Quinta-feira, 12 de novembro de 2009 - 05h43
Frase do Dia:
"Nós temos três circuitos. Não um, nem dois, mas três. Caindo um, o sistema suportaria. Caindo dois, também suportaria, mas caíram três” - Ministro Lobão explicando o apagão em três tempos.
01-É a treva I
Ninguém sabe o que aconteceu e possivelmente ninguém saberá ao certo. O ministro Lobão, em nota “lobística”, deve informar que “alteração climática de grande intensidade localizada afetou o sistema, o que ocasionou o desligamento automático da geradora de matriz hidráulica” e segue nessa linha de transmissão de desinformação, fechando com um “gato” que já apareceu ontem na entrevista truncada do ministro, quando se saiu com a pérola do pensamento filo-hidráulico-energético sofista: “nosso sistema integrado é um dos mais perfeitos do mundo”. Não espero nada diferente disso. Coisas de Lobão.
02-É a luz
O ministro Arnaldo Versiani retirou ontem, da pauta de julgamentos do TSE, o processo de cassação do governador Cassol. Luzes verdes, amarelas e vermelhas piscaram pois a retirada tanto pode indicar que o relatório não ficou pronto a tempo, como indicar que novos fatos e/ou documentos foram juntados o que exige uma análise mais acurada. As informações dão conta que o julgamento pode ocorrer no próximo dia 17. Na posição de largada, com o semáforo piscando em amarelo e pelo andar da carruagem, a sequência é mudança para luz verde. Se tudo tiver certo, Cassol dispara e o trânsito trava geral.
03-É a treva II
Alguém disse que foram dez estados apagados. Outro disse que foram 15. Já apareceu um outro com 18. Não vou brigar. Rio, Sampa e o resto é periferia. Numa entrevista conturbada em que uma repórter da Globo e outra da Record disputavam o mesmo homem – calma... para entrevistar – o secretário não sei de que, do Ministério da Pilha, dourou a pílula e citou New York. A repórter contestou: “Mas aqui foi o país quase todo”. O bom Zimermamm foi rápido como um raio: “A carga de lá é maior que a de alguns brasis”. Mas se fosse coisa boa sairia na lata: “Nosso apagão foi o maior do mundo”.
04-É a sombra
No meio das trevas o presidente da Itaipu, Jorge Samek, surgiu com uma sombra: “Foi a primeira vez na história de Itaipu que todas as 20 máquinas foram desligadas de forma simultânea”. Disse que não era problema de geração, ou seja, as máquinas poderiam gerar – e geravam – e que a causa era falha de transmissão. De repente a sombra ficou maior: “talvez um temporal tenha avariado linhas de transmissão da energia que sai de Itaipu”. Logo depois a sombra cresceu ainda mais com a luz já restabelecida no lado paraguaio. Sem querer Semek assombrou todo mundo. O pepino é transmissão mesmo.
05-Luz sobre as trevas
O presidente Lula, rápido, preciso e contundente como o raio que provavelmente atingiu a linha de transmissão ou qualquer coisa que provocou o apagão, apontou pras bandas do FHC e liberou uma descarga para eletrocutar eventuais tentativas da oposição que queiram comparar seu apagão com o do FHC. "Não tivemos falta de geração de energia. A energia começou e continuou sendo gerada, tivemos um problema na linha de transmissão, que ainda não identificamos o exato local. É importante que não se faça nenhuma tese sobre isso e esperarmos termos um fato para informar melhor a sociedade". Tá explicado. Ainda que haja reclamações dessa raça oposicionista. Ô raça!
06-O uivo do Lobão I
"Houve um curto-circuito nos três circuitos que vêm de Itaipu", disse o ministro Edison Lobão em Brasília e reafirmou que o blecaute que atingiu 18 Estados ocorreu devido a fenômenos climáticos. Segundo ele, descargas atmosféricas, ventos e chuvas muito fortes na região de Itaberá foram a causa do desligamento de três linhas de transmissão e o consequente desligamento da usina hidrelétrica de Itaipu. A explicação do Lobão, a mais alta autoridade em energia no Brasil é meio assim, como dizer...de baixa voltagem. Deve ser por culpa da formação acadêmica. Jornalista e advogado, Lobão com certeza sabe trocar uma lâmpada. A partir daí, a coisa deve ser um pouco mais complicada.
07-O uivo do Lobão II
"O sistema do Brasil é bom. Uma das máquinas perfeitas que a humanidade criou é o avião, e o avião também cai. Houve um acidente e vamos esperar para que não mais ocorram", disse Lobão. Olhaí, Lobão mudou o rumo da prosa e melhorou a performance. Colocar avião no meio é uma jogada bem inteligente. O avião lembra apagão aéreo, que lembra ministro que não caiu, pepino na Infraero, greve de controladores, tudo que não ocorre agora. Só não citou a história infantil em que o lobo mau sopra e a casa dos três porquinhos não cai. Dessa vez a casa caiu sem sopro e o Lobão bem magro se balança.
08-Desocupando a moita
Esse negócio de trocar de casa é complicado. Apesar do processo ser antigo, somente agora é que a justiça decidiu colocar Silvernani Santos do DEM na cadeira de deputado e aí é aquele Deus nos acuda. Parece fácil mas, envolve uma série de procedimentos de um e de outro lado e, enquanto o desenlace final não ocorre, o negócio é improvisar de um jeito amazônida. Sem assessores, gabinete, secretária e sem condições de exercer a atividade parlamentar, Silvernani vai despachando pelos corredores da ALE. Para ele que esperou tanto tempo para sentar na cadeira, um dia mais, um dia a menos, é tiquin.
09-A volta do diploma
A CCJ da Câmara aprovou a PEC que retoma a obrigatoriedade do diploma para o exercício da profissão de jornalista. A obrigatoriedade do diploma para exercer o jornalismo foi derrubada pelo STF em julho deste ano. Por oito votos a um, o Supremo entendeu que não seria necessária a exigência de curso superior específico para a prática do jornalismo. Em seu voto, o presidente do STF, Gilmar Mendes, disse que a obrigatoriedade do diploma fere a liberdade de expressão assegurada pela Constituição. Entro na briga, mesmo não sendo formado e me perfilo entre os que lutam pelo diploma, até pela minha história. O tempo de profissão não substitui a formação acadêmica.
10-Genro: calado é um poeta
"Eles estão tentando comparar aquela catástrofe que aconteceu naquela época com um tropeço", afirmou Tarso Genro ao se referir aos apagões de FHC e Lula.Para o ministro da Justiça a oposição erra ao tentar explorar o apagão eleitoralmente e teoriza: "Isso é um microacidente dentro de conquistas extraordinárias que o Brasil teve durante sete anos na produção de energia", disse. Mas, o que é isso Doutor Ministro? Entendo que a defesa é necessária e admiro quem a pratica com inteligência, é claro. Mas dizer que é um tropeço ou microacidente, 800 municípios às escuras é querer tripudiar sobre quem sofreu os efeitos ou subestimar nossas medianas inteligências. Isso é apagão mental.
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