Quinta-feira, 13 de dezembro de 2007 - 15h31
POLÍTICA & MURUPI
Frase do Dia
Que tomem cuidado. Ou acabam, mais uma vez, com uma vitória, fabricando uma derrota. Jornalista Reinaldo Azevedo sobre o day after dos tucanos
Pauta Política de
01-Queimei a língua:
A CPMF não passou e tinha tudo para passar. O PSDB chegou a fechar um acordo na noite anterior, desfez e Lula enfrentou sua primeira derrota substantiva no Senado, que pode ser creditada a ele mesmo e à ação do emperdenido do senador Artur Virgílio. Mas a derrota é emblemática e ocorre no primeiro dia de Garibaldi Alves como presidente. Servirá para mudar a postura de submissão do Congresso? Pouco provável. E o governo sem os R$40 bilhões como fica? Como sempre. Para o Zé de Nana, No fim tudo acaba. Se não acabar é por que não chegou o fim.
02-The day after:
Onde o governo vai cavar os R$40 bilhões anuais da CPMF? O ideal seria cortar gastos, mas não é o estilo do governo. Ora, com a DRU aprovada ontem, o governo pode remanejar 20% do orçamento como quiser. Estudos sobre elevação de alíquotas de IPI, IOF estão prontos e o secretário de política econômica do Ministério da Fazenda diz: "Foi uma decisão claramente política e, do ponto de vista técnico, mantemos a posição de que a CPMF é um tributo melhor do que outros que existem no país". Mas há sim, dinheiro para o bolsa-família e para a saúde.
03-Porque o governo insistiu tanto na CPMF:
Ninguém gosta de perder receita e na verdade, ninguém gosta de perder. Na política quando alguém perde um outro ganha. Foi essa a lógica presente no Senado ontem. E por essa ótica, o governo entregou a CPMF toda para a saúde. Mas de novo o governo foi muito lento. O clima no Senado já estava tão contaminado que num bate-boca o senador Artur Virgílio foi deselegante e injusto com a maior figura pública do Senado. Pedro Simon é sim maior que todos os senadores juntos. Para falar de Pedro Simon é preciso pelos menos, ler sobre a sua história. Foi um momento triste. O velho Simon ficou magoado e eu também. Na melhor hipótese, a derrota de ontem ficará circunscrita ao Senado e o governo terá que agir com maestria para evitar que o clima também contamine os deputados na Câmara.
04-Porque a oposição não aprovou a CPMF:
Ninguém gosta de pagar imposto e como a CPMF é compulsória, não há sonegação. Parte da CPMF chega a estados e municípios e por esta razão havia o apoio de Serra, Aécio, etc. Mas, no outro lado havia o interesse eleitoreiro de cutucar Lula ou como disse FHC, atrapalhar Lula em tudo o que for possível. Ou seja, a guerra de ontem com a derrota de Lula, tem outro foco: o que estava em jogo era mais que um imposto. Era a eleição. A oposição precisava se firmar como oposição. O governo terá um discurso e a oposição outro. È do jogo político. E só isso.
05-A insustentável fragilidade política:
Não se diga que apenas o governo perdeu na guerra de ontem. Existe fragilidade na bancada governista, mas no PSDB a coisa não é diferente. Pressionado por ambos os lados, o líder do PSDB disparou da tribuna: O governo opta pela prepotência, achando que senador obedece a governador. Certo Artur Virgílio com relação à prepotência do governo, mas ele sim, foi arrogante e injusto com Pedro Simon. Entendo que mesmo no calor da refrega, certas armas não podem ser usadas, nem certas palavras ditas. Foi triste machucar Pedro Simon. O velho guerreiro merecia ser ouvido e não admoestado. O recado era de FHC para Serra e Aécio e mostrou a luta pelo poder, travada no ninho tucano e que envolve os caciques do PSDB. FHC mostrou sua força indispensável na mediação para escolha do nome que disputará a sucessão de Lula. Vai Aécio ou vai Serra? O tempo dirá.
06-Sem a CPMF, o que muda em nossa vida:
Nada. A estrutura de preços e serviços não trabalha com ajustes finos ao nível de 0,38%. Só as concessionárias de veículos, loja de eletrodomésticos, etc., farão cortes específicos, pelo menos nos comerciais. O preço do feijão, arroz, remédios, etc, essa coisas comuns do nosso dia-a-dia, ficarão no mesmo patamar atual. E mesmo os serviços públicos não sofrerão alteração. São serviços caros e ruins e assim continuarão sendo, quer seja na saúde, educação e segurança. Quanto ao bolsa-família, que retirava 76% do seu orçamento da arrecadação da CPMF. Esse não sofrerá qualquer impacto. O governo vai realocar as verbas necessárias, para desespero da oposição, que sabe estar aí a força de Lula.
07-Índio não quer só apito:
O deputado Eduardo Valverde irá acompanhar líderes indígenas à Câmara dos Deputados. Eles vão pedir ao presidente, Arlindo Chinaglia, a volta da análise do Estatuto dos Povos Indígenas que está parado no Congresso há 13 anos. No meio da conversa, um tema espinhoso, a mineração em terras indígenas. Na reunião que antecede a visita, um representante dos índios foi ao cerne da questão: "Ouro não tem semente. Se tirar se acaba, e nossa terra, se acabar o que vamos comer? Faço outra pergunta: isso foi uma pergunta ou uma bofetada na nossa cara?
08-Turrão ou preterido:
O senador Expedito passou foi incensado ontem e elevado à condição de ponta firme pela oposição. Por seu voto pediu a transposição e suspensão da dívida do Beron. O Mantega jogou um balde água fria, oferecendo um financiamento para o Estado como resposta. Sobre o Beron, aventou o efeito cascata com outros bancos e sobre a transposição mostrou não conhecer o assunto ao dizer que o valor seria de R$500 milhões, disse ele. E tem razão o Expedito. No Rio Grande do Sul juntaram-se Pedro Simon, Paulo Paim e Sérgio Zambiasi, de três partidos diferentes e dando seus votos para a CPMF, salvaram o Rio Grande do Sul, governado pela tucana Yeda Crusius e que não tinha dinheiro sequer para pagar o 13º salário.
09-Mau tempo:
A cidade agüentou bem o tranco de ontem. Ventos de 60km por hora e muita chuva varreram Porto Velho por quase uma hora, Árvores caídas e casas destelhadas, energia interrompida, mas dessa vez as obras de canalização da cidade foram testadas. Poucos pontos de alagamento apesar da força da tempestade. Mesmo em pontos cruciais como na Av. Calama e Rodoviária o escoamento foi rápido. O problema maior foram danos materiais, nos bairros pobres da periferia. Mas a chuva foi democrática castigando a todos sem distinção. Dureza.
10-Oxigênio para o gás:
Folga hoje, para curtir o fim da CPMF, mas a turma volta ao batente na luta pelo gasoduto. Amanhã volto ao assunto e segunda-feira converso com Paulo Andrade da Rongás e com o Deputado Valverde. É só esperar. Enquanto isso, mais pressão. Aqui, nas ruas, em casa, com os amigos, no governo, com chuva, vento, com ou sem CPMF, seja como for. Em todo lugar. Gasoduto Já!
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