Segunda-feira, 10 de agosto de 2009 - 19h56
Frase do dia:
“É preciso deixar claro que ali não é a Academia Brasileira de Letras, para se tomar chá” – Senador Paulo Duque em momento “relax” do Conselho de Ética do Senado.
01-Quarteto fantástico
“Sarney não é um homem comum”, disse Lula agora na crise e é nela que se conhecem os amigos. Na tentativa de salvar Sarney, Lula entrou na briga distribuindo elogios à tropa de choque. Um democrata, esse novo Lula suprapartidário ou extrapartidário, que manda seu PT fazer como ele, calar-se sobre Sarney & Cia, em nome da candidatura Dilma. Mas, e se a Dilma não emplacar sua candidatura, o que fará Lula? Cala-se ou fala o que? Falará por si ou cobrará apoio aos aliados como o “trio de coronéis” além do seu partido? Cobrar militância ao PT depois de tê-lo enquadrado? Olha só o tamanho do bagunça. O “quarteto fantástico” – Lula, Sarney, Renan e Collor – que arriscou tudo para ganhar essa batalha, já começou a pagar um preço alto, o desgaste é grande e com risco até de perder a guerra.
02-Quando a vitória é derrota
Brigar com bêbado é mau negócio. Se ganhar, ganhou de bêbado, Se perder, pior. Lula tem maioria no Senado e mais, tem uma oposição domesticada. Faz o que quer como fez no Conselho de Ética ou na CPI da Petrobrás. Tem pesquisas mostrando minuto a minuto o pulso da sociedade. Lula é intuitivo, esperto e articulado. Não dá para entender a opção que fez pelo Sarney, rifando Tião Viana e seu PT para proteger o Sarney que tinha como objetivo traçado pela cabeça doente do Renan, blindar o filho Fernando, sua família e seu feudo, minados por investigações da PF. A vitória de Sarney não mudou o rumo da história mas, mostrou sua real biografia. Vitória de Pirro que pode arrastar até o Lula. Danou-se.
03-A monarquia do Maranhão
O título duque – do latim dux – abaixo de príncipe, valia no Brasil até o arquivamento em 1889 monarquia. Duque virou arquivista: amplo, geral e irrestrito. O que um duque arquiva, ainda que no Conselho de Ética, pode ser desarquivado, para desespero do Imperador Sarney – Primeiro e Último, que virou “coroné” sem perder a empáfia. O “coroné-imperadô” que anexou ao feudo o Amapá, entrou na guerra com uma tropa de choque escolhida a dedo sujo. Alagoas deu 2 marechais: Renan, o fiel, – a qualquer governo como filosofia – e a carranca do “caçador de marajás”. Minas deu o “cabelo grande, idéias curtas”. Sergipe deu o “jurista” Almeida e o Rio, um doce arquivista. É guerra! E o Império do contra, ataca!
04-L’Omertà
O Senado nunca teve tantas oportunidades para uma reengenharia político-administrativa, a começar pelos cabides de empregos, suplências, até controles efetivos, desde a origem do Orçamento até liberação de emendas. O problema é que não há interesse em mudança e isso é visível. Os senadores pisam uns nos rabos dos outros e cada um cuida do seu. Aí pinta uma crise e a chantagem corre solta. Se um abre a boca é tratado como desgarrado por ter traído a “omertà” e a “paura” se instala. “Vendetta” armada, qualquer membro da “famiglia” do boquirroto pode sofrer represálias. Mudanças? Só se dor de fora para dentro.
05- Vendetta
Artur Virgílio deve ir ao Conselho de Ética e pagar por seu crime. Mas não só ele. Existem inúmeros senadores que deveriam passar pelo crivo. Segundo Renan, o PMDB e não ele, representou contra o Artur Virgílio. Nada mais natural, não fora o motivo citado quando da apresentação da peça acusatória: vingança. Entre mafiosos quase tudo é permitido menos desobedecer o “capo” ou dedurar amigos. Isso lembra algo que ocorre no Senado? Virgílio cometeu os dois pecados e hoje é caçado para ser cassado. No Senado isso parece ser normal já que por regras não escritas se busca penalizar o criminoso, menos pelo crime que cometeu e mais por insurgir-se contra o “bom da boca” ou pior: abrir a boca.
06-Sem maiores explicações
Caiu o secretário adjunto da Secretaria de Justiça. Juro que não entendi mas, secretários, são demissíveis “ad nutum” e o governador Cassol que o pendurou no organograma deve ter razões para defenestrá-lo. Minha estranheza se deve ao fato de que o secretário vinha executando um trabalho com resultados acima média. Não se sabe do seu envolvimento em rolos, enfim... Tomaseti dava para o gasto. Problemas com presos saindo e voltando não são de hoje. Aquilo lásempre foi um queijo suíço. Sabemos disso nós e, claro, o titular Gilvan Ferro, que continua secretário e de confiança. Bem, demissões são apenas saídas, confiança é total ou nenhuma, e razões... bem, às vezes até a própria razão desconhece.
07-Efeito dominó
O nome é Lina. Aquela que arrumou p’ra cabeça ao expor publicamente a Petrobrás numa questão com a Receita Federal da qual era chefe. A oposição estava de olho nela bem como a “imprensa golpista”. Defenestrada, Lina abriu o verbo nesse fim de semana e disse que a ministra Dilma pediu-lhe agilidade na investigação da Receita contra os membros da família Sarney. Conversa com todos os ingredientes de missa encomendada, já que Lina e Dilma teriam – se é verdade que houve a reunião – incorrido no crime de prevaricação. Na roleta em que se transformou o Senado, eu passo. A banca leva essa fácil mas não deve sobrar para Lina ou Dilma mas, as primeiras peças do dominó estão caindo. Que perigo!
08-Um pouco mais do mesmo
A oposição queria a ex-chefe da Receita, Lina Vieira, depondo na CPI da Petrobrás para explicar como fazia a empresa para pagar menos imposto. A Petrobrás fazia o mesmo que outras empresas fazem, sem que isso ganhe manchetes de jornal. A entrevista desse final de semana põe gasolina no braseiro, já que envolve uma suposta e já desmentida reunião entre ela e Dilma Roussef, na qual a ministra teria tentado agilizar uma investigação contra um filho do Sarney, cujo nome começa com Fer, termina com nando e que não pode ser citado pela “imprensa golpista”, essa raça de irresponsáveis que não respeitam biografias.
09-Arte imitada
A reação da sociedade à crise do Senado, captada por pesquisas para consumo interno estão levando o presidente Lula a adotar uma nova atitude. Como se retocasse um quadro que vai ganhando um desenho diverso do imaginado, saiu do “não é uma pessoa comum” para o “Sarney é um problema do Senado”, chega ao surpreendente “não dá para brigar com fatos”. Nesse fim de semana um auxiliar próximo de Lula credita a ele nova pincelada e a solução do impasse talvez passe pela saída de Sarney. Num outro quadro, agarrados ao mesmo tronco salvador PT, PSDB e DEM tentam chegar à margem enquanto num trecho de “Águas de Março” Tom Jobim se repete em minha mente: “É a lama...é a lama...”
10-Sem limites
Semana passada, Renan Calheiros num acesso de fúria pespegou no Tasso Jereissati um “coronel de *erda”, bem diferente do estiloso Fernando Collor que pespegou no Simon um incomum “parlapatão”. Questão de estilo vernacular, diriam os ilustrados. Nesta segunda, Collor mostrou que também sabe atolar o pé na jaca e, como faria um liderado de terceira categoria, adotou o mesmo palavreado chulo do líder ao se referir ao Jornalista Roberto Pompeu de Toledo: "Eu tenho obrado em sua cabeça nesses últimos dias, venho obrando, obrando, obrando em sua cabeça, para que alguma graxa possa melhorar seus neurônios. Para ele cair em si e trazer a verdade. Ele é mentiroso e salafrário, alguém que não merece título de jornalista". No Nordeste, obrar é sinônimo de defecar e graxa, de fezes. Vai faltar ventilador A graxa está saindo pela boca dos “nobres parlamentares”. Que graxa!
Fonte: Léo ladeia - leoladeia@hotmail.com
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