Domingo, 18 de dezembro de 2011 - 13h09
Frase do Dia:
“Pobre gosta é de luxo, quem gosta de miséria é intelectual.” – Joaozinho Trinta que viajou.
01-De molho
Com pendengas de saúde a resolver, fui obrigado a ficar em casa de molho e bateu a preguiça. Para o Zé Carlos Banzeiros de Sá doença que chega e deixa o caboquin preguiçoso só pode ser recaida de baianidade mal tratatada. Maldade do Zé. Tratamento dentário que exige extração, substituição, implante e essas coisas desagradáveis, tem o péssimo hábito de deixar o cristão com o rosto inchado, voz cavilosa e vontade de não ver ninguém. Nada porém que não volte à normalidade daqui a uns oito ou dez anos. Até lá é “dolce far niente”. A frase tida como dialeto soteropolitano tem gosto de acarajé, mas é italiana meu rei. Tá rebocado, piripicado. Oxênte...
02-Presente de natal...
Sem saber qual o melhor presente para o pessoal da Operação Termópilas, o “Comando Geral do Fo(*)a-se” deu um jeito e mandou tocar mais um “barata voou” em Rondônia. A Operação Karipuna está de olho na “tchurma do tudo posso no que me fortalece” e que se acha dona de Rondônia. Os tempos são outros, o clima é outro, as pessoas são outras e “quem os fortalece” anda com o rabo entre as pernas. Dia desses falava com um juiz que já viveu a experiência de viver com escolta pessoal. A coisa é desumana. Às vezes eu acredito que a “tchurma do mal” perdeu o medo do perigo. Se éassim com juízes e até a PF o que não fariam comigo? Ara sô!
03-Pendurado na arvinha
A justiça resolveu quebrar o galho de uns malinos com um “libera geral” tipo indulto natalino. Podem se ausentar da comarca de Porto Velho alguns dos mais nobres e ilustres personagens do último escândalo que enxovalhou o nome de Rondônia, pegos com a boca na botija pela PF na Operação Termópilas. Como fazer ceia de natal na atual quadra estava meio difícil e ficar de cara com o eleitor no Shoping ia ser broca, a justiça fez a sua parte social na história e deixou que a “tchurma do mal” desse uma fugidinha. Ao todo 23 beneficiários da decisão do Doutor Sansão e, clicando aqui, você vai saber quem pode andar no trenó do Noel. Hô-hô-hô...!
04-E aí Hermínio?
Se pudesse teria feito minha fezinha apostando “quinze reaus” no jacaré na quinta feira dia 15. Para quem não é do ramo, 15 no jogo do bicho é o grupo do jacaré. Achei que nesse dia o atual presidente da Assembléia Legislativa de Rondônia, Hermínio Coelho iria chutar não só apenas o pau, mas a barraca toda e mandar pelo menos quatro dos auxiliares diretos pra casa do crica. Não aconteceu. E como a justiça determinou que a “tchurma da mesa” não senta nela, caberá ao presidente Hermínio Coelho dar o norte para uma balsa à deriva e em pouquissimo tempo.
05- Vai encarar?
Convenhamos que, exatos 30 dias após a dissolução da Mesa da Assembléia Legislativa, com a prisão do seu presidente e o afastamento da quase totalidade de seus membros, não dá mais para assistir a Casa operando em condições precárias. Trocar o que ou quem, deve ser estar na caderneta do presidente, que não pode ou não deve aguardar mais para agir, sob pena de ser engolido pelo tempo e pelos fatos e se tornar um mero espectador de si mesmo, a menos que seja essa - eu não creio nisso - a sua jogada, por inexistirem razões lógicas e conhecidas que o levem a esse ponto. Aguardar que a Mesa se recomponha? Não é próprio do Hermínio brigão.
06-Ou não?
Vamos por partes: foram onze meses de domínio absoluto e irrepreensível do deputado Valter Araújo no comando da ALE. Esqueçam por hora os erros que o levaram à prisão e vamos para o exercício do poder. O obstinado Valter esteve em cada ponto onde havia espaço, em cada debate, enfim, foi o chefe de poder. Sem mais o mundo desabou sobre ele. Preso, impedido de exercer o mandato o que se espera é que o Poder Legislativo continue sendo o poder do povo e não do Valter ou de qualquer outro deputado. A diferença é esta: o chefe não é o poder, mas é o chefe, com atribuições para exercer o cargo que ocupa, ainda que de forma temporária.
07-Falando nisso...
Olha o tamanho do rolo. O presidente afastado por decisão da justiça da Mesa da Assembléia é o presidente da próxima legislatura. As razões que balisam essa esdrúxula realidade estão num papelório que é mais importante para os parlamentares que a própria Constituição Federal. As questões de ética, licença para processar, cassar, punir, tudo está no compêndio de normas – nem sempre sensatas – que regem as casas parlamentares. Claro que isso deve pesar na hora do presidente em exercício agir. Imagine mudar cargos chave e depois explicar suas razões ao presidente que retoma o posto e, mormente se o presidente está reeleito antecipadamente.
08-Um pouco mais disso...
Imaginem se a presidente Dilma com sua atual popularidade e aprovação resolvesse fazer uma eleição hoje para escolher quem vai dirigir o país por quatro anos, após o seu atual mandato. Nem com sua força política que pode aprovar quase tudo no Congresso conseguiria enfiar-nos goela abaixo tão estapafúrdia novidade. Mas a novidade é velha em casas de leis como a ALE e não só é possível como foi feito. Vamos ao non sense: se a justiça determinar que o presidente Valter Araújo fique fora da Mesa ele continua deputado – só a ALE pode cassá-lo – e já eleito para o cargo de presidente da próxima legislatura. Que rolo... Pode na próxima e não agora?
09- Casas de tolerância
A tolerância com o erro e o errado levou o Poder Legislativo e suas Casas à precariedade ética em que se acha. O verniz da legalidade cumpre o papel de ocultar inaceitáveis crimes, falta de caráter, trambiques, trambiqueiros, posto que nosso ordenamento jurídico diz que nada existe sem sentença transitada. O irônico é que vivendo num ambiente onde a tolerância é exercida “in totum” haja espaço para arroubos contra o mau uso do vernáculo. Dia desses um senador pediu desculpas por ter usado o termo “torpe” contra outro senador. Para evitar que no futuro eu precise me desculpar, esclareço que uso o termo tolerância como sinônimo de não impedir.
10-Três perguntas cretinas
A bancada federal de Rondônia é composta por três senadores e oito deputados federais mas, você se lembra do nome de todos assim na lata, sem titubear? Será que presidente Dilma para manter o Pimentel no cargo vao usar a cartilha da ética da Câmara dos Deputados, no capítulo que ensina que só é pecado aquilo que é cometido depois da posse? Que tal se os deputados de Rondonia passassem o natal e revelion num hotel em Manaus, sem celular, mas com todas as despesas pagas?