Sexta-feira, 4 de dezembro de 2009 - 21h34
Frase do Dia:
"Costuma ser o início de toda corrupção. Caixa dois é uma desgraça nos costumes eleitorais brasileiros”. – Ministro Ayres Brito sobre o mensalão mineiro.
01-Azeredo levou tinta
Considerado o “pai do mensalão”, o senador Eduardo Azeredo do PSDB de Minas Gerais entrou na fila do matadouro por 5 votos a 3. O resultado já era esperado mas, estranhei o placar. Vá lá, cada juiz tem uma cabeça e, dentro de cada, uma sentença. É que a peça acusatória do MP, consubstanciada pelo robusto voto do relator, não deixam margem de dúvidas sobre a aceitação da denúncia, sobre um fato que é de domínio público. Ou será que passa pela cabeça de alguém que um Procurador Geral e um Ministro Relator iriam queimar os neurônios para produzir um calhamaço de papéis com a única intenção de “ferrar” o senador Azeredo?
02-O que alimenta o mensalão
Agora é o mensalão distrital. A origem foi o mensalão mineiro quando Azeredo era governador. A impunidade levvou ao mensalão da Câmara. Para Arruda que já era da pá virada, era seguir a trilha da safadeza. Arruda viu, gostou e caiu de boca. Afinal a história do painel está parada num escaninho da justiça até hoje e Arruda – um Robin Hood às avessas – começou cooptando o seu carrasco Durval das hostes do adversário Roriz. Durval cheio de câmeras e gravadores foi uma espécie de Cavalo de Tróia e Arruda confiante caiu do cavalo. Queda feia. E além da queda o coice. A impunidade alimenta a corrupção que alimenta a impunidade.
03-O que alimenta o mensalão II
Arruda estava na confortável situação de disputar a próxima eleição sem ter um adversário com possibilidade de ir ao segundo turno e, aí o excesso de confiança o fez descuidar-se. Sabemos sem poder tocar no assunto – isso exige provas – que o que ocorreu em Brasília com Arruda, ocorre pelo Brasil afora. Beneficiários, valores, coletores, planilha, tudo. mas, provar é que são elas. As maracutaias são feitas com pessoas pequenas que, até para mostrar o nível de importância junto aos “capos”, têm necessidade de contar segredos para amigos, amantes, etc., até que um dia a casa cai. Como diz Zé de Nana, “segredo de três só matando dois”.
04-Vai faltar ventilador
Para quem pensava que o pepino no Distrito Federal iria ficar restrito ao Executivo e Legislativo, acaba de pintar a novidade: o Conselho Nacional de Justiça decidiu abrir um procedimento administrativo para analisar o possível envolvimento de três desembargadores. Comecei assim esse tópico na coluna anterior e acreditei que nada de novo iria mais acontecer. Depois de proclamar: “É entristecedor. Isso não é bom para a classe política. O que precisa é esclarecer tudo.”, o presidente da Câmara Michel Temer do PMDB viu o seu nome no rolo, com valores, tudo em vídeo. Aí foi a hora de trocar o discurso:” Responsabilizarei moral e materialmente os autores dessa acusação leviana e fabricantes de lista apócrifa, que não respeita sequer a grafia correta do meu nome, prova da indigência dessa fraude.”
05-Pé na estrada
Andando mais do que notícia ruim, o ex-senador Expedito Jr. do PSDB mete o pé na estrada e mostra que sua pré-candidatura é para valer mesmo. E se lhe faltam rádios, sobram solados de bota. Ainda citado no Senado e com trânsito livre, leva as últimas novidades sobre a PEC da Transposição nas reuniões, a cada dia mais concorridas. Turbinado pelas pesquisas dos seus próprios adversários, Expedito vai costurando apoios políticos, ouvindo muito, traçando planos e fazendo jus ao nome e à fama do santo homônimo. Aquele das causas urgentes e impossíveis.
06-Parceria que deu certo
Outro que também já está com o pé na estrada é Confúcio Moura do PMDB. Com uma estratégia inteligente para sair na frente, Confúcio e Sueli Aragão dividiram o espaço em pré convenções estaduais que acabaram por injetar oxigênio no velho PMDB de guerra, além de funcionar como vitrine para ambos. O discurso dos dois é focado nas suas realizações como prefeitos de seus municípios. Sueli Aragão, sem mandato, aproveitou bem a vitrine e é um nome forte para a ALE. Confúcio traz soluções simples e de grande abrangência, testadas e aprovadas, como o Banco do Povo e alia um discurso moderno ao jeito mineiro de fazer política.
07-Depois da tempestade, a estrela sobe
Eduardo Valverde é dos grandes, o último a entrar na corrida para o governo mas, tem a seu favor o maior cabo eleitoral do país – Lula e seus incríveis índices de aceitação popular – que foi fundamental na eleição do prefeito Roberto Sobrinho e da senadora Fátima Cleide. Valvrde terá porém, que fazer movimentos rápidos e seguros para pacificar seu partido, que enfrentou turbulências antes da indicação do seu nome. A seu favor, há o fato de que o PT quebra o pau a portas fechadas e sai alinhado e brigando pelo que foi decidido. Considerando apenas esses três nomes, ouso dizer que independente novos candidatos, é eleição para dois turnos
08-E para o Senado?
Na última eleição para a escolha de dois senadores, não se pode esquecer uma lição aplicada pela professora Fátima Cleide. Sem rejeição e com a militância do PT, Fátima ficou emparadeda entre dois titãs – Expedito e Raupp – e trabalhou o segundo voto. Por coincidência, teremos novamente dois titãs na disputa: Raupp novamente e Cassol. De novo Fátima estará pelo menos em tese, emparedada e de novo, o eleitor do Cassol não é o mesmo do Valdir Raupp. No jogo do bicho há um ditado “o que é bom dá duas vezes”. Fátima porém, não é mais a professora desconhecida, seu índice de rejeição já não é mais o zero mas, a militância do PT continua sendo a mesma. Uma eleição para quem tem nervos de aço.
09-A guerra da ALE
Acompanho sempre e com enorme interesse, as análises do “bruxo” Sperança e, principalmente quando o assunto é ALE, de todas, a eleição mais difícil. Se há alguma dúvida basta olhar a última com seu índice recorde de renovação. Para o “bruxo”, a ação do Cassol incentivando um grande número de aliados a entrar na disputa, fará o mesmo que uma turbina girando a toda velocidade. Nomes que já estavam esquecidos voltam à tona e nomes desconhecidos, predadores como ele os chama, tem chances iguais. Mas, algo é definitivo: mais uma vez a renovação será alta e tem a ver com a subserviência dos deputados desta legislatura. A ver.
10-De resto, uma eleição igual às outras
A oportunidade de uma reforma política foi jogada fora mais uma vez, o que me leva a acreditar que qualquer mudança terá que ocorrer de fora do Congresso. Ou o TSE muda ou um dia teremos uma assembléia revisora para tratar de assuntos como esse. Esperar mudanças a partir daqueles que estão se utilizando e com sucesso do atual esquema eleitoral falido é como acreditar em Papai Noel e mula sem cabeça. Teremos caixa 2, compra de votos, processos que se arrastarão nos tribunais por anos a fio, fichas sujas e as velhas reclamações da boca para fora contra o sistema eleitoral. Mas, eleição é festa e não dá para ficarmos de fora.
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