Quarta-feira, 13 de maio de 2015 - 05h17
Frase de hoje:
"Eu digo então para vocês que hoje é mais um, mais um, mais um o que? "– Dilma Roussef no Rio.
1-Fogo no brejo
Os casos estão ai e são muitos. Envolvem figuras públicas, poderosas, às vezes com uma bela história de retidão de caráter. Ocorre que à esquecida efemeridade do poder se junta a sensação de que “tudo posso” e sem que o cristão se dê conta, a vaca que só é sagrada noutras plagas, galopa célere rumo ao brejo levando de cambulhada ex-santos e ex-votos pelo cabresto. Na atual quadra em que políticos se escondem do povo e são vaiados até em casamentos, toda cautela – com vacas, serpentes, aranhas ou inocentes porquinhos e cabritas – é pouca. E se o infeliz é de um desses partidos tão sujos quanto pau de louro, pior. Há algum tempo se viam rolos de fumaça pras bandas de Cacoal. Já era fogo no brejo.
2-Todos contra todos
O relator de uma ex-quase-futura-reforma-político-eleitoral, depois de ouvir 100, dos 513 deputados federais que vão decidir sobre a melhor proposta, percebeu que os ouvidos rejeitaram todos os sete modelos apresentados até agora e que não existe qualquer modelo, inclusive o que está em vigor, que tenha qualquer chance de ser aprovado na Casa. Mas, nem tudo está perdido. Como a soma das duas últimas eleições chegaram a R$74 bilhões, há um consenso: o custo absurdo de campanhas com tetas de financiamento secando e a justiça espiando com lupa leva à necessidade de mudanças. E a primeira delas pode ser o relator. Marcelo Castro do PMDB desagrada a todos. Tanto ou mais que a reforma.
3-A vitória da agiotagem
Os juros do cartão de crédito subiram em abril e bateram os 290,43% a.a. no paraíso brasileiro. A fonte é a Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade – Anefac e mais. O governo busca nos bancos o dinheiro para cobrir a ineficiência, pagando via taxa básica – Selic – 13,25. A Anefac diz: "o cenário econômico aumenta o risco do crescimento da inadimplência e eleva a taxa de juros e expectativa de aumentos no cenário de elevação da inflação". A coisa tá preta. Principalmente para o lojista que lotado com o estoque do paupérrimo dia das mães e sem pagar o fornecedor.
4-A saga da transposição
Mais atrasada que obra de viaduto e mais enrolada que a licitação de esgoto e água em Porto Velho, saiu a MP da Transposição: mais dúbia que explicação de político delatado na Lavajato e mais estranha que galope de vaca parida. Para entender só com “vade mecum” na mão e fé cega no coração. Certo estava o comunista Pantera que deixou de comer criancinha e passou a contar a saga da Transposição num cordel político-pornográfico “Transputaria”. Um dia todos vão transpor ou morrer o que também é um jeito de transpor. É a história adaptada dos soldados da borracha que se repete.
5-Sabatina
Depois de dizer que se opõe ao nome do Dr Fachin para o STF, apenas “para alvejar o governo Dilma”, o senador Álvaro Dias estranhamente rasgou elogios ao jurista preparado para responder a tudo que perguntarem. Inclusive sobre o fato de ser ou não petista ou mesmo admirador do partido e/ou ideias o que em nada soma ou diminui seu currículo. As patrulhas soltas antecederam a sabatina com uma estúpida saia justa: se Fachin disser que é petista, mostra destemor e será aprovado para o cargo. Se disser não, se revela um mentiroso, igual àqueles do “eu não sabia” e aí como “não sabia” pode até ser aprovado. Nossa classe política atravessa uma quadra difícil, burra e pobre. Que retrato feio...
6-Degradação institucional
É osso barão! Quando se olha a produção do Congresso, o custo, os debates, a relação promíscua com empresas e poderes, as jabuticabas como o colégio de líderes, dá para ver que é possível afundar mais ainda. Análise de vetos presidenciais, votações de MP’s recheadas de matérias que nada têm com o objetivo, indicação de autoridades e dá para ver que há espaço no fundo. As CPI’s e sabatinas provam. Fachin será aprovado e a sabatina dará em nada. É apenas zoeira para trucar a Dilma. O Congresso que está no chão não crê, mas tenta provar que pode se levantar sozinho. A sabatina é só pano de fundo.
7-Conflito interessante de interesses
Em tempos de crise de ética, de corrupção sistêmica e de descompasso entre público e privado, ver o presidente da Petrobrás e o governo defenderem acordos de leniência que preservam empreiteiras enroladas no petrolão para manter contratos, não deveria nos deixar perplexos, mas deixou. Bendine e conselheiros discutiram com advogados da Petrobrás quais providências seriam tomadas na esfera judicial contra funcionários e fornecedores envolvidos no petrolão. Céticos sobre recuperar dinheiro na justiça, se voltam para as ações em andamento que podem melar negociações com a CGU. Dureza.
8-O face aceita tudo
"É inaceitável que uma grande democracia como o Brasil, com 200 milhões de habitantes, uma das maiores economias do mundo, seja transformada em refém de um criminoso notório e reincidente, de um réu que negocia depoimentos e garante para si um porcentual na recuperação do dinheiro que ajudou a roubar". A frase poderia ser de um juiz ou do cidadão que de uma fila vê seu imposto sumir pelo ralo da incompetência ou ser sugado por um finório ladrão, mas não: a frase está no Facebook de Lula, acusado por Youssef de saber – ele e Dilma – da rapinagem na Petrobrás. Haja óleo de peroba...
09-Roupa suja
O nome da operação – Lavajato – chega a ser inapropriado. Além da demora, o volume de roupa suja, dinheiro sujo e reputações sujas é tão grande, que oceano, dilúvio, tromba d’água e inundação seriam mais adequados. O Dr. Moro segue a linha adotada desde o início da Lavajato, mesmo atrapalhado por mãos que fecham a torneira ou escondem o sabão. Pensei em Operação Mãos Limpas, mas a foto de mãos sujando de óleo os macacões amarelos iria confundir. Afinal a sujeira não é só na Petrobrás.
10-Papo de sacristia
Em Cacoal a prova definitiva da sabedoria popular: “cuidado com o andor, pois o santo é de barro”.
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