Domingo, 17 de maio de 2009 - 08h28
Frase do dia:
"Imagine se o senador ACM, se a providência divina assim permitisse, entrasse aqui agora. Ele não ia entender nada: eu criticado por vocês e elogiado pelo PT."– Heráclito Fortes para o PSD, relutando em ler o requerimento para instalação da CPI da Petrobrás. Logo em seguida, o barraco.
01 – A CPI da Petrobrás by PSDB I
Desculpem-me amigos mas, passei da idade de acreditar em Papai Noel, principalmente no mês de maio e mais ainda, quando a política está no meio. Quinta feira, sessão morna no Senado Federal que naquele momento era presidido Heráclito Fortes do DEM. De repente, como um pé de vento o PSDB derrubou uma casa de caba e a sessão pegou fogo. Claro que o “Marimbondo de Fogo” não estava presente, pois não preside sessões de besteirol parlamentar. Com seu estilo inconfundível, Artur Virgílio cobrou a leitura do pedido de instalação das duas CPIs da Petrobras. A nova e a velha que repousava numa gaveta há muito tempo. Heráclito roeu a corda, e a Senadora Serys encerrou a sessão.
02 – A CPI da Petrobrás by PSDB II
Ao que parece, ou a coisa foi adredemente preparada por Artur Virgílio ou Heráclito não sabia que teria que segurar o rojão e o barraco provocou o racha entre o DEM e o PSDB Serys havia encerrado a sessão mas, Artur Virgílio tentou tomar a presidência: “Quero ver quem vai me tirar daqui!” Os microfones foram desligados e o pau continuou rolando: "Não digo que estou traído, mas estou decepcionado com tudo que estou vendo aqui. Eu entendo que o senador Heráclito agiu diferente do que eu o vi agir ao longo da sua vida pública", disse Arthur Virgílio. Como os trâmites foram cumpridos, a leitura ficou para a sexta feira, com Perilo do PSDB de plantão para cumprir o papel de vice-presidente. Clique e ouça áudio.
03 – A CPI da Petrobrás by PSDB IV
Sexta feira, sessão morna, o pedido de instalação da CPI foi lido e as manchetes sobre a derrota do governo estampada em todos os jornais. Do respeitado Josias de Souza, saiu o artigo mostrando um PSDB estilo Mr. Hyde. Por favor, menos. Uma vez tucano, sempre indeciso. Não dá para trocar o estilo como quem troca de roupa. O governo tem canhões e tratores para derrubar qualquer CPI e, apenas uma vez foi derrotado, – caso da CPMF –não pela oposição e sim pelo fogo amigo do PMDB. E por que o governo não usou seus canhões? Primeiro porque o assunto da CPI é público: sonegação a partir de diatribes contábeis. A senha foi dada por Sarney que no dia anterior disse que não barraria a CPI.
04 – A CPI da Petrobrás by PSDB V
Há poucos dias Temer e Sarney foram a Lula com um pedido de ajuda para retirar o foco da imprensa do Congresso que, avariado, fazia água todos os dias. Lula aquiesceu – não dá para governar sem o Congresso – e, sem ser questionado, disse que era “hipocrisia” a farra da imprensa com a farra das passagens. A partir desse ponto, a imprensa diminuiu o ataque mas, o Senado continuou fazendo água e nem a “proposta indecente”da FGV fez estancar a sangria. Como desviar o foco sem atingir o Planalto? Uma portentosa CPI com jeito de coisa grande mas, na verdade pequena pelos resultados que possa colher. Lula chamou o PSDB de “irresponsável”. Pode-se imputar muita coisa ao PSDB, menos isso.
05 – A CPI da Petrobrás by PSDB VI
E qual a parte que cabe ao PSDB nesse latifúndio? O PSDB precisa ter cara de oposição, não pode se envolver em escândalos – o caso Yeda Crusius está circunscrito ao RS – e o mais importante: o PSDB vai precisar fazer caixa para a campanha eleitoral e uma parte do PMDB deve estar ao lado do Jose Serra. O jogo de cena para composição de cargos já começou e por aí começam os primeiros acertos. Nem governo nem oposição querem detonar a Petrobras. Querem só a bandeira. Para o governo, concordar com a instalação dar CPI, sabendo de antemão quais serão os seus resultados, é angariar algo que Dilma Roussef carece junto à opinião pública – “fair-play” – além de retirar das cordas o aliado Sarney que até agora agüentou o tranco mas que já está a ponto de jogar a toalha.
06 – Falando nisso...
Boatos circularam em Brasília durante o fim de semana, dando conta de que o presidente José Sarney estava para deixar o cargo apresentando a sua renúncia durante a próxima semana. Por trás dos boatos estariam em primeiro lugar a saraivada de balas disparadas pela imprensa que a cada dia noticiaria apenas as mazelas, sem dar cobertura às ações que vem sendo produzidas para solucioná-las. Sarney estaria particularmente irritado com a repercussão negativa que teve a proposta apresentada pela FGV. Não morro de amores por Zé Sarney mas, não lhe nego duas virtudes: é um democrata que agüenta críticas, por mais ácidas que sejam e é um dos poucos nomes em condições de comandar a reforma estrutural que o Congresso precisa enfrentar. Se não por outras razoes, pela experiência.
07 – Até porque...
Sarney tem uma grande parcela de culpa no ocorre nos bastidores do Senado, mas não está como nunca esteve sozinho. Sua tropa de choque é composta de velhas e espertas raposas e que desafiam quaisquer investigações que se apresentem. O problema maior agora é que “o pote tantas vezes vai à fonte que um dia quebra”. E quebrou. O escândalo dessa semana envolve o enrolado Efraim Morais. Nos últimos quatro anos, Efraim foi o primeiro-secretário da Casa. Na sua gestão, milhões de reais sumiram e muita gente ficou milionária. A Veja traz a última do Efraim: o senador paraibano mantinha um pequeno exército de 52 cabos eleitorais, oficialmente contratados para trabalhar no Congresso. Dizer que ninguém sabia é subestimar medianas inteligências. Vai lá Sarney. Queima.
08 – Guerra de números
Cassol de um lado promete seu “milhão” para Rondônia. Roberto Sobrinho, outro “milhão” e, cá pra nós, que roça é essa que produz tanto? Parte está aqui mesmo em Rondônia mas, a semente é de Brasília. Olhando-se a planilha de obras do Cassol, por “recursos próprios”, entenda-se a arrecadação do imposto gerado pela economia, que deu um salto, com o apoio maciço do governo federal que abriu as burras e despejou dinheiro no estado, quer de forma direta, quer pela ação da bancada federal. Sobre Roberto nem é preciso lembrar que dinheiro e apoio de Lula nunca faltaram. Claro que a planilha oculta dados sobre o que já está em andamento, mas o ano é eleitoral, ambos marcam território e curau está assegurado. Agora é correr da sala para a cozinha para não perder o ponto.
09 –Cavalgada x bom senso
Parodiando o General da Banda do Vai Quem Quer, Manelao, “para alegria de muitos e tristeza de uns poucos”, vai acontecer a cavalgada da Expovel com, – basicamente – as mesmas regras dos anos anteriores, a partir de agora explicitadas em sentença judicial. Venceu o bom senso na luta contra a burocracia pseudo-normativa, abrindo-se o espaço para que as manifestações populares – quaisquer que sejam – passem a ser entendidas e aceitas pelos organismos que deveriam em tese, promovê-las, incentivá-las e apoiá-las, ainda que a contragosto. Desde 1988, com a Constituição Cidadã, é proibido proibir e, no caso específico, vale a releitura do artigo 5º para não mais encherem o saco. Coisa chata.
10 – Dois olhares sobre a Amazônia
O senador Cristovam Buarque que participou da vigília pela preservação da Amazônia, pediu investimentos pesados em ciência e tecnologia e disparou: ”O Brasil se transformou em um imenso crematório. A cada minuto queimamos seis estádios de futebol de florestas e jogamos fora da escola 60 cérebros de crianças”, lamentou. Já Valdir Raupp defende a criação do Ministério da Amazônia e disse que a região, que detém 60% do território nacional, com incontáveis recursos naturais, precisa ter mais atenção do governo. Raupp tem um projeto – 342/08 – para uma espécie de moratória para cessar o desmatamento. “Com o desmatamento zero, acredito, em dez anos se criaria uma consciência ambiental na população, possibilitando o crescimento sustentável”. De cara, apoio as duas.
Léo Ladeia / www.gentedeopinião.com.br / www.opiniaotv.com.br
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