POLÍTICA & MURUPI 05/03/08

POLÍTICA & MURUPI

Frase do dia

“Não vamos perseguir nem prejudicar ninguém, vamos combater os que são responsáveis por queimadas e derrubadas ilegais. Vamos atacar a atividade ilegal”. – Sérgio Lúcio Fontes, superintendente da PF sobre a operação “Arco de Fogo”.

Pauta Política de 01 a 10

01-Dejá-vú:

Os deputados de Alagoas arquivaram o pedido de abertura de processo por quebra de decoro, proposto contra 12 dos 27 deputados, incluindo o presidente da Assembléia. Os 12 foram indiciados pela Polícia Federal pelo desvio de R$ 280 milhões da folha de pagamento do Legislativo, entre 2001 e 2007. A votação durou quinze minutos. Dos 23 presentes, 20 decidiram pelo arquivamento, incluindo os indiciados. Não sei por que me lembrei de alguma coisa em “algum lugar do passado”. Já vi esse filme. O script é igual. Só trocaram os atores.

02-De olho no Urso Branco:

“O objetivo dessa audiência será discutir com todas as autoridades do Estado o sistema penitenciário, dando ênfase à reintegração social do condenado, trazendo experiências bem-sucedidas que promovam um tratamento mais humano dos presos por meio do trabalho. Não podemos cruzar os braços alegando falta de recursos, e amontoando pessoas como se fossem bichos”, disse o deputado Ernandes Amorim, que na quinta feira chega com a CPI Cacerária para visitas ao sistema prisional e depois participa de audiência. Vem coisa.

03-Anel no dedo certo:

Durante os 6 meses que passei em Ji-Paraná, no ano 2000, não se falava de outra coisa. O anel rodoviário estava em construção e a cidade iria se livrar do trânsito caótico. De repente a obra foi paralisada devido a irregularidades e assim ficou até agora. Ontem o deputado Valverde levou a boa notícia ao prefeito Bianco. A obra foi retirada da lista negra e ganhou R$ 8 milhões para a recomeço. Outra boa notícia para Bianco é a liberação de R$1 milhão para saneamento e R$ 15 milhões para o aeroporto. Sem “certos dedos”, o anel reapareceu. Torço para que tudo dê certo. Ji-Paraná precisa e merece. Já o prefeito José Bianco recebe um prêmio justo e merecido por sua boa administração. Ji-Paraná é uma outra nova cidade.

04-Vizinhos complicados:

O conflito entre o Equador e a Colômbia ganhou ontem novas dimensões com o apoio formal dado pelo presidente dos Estados Unidos, George Bush, ao governo de Alvaro Uribe. Ao mesmo tempo surgem especulações de que as tropas americanas que atuam no Plano Colômbia que nada mais á que a presença americana contra o tráfico de drogas, teriam ajudado o governo colombiano na ação que culminou com a morte de 17 terroristas das Farcs em território equatoriano. Com o fogo nas alturas, o Brasil entra com água e extintores e Hugo Chavez com os tambores de gasolina.

05-Um teste para o líder:

“O Brasil tem enorme interesse na prevenção e na solução de conflitos bélicos entre países da região. Esse interesse é reforçado, hoje, pelo fato de que nosso país é visto como um parceiro confiável, que dialoga bem com todos, gere sua economia com sensatez e êxito, promove a mobilidade social de seu povo e respeita as regras democráticas. Só o Brasil tem trânsito junto às partes para uma intervenção pacificadora, que evite o desforço”. Quem disse tudo isso aí tem experiência e sabe do que está falando. A análise é do embaixador Felipe Lampreia, Exministro das Relações Exteriores do Brasil de 1995 a 2001. É do ramo.

06-Tirando o esqueleto do armário:

Para o deputado Luiz Sérgio do PT que é o relator da CPI dos Cartões, o ponto central da investigação não é o cartão corporativo, mas a “Conta do Tipo B”. É uma “caixa preta”, que se constituirá na “prova de fogo” da investigação. A Conta B é um tipo de suprimento de fundos que antecede os cartões corporativos. Abrir a “caixa preta” é apurar a era FHC. “Desde a criação dos cartões, os gastos das contas do tipo B somaram cerca de R$ 1 bilhão. Em cartões, gastou-se R$ 160 milhões. As luzes estão focadas menor parte,” garante Luiz Sérgio. A coisa é como a lua. Há um lado que ninguém vê, mas está lá.

07-Provando do próprio veneno:

Reunida nesta ontem, a bancada do PT na Câmara decidiu encarar o ministro Marco Aurélio na sua casa - o Judiciário – contra as manifestações públicas do ministro sobre o programa Territórios da Cidadania, lançado na semana passada. O ministro afirmara que, em ano eleitoral, a iniciativa do governo poderia ser questionada na Justiça Eleitoral. Para o PT, Marco Aurélio teria afrontado o princípio de que um magistrado não pode manifestar-se publicamente sobre causas que serão submetidas ao seu julgamento. O nome desse jogo é truco e o PT trucou, mesmo sabendo que o Marco Aurélio está com a mão boa. Jogada de coragem.

08-Denúncia vazia:

Uma denúncia de que o governo brasileiro teria programado secretamente o envio de armas de fogo à Venezuela parou os trabalhos do Senado ontem. O ministro da Defesa, Nelson Jobim, foi à Casa e munidos de documentos, desmentiu a informação. Da tribuna, o líder do PSDB, Arthur Virgílio, leu um documento uma empresa que monitora ações ligadas à guerra no mundo. “A notícia de que houve remessa ilegal não tem procedência”, disse Jobim. Em nota, a TAM também negou vôos secretos a Caracas. A bomba do Artur era só um traque e deu chabu.

09-Devolve minha grana:

A Receita Federal do Brasil promete reagir à aprovação do projeto de lei que fixa um prazo máximo de 90 dias para a restituição do Imposto de Renda da Pessoa Física. O projeto, do senador Álvaro Dias, foi aprovado ontem na CAE para decisão terminativa. O tema será submetido agora à Câmara dos Deputados, desde que não exista um recurso em contrário. No meio da chiadeira do governo contra o projeto, Francisco Dorneles que já foi Secretário da Receita disse algo que todo mundo está careca, inclusive o próprio, de saber: "A Receita tem todas as condições para pagar as restituições nesse prazo”. Gostei tanto que Dorneles, acaba de ser guindado ao posto de meu mais novo amigo de infância.

10-Oxigênio para o gás:

Não convidem para dividir uma botija de gás o governador Cassol e o governador Eduardo Braga do Amazonas. Braga disse num canal de TV nacional, que brigava por seu Amazonas e que Cassol lutasse por sua Rondônia na questão do gás. Cassol reagiu bem a seu estilo dizendo que construir o gasoduto é uma decisão federal. Braga tentou voltar atrás no que disse e Cassol cresceu para cima, e disse dentre outras, que o governador Eduardo Braga havia falado a mesma coisa que disse na TV na cara dele, Cassol. Ficou estreito para o Braga, que o quer mesmo é usar todo o gás para o seu estado, esquecendo que vai receber o linhão de Tucurui. Nessa briga, estou com Cassol e não abro. Gasoduto Já!

leoladeia@hotmail.com