foram destinadas a Porto Velho tantas verbas oficiais e particulares, frutos das medidas mitigadoras para a construção das Usinas. Um possível descompasso entre o anúncio e a liberação de tais recursos é uma informação que ajudaria a entender e tranqüilizar. O silêncio só nos leva a conjecturas. E tava indo tudo tão bem...

09 – FeBeACon
Com tanta coisa grande por fazer, o Congresso se apequena. Depois de encastelado desde 1995 como diretor geral da Senado, o Dr. Agaciel Maia – é chamado assim pelos ínclitos – viu sua casa cair, não no sentido literal e deixou o cargo ontem, após denúncias de má-gestão. O Dr. Agaciel administrava um orçamento de aproximadamente R$ 2,7 bilhões, bem maior que o de muitos estados da federação. Hoje pela manhã, funcionários gritavam seu apoio ao ex-diretor geral que tem a evolução patrimonial questionada por parlamentares e, segundo reportagem do jornal Folha de S.Paulo, omitiu da Justiça a propriedade de uma casa no Lago Sul – bairro nobre de Brasília – com valor estimado em R$ 5 milhões. Aplausos pedem discurso e o Dr Agaciel foi fundo: “Quero agradecer o carinho e a confiança de todos vocês. Não vou dar explicações, porque já mostrei o que tinha de mostrar com papéis. Como diretor, pedi o esforço de todos vocês, como servidor, quero contar com a amizade”. Não se furtou ao discurso e nem ao din-din público.

10 – Caviar separado

Não convidem para dividir o caviar na mesma os Senadores Collor de Melo e Mercadante. O pau entre os dois está feio. Irritado e nervoso com a eleição de Collor para a presidência da Comissão de Infraestrutura, Mercadnate desceu o sarrafo: “foi uma aliança espúria que interferiu no direito legítimo e democrático do PT de presidir a comissão” e continuou com o tom nas alturas pra cima do colega do “clubinho”: “Desrespeitou-se o voto do eleitor, que é a base do princípio da proporcionalidade”. Informado da declaração, Collor reagiu. “Eu repilo. Espúria, ele que vá procurar para saber onde vai achar. Relação espúria não. Foi um acordo inteiramente aberto que todo mundo participou, todo mundo soube. O senador Aloízio Mercadante precisa medir um pouco suas palavras para respeitar seus companheiros aqui do Senado”. E entre os dois, a Senadora Ideli que perdeu para Collor, chora as pitangas.

Fonte: Léo Ladeia  / www.gentedeopiniao.com.br
leoladeia@hotmail.com

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