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Leo Ladeia

POLÍTICA & MURUPI 05/08/09


 
Frase do dia: 

"É incrível! Me veio a imagem do pai dele, que atirou e matou o senador Kairala. O pai do Collor errou o tiro, mas ontem ele estava na minha frente, na minha reta! Foi assustador, saía fogo dos olhos do senador Fernando Collor ali logo embaixo de mim. Eu não falei nada demais dele, quando vi ele entrou correndo, completamente transtornado.”–
Senador Pedro Simon sobre o Senador Collor


01-A obrigação de informar I
Lançar suspeitas contra a honra de alguém é a mais vil das baixezas porque não permite defesa. Ontem o dia foi pródigo: No “rififi” entre Renan, Simon e Collor, a “sutileza” surgiu. Do Collor para Simon: “Evite pronunciar meu nome, porque da próxima vez que tiver que pronunciar o seu, eu gostaria de relembrar alguns fatos e momentos extremamente incômodos para V. Exª”. E do Renan: “Quando o senhor era Ministro da Agricultura, nós tivemos uma importação de carne aqui defeituosa. O Presidente Sarney conhece a correção de V. Exª, que é um homem honesto, mas ele não pediu o afastamento de V. Exª. V. Exª conhece a Por do Sol?” Collor e Renan não informarão mais nada? Ao Simon restou o ônus e o bônus da dúvida além de uma explicação sobre a tal “Por do Sol”. QRX



02-A obrigação de informar II
Diferente do cidadão comum, o parlamentar eleito está protegido por lei e pode falar o que lhe der na telha. Como homem público porém, tem mais que outro cidadão, a obrigação de denunciar desmandos e desvios, quer de comportamento ou de recursos e isso é parte da sua função parlamentar. Mas, o que estamos vendo hoje é a fabricação de dossiês para as defesas e ataques. Claro que à imprensa – que não criou a crise – cabe o outro importante papel que é publicar o que ocorre e o que apura, mesmo que isso desagrade a quem está no fogo. Ontem saíram farpas contra a “imprensa golpista”. Que golpe? Só vi golpe contra o erário. Defenda-se ou consiga uma liminar para censurar a publicação. Não é Fernando?



03-Obrigação de informar III
Simon confessou que teve medo de encarar o colega Collor durante o debate acalorado de ontem. Mas, como diz Zé de Nana, “p’ra cima de medo, coragem”. Hoje ele entrou com um pedido para que a Corregedoria do Senado interpele o senador Fernando Collor sobre as declarações feitas durante bate-boca no plenário. O pedido foi entregue à Mesa Diretora, que deverá encaminhar o pedido ao corregedor, senador Tuma. No rififi, Collor irritou-se e pediu a Simon "evitasse pronunciar seu nome" e ameaçou revelar fatos "incômodos" para o colega. É sobre os "fatos incômodos" que ele pede explicações "para o resguardo de sua honra e biografia pessoal e política". Simon, mesmo amedrontado, pediu a Collor para falar o que sabia, mas a resposta é que o faria quando achasse conveniente. Fedeu carbureto!



04-Em nome de Deus
O Ministério Público Federal de São Paulo protocolou pedido à Justiça para que obrigue a União a retirar símbolos religiosos afixados em locais de grande visibilidade e atendimento ao público em órgãos públicos federais no Estado. E não é só isso. Pede a Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão a aplicação de multa diária simbólica de R$ 1 em caso de descumprimento. Mas, R$ 1 é pouco? Na verdade, a multa tem caráter educativo e servirá como contador do desrespeito à determinação judicial. O prazo proposto pelo MPF para a retirada é de 120 dias após a decisão. O Brasil é um estado laico mas, muita gente boa finge não saber, invocando Deus na abertura dos trabalhos. Cá para nós, em alguns órgãos públicos, usar o nome de Deus ou expor um crucifixo é um exercício de heresia.



05-O nome do jogo é truco
O apuro pelo qual passou o senador ontem, quando encarou a bateria de fogo disparada pelos senadores Renan e Collor, não foi em vão. Ferida, a oposição suprapartidária juntou-se para afinar o discurso. Na composição do grupo anti-Sarney, estão representantes do PSDB, DEM, PT, PDT e PMDB. A idéia inicial era publicar uma nota pedindo a licença do presidente Sarney. Mercadante porém, pediu tempo para tentar angariar mais adesões. Se Renan e Collor comemoram ontem, hoje devem se preocupar. Ao bater num símbolo como Pedro Simon, colheram o resultado inverso do objetivo e acabaram por unificar a oposição. Para saber o que vai ocorrer a partir de amanhã, nem é preciso ter curso de cartomante.


06-Engolindo o sapo com bigode
O Senador Mercadante se reuniu com o grupo suprapartidário que trabalha pela saída do ainda presidente do Senado, pediu tempo para conversar com mais senadores e líderes e, depois de muita conversa, voltou com a resposta para o grupo: "O PT vem defendendo a licença do presidente Sarney e continuará pedindo essa postura que depende única e exclusivamente dele. Não faz sentido, não existe uma identificação entre o PT e a oposição para assinarmos essa nota conjunta". A nota a que Mercadante faz referência, seria assinada no caso do presidente do Conselho de Ética, Paulo Duque mandar para o raio que as parta, todas as representações e denúncias contra Sarney. Mercadante luta só pela saída de Sarney. O sapo bigodudo entrou atravessado, arranhando, difícil de engolir...



07-No limite
A sessão do Senado de hoje foi mais um exercício de “non sense”. Sarney sentou-se na sua amada cadeira presidencial e aguentou o tranco, tanto quanto pode. A oposição com o discurso mais afinado e com estratégia de fugir do enfrentamento com a artilharia pesada, deitou o cabelo pedindo a saída do Sarney. Impávido, o colossal marimbondo disse que as respostas para todas as denúncias e questionamentos serão dadas amanhã, por acaso no mesmo dia em que o Conselho de Ética se reunirá para dizer onde e como pretende enfiar as representações contra o velho senador. Convenhamos: a Sarney não restam opções e amanhã começará um novo período, uma nova crise ou a continuação da mesma. Dureza.



08-Renan e sua ótica sobre a ética
"Ao partidarizar a crise do Senado, nós tivemos que apresentar uma resposta. Agora, se o Serra, o Aécio e o Fernando Henrique tivessem sido consultados, a ação do PSDB contra Sarney não seria apresentada. No fundo, no fundo, é uma cortina de fumaça, é uma ótica diferente, o que está em jogo é a eleição de 2010. Não é uma ilusão de ótica, é ilusão de ética, que alguns fariseus tentam passar para o País. Essas pessoas que travam esse debate, elas não convencem com a legitimidade delas de falar sobre isso", Tudo isso aí é da lavra do Renan que tal qual um manipulador de marionetes arremata: "O presidente Sarney está convencido que precisa ir adiante, uma posição que o partido e a grande maioria do Senado aprovam". É um filósofo das arábias. Ou das Alagoas, tanto faz.


09-Linha direta com a justiça
A Câmara dos Deputados aprovou projeto de lei que permite ao cidadão lesado em algum direito fundamental recorrer direto ao STF, pela ação de Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF). O projeto ainda vai ao Senado. A lei que criou a Adpf, em 1999, previa que, assim como entidades e instituições podem propor Adin no STF, o cidadão poderia recorrer ao Supremo com esse instrumento específico. "O objetivo do projeto é fazer com que, além das instituições que podem propor Adin, o cidadão, quando se sentir lesado em algum direito fundamental, possa ir ao STF", disse o autor. Segundo ele, atualmente, somente podem ingressar com Adpf os organismos que têm direito de propor Adin, como, por exemplo, partidos, entidades de classe de âmbito nacional e confederações sindicais. Se o STF não vai às ruas, as ruas vão ao STF. Certo Dr. Gilmar?


10-Mudança à vista
O PV deu p bote certeiro apresentando uma pesquisa de intenção de votos à “verdíssima” ex-ministra Marina Silva. Sem nunca ter tido o seu nome cogitado para substituir o chefe Lula, Marina se sentiu prestigiada, agradecida e surpresa. Longe dos holofotes Marina já desponta, com robustos 12%. Um pepino pra lá de razoável e indigesto. Para impulsionar a candidatura da Dilma, Lula apresentou Ciro Gomes a São Paulo. Sem Ciro Dilma cresce mas, aí pinta a Marina e Dilma reflui. Convenhamos, com o desmatamento em baixa, não dá para atacar a Marina Silva com motosserra. Marina Silva não se decidiu mas, o PT ficou estreito para ela e o pior: 12% é de “pirar o cabeção de qualquer um”. Até a Marina. 

Fonte: Léo Ladeia  - leoladeia@hotmail.com   
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